- Assim como o dólar, a cotação da moeda europeia está em queda frente ao real após melhora da percepção de risco no Brasil
- Para especialistas, cotação atual é atrativa para brasileiros que querem comprar euro
Assim como o dólar, a cotação do euro também está em trajetória de queda. A moeda fechou a quinta-feira (13) em alta de 0,24%, a R$ 5,44. Mas dados levantados por Einar Rivero, head comercial do TradeMap, mostram que a moeda europeia se encontra em patamar semelhante ao que era cotado há um mês, no dia 12 de março. Ainda no mês passado, a divisa chegou a bater os R$ 5,73.
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À época, o mercado brasileiro vivia o auge da incerteza em relação às questões fiscais das contas públicas, quando ainda não se conhecia detalhes da proposta de arcabouço fiscal que só foi apresentada pelo governo no final do mês. O período era marcado não só pela alta do euro e do dólar, mas por quedas expressivas no Ibovespa.
Um cenário que só foi começar a melhorar a partir do dia 30 de março, quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou oficialmente a proposta de um novo plano fiscal – veja como o mercado recebeu o plano de Haddad. “Com a apresentação e as melhorias que estão sendo propostas, foi tirado o risco de descontrole das contas públicas. Dessa forma, o real valorizou frente ao dólar e euro”, explica Marcos Weigt, head da tesouraria do Grupo Travelex Confidence.
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Outro fator jogando a favor do real, especialmente nesta semana, são os dados de inflação do País e dos Estados Unidos. Os indicadores abaixo das expectativas do mercado geraram certa euforia, o que pode ser percebido na queda das cotações. “Isso muda o ritmo do aperto monetário nas maiores economias do mundo e gera tendência de queda do euro no mês de abril”, diz Marcos Almeida, diretor da WIT Exchange.
Hora de comprar?
Como mostramos nesta reportagem, a moeda americana também está em uma trajetória de queda, ainda mais acentuada que a do euro. Um cenário que fez especialistas recomendarem a compra de dólar para investidores que tiverem viagens internacionais nos planos.
Para o euro, impera a mesma indicação.
Elson Gusmão, analista de câmbio da Ourominas, destaca que a cotação de R$ 5,42 pode ser um “ótimo momento” para compra da moeda europeia. A recomendação, no entanto, não é fazer a aquisição toda de uma vez, ainda que o câmbio pareça atrativo. “O investidor deve fazer as compras de forma parcelada, aproveitando uma taxa média”, diz.
Para frente, para os que têm interesse na compra da moeda europeia, é preciso manter no radar as dinâmicas de inflação e de juros, na Europa e nos Estados Unidos, que também impactam na moeda do velho continente. Para Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio, a perspectiva ainda é de um euro mais elevado ao longo de 2023 – o que reforça ainda mais a cotação de R$ 5,42 como uma boa oportunidade de compra.
“Os sinais podem se reverter na medida que tivermos novos indicadores do mercado de trabalho e inflação aqui e no exterior, além da expectativa para nossa nova regra fiscal que ainda será conhecida em detalhes e será tema de debate no Congresso Nacional, podendo sofrer alterações”, pontua Costa.
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