Investimentos

Brasileiro tem dificuldade de sair da poupança e perde poder de compra

Pesquisa do SPC Brasil traça perfil de investimentos da população

Foto: Pixabay
  • 62% dos brasileiros ainda usam a poupança
  • A caderneta, no entanto, perde para a inflação com a taxa Selic a 3,75%
  • Além da poupança, 27,1% das pessoas guardam dinheiro em casa e 23,1% deixam o montante parado na conta corrente

Apesar dos sucessivos cortes na taxa básica de juros (Selic), definida em 3,75% ao ano, e da recorrente perda de rendimentos da poupança, o brasileiro ainda tem dificuldade de diversificar os investimentos. 

Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), cedido em primeira mão ao E-Investidor, mostra que 62% das pessoas ainda preferem a poupança para guardar dinheiro.

A justificativa do grupo é de proteger-se contra imprevistos (49,8%) e garantir um futuro melhor para a família (40,2%). A pesquisa ainda mostra que 52,1% não têm sequer o hábito de poupar.

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Fatores como não cobrar imposto de renda, ter garantia do FGC e possuir facilidade de aplicação em agência bancária ou lotérica contribuem para a popularização desse produto financeiro, segundo Gisele Colombo, planejadora financeira CFP da Planejar.

“A educação financeira ainda é um desafio para o brasileiro. Por mais que haja muita informação disponível na internet, o Brasil não é a Avenida Faria Lima e a Avenida Paulista”, alerta Gisele. “É natural que a maior parte das pessoas que conseguem guardar dinheiro, uma minoria da população, recorra à caderneta.”

Mas você perde dinheiro na poupança…

O problema é que os cortes na taxa Selic fazem os produtos de renda fixa ganharem o apelido de “perda fixa”. A poupança, por exemplo, rende hoje 2,62% ao ano, já que paga 70% da taxa básica de juros mais Taxa Referencial (TR), atualmente zerada.

Como se não fosse suficiente, o último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira 24 pelo Banco Central, o IPCA projetado para os próximos 12 meses é de 3,04%. Ou seja, a poupança não consegue bater a inflação e diminui o poder de compra do investidor.

“Em 2019, a poupança rendeu próximo a 4% e ficou levemente abaixo do IPCA, o que significa que ela não teve ganhos reais”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “A escolha por opções mais conservadoras evidencia a insegurança do brasileiro em explorar novas modalidades de investimento.” 

Além da poupança, 27,1% das pessoas guardam dinheiro em casa e 23,1% deixam o montante parado na conta corrente. Entre os investimentos citados, os fundos são escolhidos por 6,5% dos investidores, seguido por Tesouro Direto, ações e CDB, com 4,7% das respostas. 

“A escolha por opções mais conservadoras evidencia a insegurança do brasileiro em explorar novas modalidades de investimento.” 

Com a desvalorização de 42% do Ibovespa em 2020 e o estrago causado no mercado financeiro pelo surto de Covid-19, o momento mais indicado para vender ações não é agora, diz a planejadora Gisele Colombo. “Já passamos por muitas crises. No meio do furacão todo mundo acha que o mundo vai acabar. A orientação para o investidor é segurar os papéis, a menos que comprometa a reserva de emergência”.

A pesquisa do SPC Brasil e da CNDL foi feita em 12 capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém), nas cinco regiões do País, com 800 pessoas maiores de 18 anos, de diferentes gêneros e classes sociais. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais e uma margem de confiança de 95%.