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5 formas de investir no Agronegócio por meio da B3

As ações do setor agropecuário apresentaram alta de até 67% em 2020

5 formas de investir no Agronegócio por meio da B3
(Fonte: Shutterstock)
  • Em 2021, quatro empresas do agronegócio realizaram a abertura de capital na B3
  • A maior empresa do agronegócio listada na Bolsa de Valores brasileira é a JBS (JBSS3) que tem um volume médio diário de R$ 300 milhões negociados por pregão
  • Mas a negociação de ações não é a única forma de investir no setor agropecuário pela bolsa de valores. O agronegócio está em franca expansão na B3 em várias frentes

(Por Aléxis Cerqueira Góis, especial para o E-Investidor) – A pandemia provocou uma forte crise econômica em todo o mundo. No Brasil, o produto interno bruto (PIB) teve uma retração de 4,1% em 2020. No entanto, na contramão dessa tendência, o agronegócio cresceu 24% no período, o que fez a sua participação na economia brasileira saltar de 20,5% em 2019, para 26% no último ano.

O resultado foi refletido nas ações do agronegócio negociadas na Bolsa de Valores. Enquanto o Ibovespa teve uma valorização de apenas 2,92% em 2020, um índice abaixo da inflação de 4,52%, as ações do setor agropecuário apresentaram alta de até 67%, como no caso da Biosev (BSEV3).
O crescimento do setor agropecuário também impulsionou a entrada de novas companhias no mercado de ações.

Em 2021, quatro empresas do agronegócio realizaram a abertura de capital na B3. A última delas, a Raízen (RAIZ4), movimentou R$ 6,9 bilhões em agosto e teve o maior IPO realizado no ano.

Investidores podem aplicar recursos no agronegócio pela bolsa de valores sem a necessidade de ir ao campo. (Fonte: Shutterstock/Budimir Jevtic/Reprodução)

Porém, engana-se quem pensa que a negociação de ações é a única forma de investir no setor agropecuário pela bolsa de valores.

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O agronegócio está em franca expansão na B3 em várias frentes. Os tradicionais produtos de renda fixa estão crescendo em volume com novos produtos, como o fundo de investimento em cadeias agroindustriais (Fiagro), criado em março.

Conheça as principais modalidades de investimentos no agronegócio oferecidas pela Bolsa de Valores.

1. Cédula do Produto Rural

A Cédula do Produto Rural (CPR) é um título de renda fixa que representa a promessa de entrega futura de um produto agropecuário. O papel, atualmente o principal instrumento de financiamento da cadeia produtiva da agropecuária, pode ser emitido por produtores rurais, associações ou cooperativas.

Os recursos captados são utilizados para o desenvolvimento das produções rurais ou melhorias nos empreendimentos. Em troca, o investidor recebe uma remuneração com juros pré-fixados, em um prazo estabelecido.

Por ter baixa liquidez, esse investimento costuma ter rentabilidade bem maior do que outros títulos de renda fixa.

De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o volume de negociação desses papéis saltou de R$ 22 bilhões em dezembro de 2020, para R$ 56 bilhões em julho de 2021.

2. Certificado de Recebíveis do Agronegócio

Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) também são títulos de renda fixa. No entanto, diferente da CPR, não estão lastreados na produção rural, e sim em recebíveis que têm origem nos financiamentos realizados pelos produtores rurais. Geralmente, a rentabilidade líquida é maior que os papéis do Tesouro Direto.

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Nesse tipo de investimento no agronegócio, as securitizadoras compram as dívidas de empréstimos rurais por uma parcela do valor, emitem os CRAs e realizam a negociação no mercado de capitais.

Segundo a Anbima, o volume de emissões do ativo alcançou os R$ 8,73 bilhões entre janeiro e junho de 2021 — um crescimento de 54% frente aos R$ 5,65 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

3. Letras de Crédito do Agronegócio

As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos de renda fixa emitidos pelas instituições financeiras para captar recursos destinados ao financiamento da cadeia do agronegócio, como CPRs, notas promissórias rurais, contratos mercantis, Notas de Crédito à Exportação (NCE), entre outros ativos.

Enquanto o risco das CPRs está vinculado diretamente à entrega da produção pelo agricultor, e dos CRAs está relacionado à capacidade de pagamento de empréstimos rurais, as LCAs são garantidas pela instituição financeira emissora.

As LCAs emitidas a partir de 23 de maio de 2013 também contam com cobertura de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Somente em julho de 2021, foi realizado um volume de R$ 1,07 bilhão em operações nesta modalidade de investimento, conforme dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

4. Ações de companhias agropecuárias

JBS é a companhia do agronegócio com maior volume negociado na Bolsa de Valores brasileira. (Fonte: Shutterstock/rafapress/Reprodução)

Entre as opções de investimentos de renda variável relacionadas ao agronegócio, está a negociação de ações de companhias agropecuárias na bolsa de valores. O destaque vai para as empresas relacionadas à produção de carne, bioenergia e produtoras de soja.

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A maior empresa do agronegócio listada na Bolsa de Valores brasileira é a JBS (JBSS3), líder global em produção de proteína animal, que tem um volume médio diário de R$ 300 milhões negociados por pregão. Na mesma área, entre os gigantes globais, estão também a Marfrig (MRFG3) e a BRF (BRFS3).

Em bioenergia, além da Raízen (RAIZ4), maior exportadora global de açúcar e produtora de etanol do Brasil, chamam a atenção a Cosan (CSAN3) e a São Martinho (SMTO3). Entre as produtoras de soja, se destacam as recém-chegadas na Bolsa de Valores: Boa Safra (SOJA3) e Jalles Machado (JALL3).

O investidor também pode optar por aplicar em ações via Fundos de Investimentos. Dessa forma, pode contar com uma gestora especializada para garantir a diversificação dos papéis e a probabilidade de maior rentabilidade. Mas deve ficar atento às cobranças extras, como a taxa de administração do fundo.

5. Fiagro

O Fiagro foi criado por lei em março deste ano e autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em agosto. Os ativos foram inspirados nos Fundos de Investimentos Imobiliários (FIIs), condomínios de investidores que se reúnem para financiar empreendimentos no setor de imóveis. Dessa maneira, o Fiagro deve facilitar a entrada de pequenos investidores no agronegócio.

O fundo pode ser atrelado a direitos creditórios (Fiagro-FIDC), como CRAs e Certificados de Recebíveis Imobiliários lastreados no agronegócio, aquisição de imóveis rurais (Fiagro-FII), participações em empresas agropecuárias e até em outros fundos semelhantes (Fiagro-FIP).

Por enquanto, já existem quatro opções de aplicações autorizadas pela Bolsa: Galápagos Recebíveis do Agronegócio (GCRA11); Kinea Crédito Agro (KNCA11); Santa Fé Terra Mater (FARM11); e XP Crédito Agrícola (XPCA11).

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Mas, nos próximos meses, a lista de fundos do tipo deve crescer. A próxima oferta será a do Fiagro Riza (RZAG11), que está em período de reserva de cotas até o final de setembro.

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