Taxas dos CDBs do Master vão a 20,5% ao ano após compra pelo BRB ser negada pelo Banco Central
Retorno dos títulos no mercado secundário ficaram ainda mais elevados; reportagem encontrou pós e prefixados a 20% ao ano, além de indexados à inflação com 13% de juro real
Nos últimos anos, o Master tinha se tornado o emissor queridinho da pessoa física por pagar os maiores rendimentos do mercado nos Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Muita gente se apoiou na segurança do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e encheu a carteira com esses ativos.
Agora, sem o BRB na jogada, as taxas dos ativos subiram ainda mais e é possível encontrar CDBs do Master pagando 20% ao ano no mercado secundário para quem se arriscar.
O mercado secundário é onde investidores vendem e compram títulos já emitidos, sem a participação direta do emissor. Na prática, quando alguém decide resgatar uma aplicação em um CDB antes do vencimento, a corretora aumenta o spread (prêmio) para que esse ativo não fique parado nas prateleiras. Isso aconteceu no início de abril, logo quando a venda do Master foi anunciada.
Quanto valem os CDBs do Banco Master no mercado hoje?
Como mostramos aqui, especialistas viram no movimento de alta das taxas dos ativos da instituição um reflexo de investidores desmontando posições em meio às incertezas que a operação levantou. À época, o Master disse que as novas emissões de CDBs estavam ocorrendo a taxas menores, o que reforçava o ponto dos analistas de que aqueles títulos a 160% do CDI eram de investidores que estavam resgatando as aplicações.
O mesmo parece estar acontecendo agora. Nesta manhã, o E-Investidor encontrou taxas de 20% ao ano nas plataformas.
Os CDBs pós-fixados – que popularizaram o banco ao pagar 140% do CDI e eram bastante distribuídos no mercado antes da operação com o BRB ser anunciada – subiram ainda mais e haviam títulos pagando CDI + 5%. Com a atual Selic de 15% ao ano, o rendimento anual fica perto de 20%.
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Os CDBs prefixados têm taxas de 20,5% ao ano, com diferentes prazos: vencimento em 2026, um ativo classificado como de risco baixo na XP; e com vencimento em 2032, este, classificado como de risco alto na corretora.
Em termos de comparação, o Tesouro Prefixado oferece hoje um rendimento anual de 13,31% para títulos com vencimento em 2028 e de 13,89% para aqueles com prazo até 2032.
Os CDBs indexados à inflação também têm taxas elevadas. Encontramos opções que pagam IPCA + 13,5% ao ano, com vencimento em 2026. Em termos de comparação, o Tesouro IPCA+ 2029 paga hoje 7,82% de juro real.