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Dólar sobe mais de 13% só neste ano. Como lucrar com a alta da moeda?

Há diferentes opções para quem deseja diversificar a carteira e aplicar em ativos estrangeiros

Dólar sobe mais de 13% só neste ano. Como lucrar com a alta da moeda?
Dólar americano (Foto: Adobe Stock)
O que este conteúdo fez por você?
  • Se engana quem pensa que o único caminho é ir até a casa de câmbio mais próxima, comprar dólares em papel e guardar em casa
  • Uma das alternativas consiste em buscar investimentos comprados em reais e custodiados no Brasil, mas que trazem a exposição à variação da moeda
  • Já para os investidores que querem levar o dinheiro para fora do País, o caminho é abrir uma conta no exterior e fazer os investimentos diretamente por lá

O dólar alcançou a maior cotação do ano na última quarta-feira (26), quando fechou em alta de 1,19% a R$ R$ 5,5194, atingido o valor de fechamento mais alto desde janeiro de 2022. No acumulado de 2024, a moeda americana já apresenta valorização de 13,48%. Em um cenário como esse, os investidores podem ter dúvidas sobre como aproveitar o boom da divisa para ampliar os ganhos de seus investimentos.

Pensando nisso, o Bora Investir, portal da B3, conversou nesta reportagem com especialistas para entender como os investidores podem proteger suas carteiras da volatilidade do dólar e, ao mesmo tempo, lucrar com a valorização da moeda. A boa notícia é que esse não é um privilégio exclusivo dos mais endinheirados.

Em momentos de valorização da divisa, como o que tem sido observado atualmente, Fábio Cabral, planejador financeiro CFP pela Planejar, recomenda que os consumidores verifiquem primeiramente o motivo da alta do dólar, buscando entender se é algo ligado ao exterior ou à economia doméstica.

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Independentemente do motivo, no entanto, ele aconselha o investidor a ter parte de seu portfólio alocado em uma moeda forte. “Ter uma posição em dólar é extremamente recomendado diante de uma diversificação de portfólio”, diz.

Na hora de investir na moeda americana, há diferentes opções. Se engana quem pensa que o único caminho é ir até a casa de câmbio mais próxima, comprar dólares em papel e guardar em casa. Uma das alternativas consiste em buscar investimentos comprados em reais e custodiados no Brasil, mas que trazem a exposição à variação da moeda.

Exemplos disso são os fundos cambiais – produtos que aplicam ao menos 80% de seus ativos em papéis atrelados a moedas estrangeiras. Existem ainda fundos que investem em ações do exterior, commodities, juros e diretamente em divisas, sendo que o desempenho dessas opções refletem o resultado dos investimentos feitos pelo gestor e a própria variação cambial.

Há também os Brazilian Depositary Receipts (BDRs) e os Exchange Traded Funds (ETFs). Enquanto os primeiros são certificados que representam ações emitidas por empresas em outros países, os segundos são fundos que acompanham o desempenho de índices nacionais ou internacionais. Com esses ativos, o investidor pode aplicar, pela Bolsa brasileira, em ações e fundos listados no exterior.

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Uma outra opção mais tradicional é investir diretamente em ações presentes na B3 que se beneficiam da alta do dólar, como os papéis de companhias exportadoras. “Vale considerar empresas que possuem uma alta participação de exportações na sua receita, como siderúrgicas, petrolíferas, frigoríficos, e empresas do agro. Essas companhias costumam ter boas performances em cenários de dólar em alta”, lembra Cabral. Nesta reportagem, mostramos quais são as ações brasileiras que ganham e perdem com a valorização da moeda.

Já para os investidores que querem levar o dinheiro para fora do País, o caminho é abrir uma conta no exterior e fazer os investimentos diretamente por lá. “Investir fora do Brasil traz um pouco mais de burocracia. O próprio investidor precisa recolher o Imposto de Renda (IR) e lidar com questões sucessórias. Por outro lado, ao investir por aqui, o custo pode ser maior do que investir diretamente no exterior”, pondera Isabela Bessa, economista especialista em investimentos offshore da Warren Investimentos.

As dicas para investir em dólar

Na hora de realizar as aplicações propriamente ditas, o indicador é fazer os aportes em partes. Como não é possível estimar com precisão qual será o caminho do dólar, a melhor estratégia para se beneficiar do “sobe e desce” da moeda consiste em comprar os ativos em diferentes momentos.

Se um investidor considera, por exemplo, que dentro de sua estratégia de investimentos faz sentido ter 10% de sua carteira em ativos dolarizados, o melhor é migrar 1% do patrimônio por mês, em vez de fazer toda a mudança de uma só vez. “Estatisticamente, a probabilidade de você fazer um preço médio melhor é maior”, explica Bessa.

Outra dica dos especialistas: vale investir na moeda mesmo quando ela estiver em queda, já que uma parcela do portfólio em ativos dolarizados pode funcionar como um mecanismo de proteção. “Se alguma coisa negativa acontece no Brasil, todos os ativos locais são impactados de alguma maneira”, afirma a economista da Warren.

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Ao trazer ativos estrangeiros para a carteira, por outro lado, o investidor consegue contrabalancear esse movimento negativo para o cenário local, ganhando maior rentabilidade e menor volatilidade. Quem quiser conferir mais recomendações para lucrar com a alta do dólar, pode conferir esta reportagem do Bora Investir, portal da B3.