Galpão logístico do fundo de investimento imobiliário (FII) HGLG11 em Uberlândia. (Fonte: CSHG/Reprodução)
Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) são alguns dos ativos mais recomendados para surfar na perspectiva de queda dos juros, considerando que esses papéis historicamente se beneficiam destes momentos. O IFIX, principal índice de FIIs na bolsa, já acumula alta de 12,15% no ano, mais do que os 8,35% do Ibovespa – dados das 11h22 desta quinta-feira (14).
Os FIIs são ativos considerados de maior risco do que a renda fixa e, por conta disso, se beneficiam da migração de investidores para esta classe de ativos neste momento em que a renda fixa perde atratividade por conta da queda nos juros.
Os fundos de tijolos compram ou constroem propriedades para alugar ou obter valorização desses imóveis no futuro – eles investem em ativos reais físicos, daí a natureza do nome. Juros mais baixos beneficiam principalmente essa classe de FIIs, uma vez que o preço dos aluguéis e dos imóveis ficam mais acessíveis com a queda nas taxas e nos financiamentos.
Os fundos de papel, por outro lado, possuem na carteira títulos relacionados ao mercado imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Ao investir nesses papéis, recebe rendimentos dos juros e pagamentos definidos pelos títulos. Neste caso, os juros altos podem até beneficiar os fundos de papel, pois a rentabilidade dos títulos em carteira tendem a aumentar.
Já os os fundos de fundos (FOF) são aqueles que investem em cotas de outros FIIs, sejam eles de papel, de tijolo ou de outros FOFs. Assim, o benefício da queda dos juros depende da aplicação.
A popularidade dos FIIs também se justifica em função dos dividendos distribuídos e a previsibilidade do quanto o investidor pode ganhar com eles. Para conseguir uma renda extra ao final de todos os meses utilizando FIIs, o E-Investidor consultou três analistas para montar uma carteira de investimentos que distribua R$ 1 mil por mês.
Acura Capital
A carteira de investimentos da Acura Capital foi montada por André Carvalho, diretor de portfólio. Seguindo essa estratégia, para o investidor conseguir R$ 1 mil em dividendos de FIIs, ele precisará aplicar aproximadamente R$ 145 mil.
Fundo
Quantidade de Cotas
Valor do Último Dividendo
Valor Total do Dividendo
BRCO11
150
R$ 0,87
R$ 130,50
BTCI11
150
R$ 0,10
R$ 15,15
BTLG11
150
R$ 0,76
R$ 114,00
HGLG11
150
R$ 1,10
R$ 165,00
MGFF11
150
R$ 0,50
R$ 75,00
BCFF11
150
R$ 0,56
R$ 84,00
RBRF11
150
R$ 0,63
R$ 94,50
TRXF11
150
R$ 0,90
R$ 135,00
VISC11
150
R$ 0,85
R$ 127,50
XPML11
150
R$ 0,83
R$ 124,50
Trix
A segunda carteira recomendada foi elaborada por Leonardo Garcia, analista de fundos imobiliários do Trix, com dados da Quantum Axis. Neste caso, para o investidor conseguir os R$ 1 mil em dividendos com FIIs, ele terá de aplicar cerca de R$ 123 mil.
Para Garcia, os principais benefícios de investir em fundos imobiliários estão relacionados à gestão dos profissionais, à capacidade de diversificação da carteira, aos benefícios tributários (a não cobrança de impostos sobre dividendos nesses ativos) e à liquidez das cotas, podendo ser negociadas a qualquer momento.
Fundo
Quantidade de cotas
Valor do último Dividendo
Valor total do dividendo
KNCR11
165
R$ 1,20
R$ 198,00
TRXF11
144
R$ 0,90
R$ 129,60
HGCR11
151
R$ 1,10
R$ 166,10
HGRU11
115
R$ 0,85
R$ 97,75
XPML11
128
R$ 0,84
R$ 107,52
CVBI11
155
R$ 0,85
R$ 131,75
KNIP11
157
R$ 0,50
R$ 78,50
XPLG11
125
R$ 0,78
R$ 97,50
Rico
A última carteira recomendada foi feita por Antonio Sanches, analista da Rico. Para que o investidor consiga R$ 1 mil em dividendos, ele terá de investir aproximadamente R$ 115 mil nesta carteira.