- Investir em ativos no exterior pode ser uma estratégia para proteger investimentos dos riscos de flutuações no mercado e contra a desvalorização do real
- Empresas como Nvidia (NVDC34), Apple (AAPL34), Microsoft (MSFT34) e Amazon (AMZO34) são apenas alguns exemplos de gigantes do mercado que têm mostrado resiliência e crescimento
- A alta do dólar também pode ser um momento propício para investir em empresas exportadoras brasileiras
O receio de alta na inflação leva uma parcela do mercado financeiro a observar com cautela as sucessivas máximas no dólar, que nesta terça-feira (2) chegou a bater R$ 5,66, o que corresponde a 0,39% a mais do que na segunda-feira (1º). Outra parcela dos investidores, no entanto, tenta surfar na onda da valorização da moeda americana para incrementar seus rendimentos com investimentos que vão além da simples conversão de reais para o dólar. “Tem muito brasileiro já se dando bem com a cotação nas alturas”, diz o analista financeiro Bruno Dantas.
Segundo ele, uma das estratégias mais comuns é a diversificação internacional da carteira. Investir em ativos no exterior, como ações de empresas norte-americanas, fundos de índice (ETFs) e títulos de dívida, pode proporcionar um hedge natural (estratégia que visa proteger investimentos dos riscos de flutuações no mercado) contra a desvalorização do real. Empresas como Nvidia (NVDC34), Apple (AAPL34), Microsoft (MSFT34) e Amazon (AMZO34) são apenas alguns exemplos de gigantes do mercado que têm mostrado resiliência e crescimento, oferecendo boas oportunidades para quem busca solidez e retorno em moeda forte.
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Além de ações e ETFs, os fundos cambiais são outra alternativa interessante. Esses fundos investem majoritariamente em ativos atrelados ao dólar e podem se beneficiar diretamente da alta da moeda. “Para investidores que preferem não expor seu capital diretamente ao mercado de ações, os fundos cambiais oferecem uma forma menos volátil de aproveitar a valorização do dólar”, explica Dantas.
Para o mestre em economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Caio Dias, os investimentos em renda fixa internacional também merecem destaque. Títulos do Tesouro norte-americano, considerados um dos ativos mais seguros do mundo, são uma opção para quem busca segurança aliada à proteção cambial. Em momentos de alta do dólar, os rendimentos desses títulos podem se tornar ainda mais atrativos para investidores brasileiros.
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Outra estratégia bem vista por investidores é o investimento em commodities. Produtos como ouro, petróleo e grãos geralmente são cotados em dólares no mercado internacional. “Assim, investir em fundos ou ações de empresas que atuam nesses setores pode ser uma forma indireta de se beneficiar da alta do dólar. O ouro, em particular, é frequentemente visto como um porto seguro em tempos de incerteza econômica e pode servir como uma proteção adicional para a carteira de investimentos”, analisa Dias.
Para quem está disposto a explorar mercados menos convencionais, o mercado de câmbio (forex) oferece uma forma mais direta de especular sobre a valorização do dólar. No entanto, é importante lembrar que o forex é altamente volátil e pode não ser adequado para todos os perfis de investidor, segundo os especialistas. A recomendação é buscar conhecimento e, preferencialmente, consultoria especializada antes de se aventurar nesse tipo de operação.
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A alta do dólar também pode ser um momento propício para investir em empresas exportadoras brasileiras, uma vez que suas receitas em moeda estrangeira aumentam em termos de reais. Setores como o agronegócio, mineração e papel e celulose são exemplos de indústrias que podem apresentar bom desempenho em um cenário de dólar alto.
Para maximizar os benefícios da alta do dólar, Dantas diz que é fundamental estar atento às taxas e custos envolvidos nas operações de câmbio e investimentos internacionais. Consultar um assessor financeiro pode ajudar a identificar as melhores oportunidades e a estruturar uma carteira diversificada que aproveite o cenário atual sem expor o investidor a riscos desnecessários.
Investimentos que fazem bem para seu bolso com a alta do dólar
- Os fundos cambiais são veículos de investimentos coletivos voltados para a realização de investimentos em moedas estrangeiras, incluindo o dólar. Formados pelo capital de múltiplos investidores, esses fundos são geridos por profissionais que montam a carteira e aplicam estratégias para alcançar os objetivos definidos em seu regulamento. Para escolher um fundo cambial, economistas dizem que é importante analisar o nível de exposição ao câmbio, os riscos envolvidos e as estratégias usadas. “Além disso, é importante considerar os custos, como a taxa de administração, que cobre as despesas administrativas, e a taxa de performance, cobrada quando o gestor supera um benchmark predefinido”, diz a especialista em investimentos Marcela Simões.
- Os fundos internacionais funcionam de forma semelhante aos fundos cambiais, mas focam em ativos internacionais, como ações de empresas estrangeiras ou títulos do exterior. Investir nesses fundos ajuda a dolarizar a carteira, proporcionando diversificação e mitigação de riscos. Mas é preciso verificar a composição da carteira do fundo antes de investir para garantir que ela esteja alinhada com suas necessidades e perfil de risco.
- Os ETFs (exchange traded funds) são fundos de investimento que replicam um índice de mercado e têm suas cotas negociadas na bolsa de valores brasileira. Ao investir em ETFs que seguem índices estrangeiros, como o S&P 500 ou o Nasdaq, o investidor expõe-se ao dólar indiretamente, aproveitando o desempenho de mercados internacionais.
- Os BDRs (brazilian depositary receipts) são certificados que representam investimentos internacionais na Bolsa brasileira, funcionando como uma forma de investir no exterior sem sair do país. Eles permitem diversificar a carteira em dólar e se proteger contra oscilações cambiais.
- Contratos e minicontratos futuros de dólar são negociados no mercado futuro da B3 e permitem se proteger ou se beneficiar das oscilações da moeda americana. Esses derivativos envolvem riscos elevados, especialmente se houver alavancagem, o que possibilita operar com um valor maior do que o disponível em conta, aumentando a chance de perdas. Por isso, especialistas recomendam ficar atento aos valores exigidos como margem de garantia e aos riscos envolvidos.
- Abrir uma conta em uma corretora estrangeira para operar ativos dolarizados diretamente no exterior é uma possibilidade que envolve mais burocracia e custos, como a necessidade de câmbio de moedas e a vinculação a empresas fora do País.
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