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Dois fundos passivos listados em bolsa valorizaram mais de 9% em 2020

ETFs são recomendados para o longo prazo

Dois fundos passivos listados em bolsa valorizaram mais de 9% em 2020
Cenário de incerteza pede por credibilidade e informação (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)
  • ETFs indexados ao S&P 500 apresentam ganhos no ano por causa da valorização do dólar
  • Ishare SP&500 CI (IVVB11) valorizou 9,44% no ano até o fechamento de 8 de março, e o IT Now SPXI CI (SPXI11) teve alta de 9,16%
  • Na outra ponta, entre os ETFs mais negociados, o Ishares Bova CI (BOVA11) registrou queda de 31,92% no ano

Os fundos passivos listados em bolsa (ETFs, Exchange Traded Funds) registraram captação líquida de R$ 9,2 bilhões no ano até o dia 3 de abril, sendo R$ 5,2 bilhões concentrados em março. Os dados são do boletim diário de fundos de investimentos da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), divulgado na tarde desta quarta-feira (8).

Porém, em termos de desempenho, dentre as 17 carteiras listadas na B3 com histórico no Broadcast – ferramenta de notícias em tempo real do Estadão para o mercado financeiro -, apenas dois ETFs apresentam ganhos em 2020. São eles o Ishare SP&500 CI (IVVB11), com valorização de 9,44% no ano até o fechamento de 8 de março, e o IT Now SPXI CI (SPXI11), com alta de 9,16% no ano.

Na ponta contrária, entre os ETFs mais negociados, o Ishares Bova CI (BOVA11) registrou queda de 31,92% no ano. Já o IT Now Pibb CI (PIBB11) teve perdas de 32,64% no ano. O IT Now Smal CI (Smal11), por sua vez, mostrou desvalorização de 38,18% em 2020.

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“Os ETFs locais estão com preços muito descontados por causa das incertezas relacionadas à pandemia da covid-19. Nesse momento para o investidor de longo prazo é um momento de entrada, e o cenário de juros baixos favorece. O BOVA11 é uma boa alocação, assim como o SMAL11 começa a fazer sentido”, afirma Álvaro Villa, economista da Messem Investimentos.

ETFs dolarizados

Sobre a performance positiva dos dois ETFs que espelham o índice americano S&P 500, Villa acredita que os produtos servem para um estratégia de diversificação. “O S&P 500 também caiu por causa da pandemia, mas como esse tipo de ETF é dolarizado, avançou junto com a apreciação da moeda americana”, diz.

Para Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da casa de análise independente Levante, entrar agora nos dois ETFs de S&P 500 talvez seja tarde.

“O IVVB11 acompanha a variação do dólar, acaba sendo uma proteção. E protegeu quem estava comprado antes. Mas comprar ouro, dólar ou ETF de S&P500 agora é como comprar guarda-chuva depois da chuva”, afirma.

Oportunidades locais

Na visão de Bevilacqua, a oportunidade continua presente nos ETFs de índices de ações locais. “Temos um cenário de melhora pós-pandemia. Um ETF de Ibovespa (BOVA11) é uma solução mais fácil para o investidor (de longo prazo) que pretende pegar uma alta da bolsa de valores brasileira daqui para frente”, diz.

Ele acredita que a partir de maio, as quarentenas devem ser flexibilizadas ou encerradas e a economia deverá voltar à normalidade. “Depois de 22 de abril, data prevista para o final da quarentena em São Paulo, as atividades começam a ser retomadas. Os números da covid-19 no Brasil não estão tão numerosos como os vistos nos EUA, na Itália, Espanha e França”, afirma o estrategista-chefe.

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