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Criptomoeda ADA dispara e conquista 3ª posição em valor de mercado

O criptoativo registrou sucessivas altas e renovou duas vezes sua máxima histórica em menos de sete dias

Criptomoeda ADA dispara e conquista 3ª posição em valor de mercado
Representação de criptomoedas (FOTO: Envato Elements - ArtRachen)
  • Com alta de 20% em apenas 24 horas, o ativo digital renovou sua máxima histórica para US$ 2,58 às 10h30 de sexta-feira (20)
  • Tamanha valorização colocou o criptoativo em terceiro lugar entre as maiores criptomoedas por capitalização de mercado, atrás apenas do Bitcoin e da Ethereum, atingindo um market cap de US$ 91,92 bilhões
  • Samir Kerbage, CTO da Hashdex, destaca que nem todo criptoativo é igual. O Cardano se enquadra dentro do setor de infraestrutura de plataformas de smart contracts, que basicamente tem um grande líder, a Ethereum, a maior e mais popular

O token ADA, criptomoeda do blockchain Cardano, obteve uma forte valorização e chamou a atenção do mercado nos últimos dias. Com alta de 20% em apenas 24 horas, o ativo digital renovou sua máxima histórica para US$ 2,58 às 10h30 de sexta-feira (20), segundo informações da plataforma Coinmarketcap.

Entretanto, a tendência de alta não parou por aí. Ao longo da semana a criptomoeda se valorizou ainda mais. Entre os dias 20 e 26 de agosto, a ADA registrou um ágio de 12,29%, renovando mais uma vez sua máxima histórica para US$ 2,97, na segunda-feira (23). No fim da manhã desta sexta-feira (27), o token registrava alta de 10,45%, cotado a US$ 2,89, o equivalente a R$ 15,08.

Tamanha valorização colocou o criptoativo em terceiro lugar entre as maiores criptomoedas por capitalização de mercado, atrás apenas do Bitcoin e da Ethereum, atingindo um market cap de US$ 91,92 bilhões. Com isso, a Cardano desbancou a Binance Coin (BNB), que agora ocupa a quarta posição, com US$ 82,4 bilhões.

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Samir Kerbage, CTO da Hashdex, destaca que nem todo criptoativo é igual. Segundo ele, a Cardano se enquadra dentro do setor de infraestrutura de plataformas de smart contracts, que basicamente tem um grande líder, a Ethereum, a maior e mais popular.

“Mas o grande ecossistema tem um problema, que é a escalabilidade. Com isso, há alguns projetos dentro da rede que buscam melhorar esse empecilho da plataforma. O que vemos hoje é que a rede está simplesmente congestionada pela demanda, isso faz com que o custo para efetuar transações aumente bastante”, diz Kerbage.

O que explica a alta?

Segundo Orlando Telles, diretor de research da Mercurius Crypto, essa forte alta da Cardano está sendo motivada muito por conta da atualização conhecida como Fork, programada para o dia 12 de setembro, que vai implementar as plataformas de contratos inteligentes.

A execução desses contratos, conhecidos também como “Smart Contracts”, é autônoma, ou seja, independente de qualquer parte. Na prática eles possibilitam uma série de aplicações que reproduzem serviços do mercado financeiro de forma descentralizada, como empréstimos, seguros e até bolsas de valores, tudo sem a interferência de terceiros.

Os contratos inteligentes são a base para as aplicações de finanças descentralizadas (DeFi), um mercado que, segundo dados da Coinmaketcap, está avaliado em US$ $115,44 bilhões. “É importante destacar que a rede, desde seu início, sempre foi focada em ser uma plataforma de contratos inteligentes, como se fosse um concorrente da Ethereum”, diz Telles.

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Segundo Kerbage, esse problema de escalabilidade da rede Ethereum, com altos valores sendo pagos nas taxas, abre a oportunidade para que concorrentes entrem e criem soluções que sejam mais escaláveis e tenham essa chance de tomar a liderança do ETH, para se tornar a grande plataforma que vai atrair mais usuários e atingir uma adoção global, como o Cardano.

Vantagens e desvantagens

A principal vantagem do Cardano, de acordo com Teles, é que é uma rede mais escalável, possui um linguagem de programação mais direta e mais segura que a rede Ethereum e tem uma comunidade extremamente ativa, que está buscando desenvolver essas inovações.

Entretanto, o diretor explica que desde do lançamento do projeto, em 2017, existiram diversos atrasos, o que foi extremamente problemático para o futuro da rede. Tanto é que hoje existe uma desconfiança grande do mercado em relação ao Cardano exatamente por conta disso.

“O projeto da Cardano ainda não entregou nada. É algo extremamente complexo desenvolver um ecossistema para a rede, o que gera uma vantagem competitiva para Ethereum, que já tem um ecossistema robusto e desenvolvido. Também é uma vantagem para outros protocolos como a Solana (SOL), que está passando por uma alta bem significativa nos últimos dias”, diz Telles.

Na opinião de Kerbage, é importante frisar que a Cardano ainda não é um projeto que está 100% pronto, principalmente para uso massivo ou para aplicações em geral.

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Por isso, Telles destaca que existe um motivo fundamentalista para a alta, mas há, também, um fator de hype muito grande, que pode implicar em uma forte correção.

História

A Cardano foi lançada em outubro de 2017 por Charles Hoskinson, que também foi co-fundador da Ethereum, mas abandonou o projeto após desavenças com o outro fundador, Vitalik Buterin. Buterin, segundo a Forbes, tornou-se o criptolionário mais jovem do mundo aos 27 anos, em maio de 2021.

Ao contrário do Bitcoin, a rede da Cardano não utiliza a mineração tradicional para validar as transações da rede. Ao invés disso, usa o mecanismo conhecido como Proof-of-Stake, na tradução, prova de participação. Basicamente, é um método em que os usuários depositam suas ADA para se tornarem validadores da rede.

Os validadores desempenham um papel similar aos dos mineradores, sendo responsáveis por ordenar as transações e criar novos blocos na Blockchain, para que todos os participantes possam validar o estado da rede.

“Comparando com a Ethereum, eles estão desenvolvendo um mecanismo que pode fazer com que a rede seja mais escalável, interoperável e mais sustentável do ponto de vista do consumo energético. Essa é a grande promessa do Cardano”, diz Kerbage.

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Outro ponto bastante interessante é que a criptomoeda nativa da rede, a ADA, teve seu nome inspirado em uma homenagem a Ada Lovelace, matemática do século XIX que é reconhecida como a primeira programadora de computadores.

Desde o lançamento do criptoativo, em outubro de 2017, a ADA obteve um retorno de 13.153,3%. Alex Buelau, sócio da Parfin, afirma que os próximos meses serão emocionantes nessa disputa entre Ethereum e Cardano. “A grande pergunta é se há espaço para ambos, ou se um precisa ‘perder’ para o outro poder ganhar”, afirma.

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