Investimentos

Como o apostador da Mega poderia investir os R$ 162 mi que perdeu

A aposta só poderia ter sido resgatada até quarta-feira. Prêmio poderia render até 10% ao ano

Na Mega da Virada, assim como os concursos da Mega Sena realizados ao longo do ano, são sorteados seis números, entre 1 e 60. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
  • Pelo o histórico da Caixa, este foi o maior prêmio de loteria já esquecido pelos vencedores. O montante será destinado ao Fundo de Financiamento do Ensino Superior (FIES)
  • Como valor é muito alto, mesmo a Poupança e o Tesouro Selic, opções mais conservadoras do mercado, entregariam uma rentabilidade anual de cerca de R$ 3,8 milhões e R$ 4,8 milhões, respectivamente, de acordo com as taxas atuais

O que poderia ser uma pegadinha de primeiro de abril acabou se confirmando nesta quinta-feira (1º): o dono de uma das duas apostas vencedoras da última Mega da Virada não resgatou o prêmio e deixou de ganhar R$ 162,6 milhões. O prazo máximo para a retirada era na quarta-feira (31).

Pelo o histórico da Caixa, este foi o maior prêmio de loteria já esquecido pelos vencedores. O montante será destinado ao Fundo de Financiamento do Ensino Superior (FIES). O bilhete vencido era da Cidade de São Paulo e a outra aposta ganhadora já havia sido retirada em Aracaju, em Sergipe.

Torcendo para que este episódio não se repita e que os futuros ganhadores aproveitem bem os recursos na nova vida de milionário, o E-Investidor ouviu alguns especialistas, que comentam como a fortuna poderia ser aplicada.

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Como valor do prêmio é muito alto, mesmo a Poupança e o Tesouro Selic, opções mais conservadoras do mercado, o retorno anual do prêmio seria de cerca de R$ 3,8 milhões e R$ 4,8 milhões, de acordo com as taxas atuais. Outra opção conservadora, mas com maior chance de ganhos, seria o Tesouro IPCA+2026, que pagaria em torno dos R$ 5,8 milhões, mais a inflação, só de rentabilidade.

A recomendação é de Paula Zogbi, analista da Rico Investimentos. Ela reforça a importância de diversificar as aplicações, seja para conseguir mais ganhos, como para proteger os recursos. “Em um momento de muito estresse na bolsa de valores, como no ano passado, a pessoa poderia perder R$ 30 milhões em poucos pregões, se tivesse investimentos somente na renda variável”, alerta Zogbi.

Aumentando os ganhos com risco

Para conseguir retornos mais atrativos, o vencedor da aposta poderia se posicionar em ativos mais arriscados. Contudo, Luiz Fernando Carvalho, estrategista da Ativa Investimentos, lembra que ser agressivo com tanto dinheiro nem sempre é o melhor caminho.

“O importante é fazer um perfil de geração de renda. A pessoa que já tem um valor significativo possui diversas estratégias, como fundos de dividendos e de ações globais”, afirma Carvalho.

Em uma carteira teórica, o especialista mostra que o dinheiro poderia ser dividido da seguinte maneira: 20% em fundos multimercado; 15% em fundos no exterior (de vários tipos); 5% em criptoativos; 20% em ações no Brasil; 30% em fundos imobiliários (de vário tipos e com pagamento de dividendos mensais), e 10% em renda fixa (títulos público e privados).

“Na média do portfólio, ficaria algo entre IPCA + 6%, conservadoramente, a IPCA + 10%. Ou seja, na pior das hipóteses, se a pessoa for muito conservadora, ela conseguiria 6% de juro real, que daria quase R$ 1 milhão por mês em rendimentos sem perder patrimônio”, diz Carvalho, lembrando que em um caso real, o ideal é analisar sempre o perfil e objetivo de cada pessoa.

Em uma outra simulação, esta para perfis moderados e agressivos, Zogbi ressalta que o investidor teria uma expectativa de retorno próximo de 10% ao ano, pelos próximos cinco anos. “A pessoa poderia ter acumulado R$ 246 milhões, já descontando Imposto de Renda”, calcula a analista da Rico.

Neste caso, a sugestão da carteira seria com cerca de 15% em renda fixa e renda variável no exterior. No Brasil, 30% seria em renda fixa pós-fixada, 10% em renda fixa indexada à inflação, e o restante em bolsa e fundos multimercados.