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Fiagros entram no radar dos investidores: veja os mais rentáveis da B3

Levantamento exclusivo mostra que a maioria destes ativos entrega retorno positivo aos investidores

Fiagros entram no radar dos investidores: veja os mais rentáveis da B3
O setor do agronegócio costuma ser uma alternativa para o investidor que busca proteger seus recursos. (Foto: Envato Elements)
  • Os Fiagros foram autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em agosto do ano passado e entraram para o mercado acionário com o objetivo de replicar algumas vantagens dos FIIs, mas focando no setor agroindustrial
  • As cotas do primeiro Fiagro foram negociadas na B3 em outubro de 2021. Até as primeiras semanas de fevereiro deste ano, outros 10 iniciaram as negociações
  • Até o momento, do total de fundos presentes no mercado, seis apresentam um retorno positivo desde o início das suas operações

Disponíveis na Bolsa de Valores brasileira desde agosto do ano passado, os fundos de investimento nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagros) já demonstram bons resultados para o investidor.

Além de possuírem as mesmas vantagens dos Fundos Imobiliários (FIIs), como a isenção do Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos para pessoas físicas, essa classe de ativos está atrelada ao setor do agronegócio, o motor da economia do País e considerado resistente à volatilidade do mercado.

As cotas do primeiro Fiagro foram negociadas na B3 em outubro de 2021. Até as primeiras semanas de fevereiro deste ano, outros 10 iniciaram as negociações. Um levantamento feito pela Teva Indices, a pedido do E-Investidor, mostra que a maioria destes ativos já entrega retorno positivo aos investidores.

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De acordo com Manda Coura, head de produtos estruturados na Suno Asset, os Fiagros costumam investir em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) que possuem uma constância nos pagamentos, o que justifica a performance positiva dos fundos. “Quando se tem alocações em CRAs, os fundos já começam a distribuir, o que faz com o que os ativos tenham rentabilidade produtiva”, afirma.

É o caso do Fiagro VGIA11. O fundo entrega a segunda maior rentabilidade na B3 até o momento, com retorno de 4,9% desde o início das suas atividades até o pregão da última quinta-feira (17). De acordo com a Valora Investimentos, gestora do fundo, 99,6% dos recursos estão alocados em CRAs. Além disso, o produto possui exposição nos segmentos de cooperativas e de distribuidoras de insumos agrícolas.

“Entendemos que é uma dinâmica mais segura em termos de liquidez, uma vez que você tem uma garantia de cumprimentos de contratos (das cooperativas e das distribuidoras) e por se tratar de ciclos agrícolas que se repetem há muitos anos”, ressalta Guilherme Grahl, associado da Valora Investimentos e especialista em agribusiness.

Já em relação aos fundos que ainda não apresentaram bons retornos, Thais Teixeira, head de Investment Banking da Lifetime, explica que a performance negativa pode estar associada aos custos iniciais do fundo que penalizam a rentabilidade.

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“Estar negativo hoje não significa que vai estar negativo daqui a dois meses”, ressalta Teixeira. Outra justificativa é o tempo de carência para a realização dos pagamentos aos cotistas. “Temos muitos CRAs que têm boa rentabilidade, mas têm uma carência de um ano ou dois anos, para começar a pagar”, diz.

Características dos Fiagros

Os Fiagros foram autorizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em agosto do ano passado e entraram para o mercado acionário com o objetivo de replicar algumas vantagens dos FIIs, mas focando no setor agroindustrial.

E a isenção do Imposto de Renda para os rendimentos distribuídos não é a única vantagem do produto.

Segundo Gustavo Almeida, responsável pela área comercial do Fiagro na XP Asset, os Fiagros possibilitam ao investidor realocar seus recursos para o agronegócio a um ticket baixo em relação às outras alternativas de investimentos disponíveis para pessoas físicas. “Ou o investidor comprava ações das poucas empresas listadas na bolsa do agronegócios ou comprava títulos de CRAs", explica.

Como a perspectiva é que 2022 seja um ano de volatilidade devido a fatores políticos e econômicos, o setor do agronegócio costuma ser uma alternativa para o investidor que busca proteger seus recursos.

Além do setor se beneficiar com a variação do câmbio, Almeida ressalta que o Brasil é considerado como celeiro do mundo, o que destaca a importância desse segmento de negócio para a economia local e internacional. “O agronegócio possui um perfil exportador e essa característica faz com que em certos momentos o setor se volte para o mercado interno quando estiver mais pujante ou para o mercado externo”, afirma.

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O desempenho do Índice Teva Ações Commodities Brasil que inclui segmentos do agronegócio sinaliza o quanto o setor pode ser rentável para o investidor. Em 2021, o índice registrou uma performance de 23,6% no acumulado do ano, enquanto o Ibovespa encerrou com uma baixa de 11,9%. Carnes e derivados foi o subsetor que apresentou o maior retorno entre os segmentos ao registrar um ganho de 7,7% no acumulado do mesmo ano.

A outra vantagem é a gestão dos fundos que são realizados por gestoras especialistas em agronegócio e que possuem mais conhecimento na hora de escolher os melhores papéis. Segundo Teixeira, essa característica traz mais segurança para o pequeno e médio investidor. “Ter a gestão qualificada para escolha dos papéis no setor agro, que não é um setor muito trivial. Eu diria que esse é o maior benefício”, avalia a head de investment banking da Lifetime.

Por essas razões, os especialistas se mostram otimistas para a nova classe de ativos e projetam que novos fundos serão lançados no mercado até o final de 2022. “Temos visto muitas iniciativas para novos lançamentos e também vamos ver Fiagros com um pouco mais de complexidades e com taxas de retornos bem mais atrativas”, diz Ricardo Propheta, CEO da BRZ Investimentos.

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