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Veja os 10 Fiagros que pagam maiores dividendos mensais na Bolsa

Fundos do agronegócio se mostram competitivos em cenário no qual a renda fixa é protagonista. Veja o Top 10

Veja os 10 Fiagros que pagam maiores dividendos mensais na Bolsa
Estruturação de processos de gestão ainda são fator que afasta empresas do mercado de capitais. (Foto: Envato Elements)
  • A remuneração ao investidor torna-se ainda maior se levarmos em consideração a isenção do Imposto de Renda e compará-los com outros investimentos
  • De acordo com a Órama, se esse "desconto" for considerado, o dividendo médio pago pelos Fiagros ao mês fica em torno de 1,59%
  • Ao todo, 23 Fiagros são negociados na Bolsa brasileira e somam R$ 7,16 bilhões em valor de mercado

Enquanto os ativos de renda variável perdem espaço para os de renda fixa devido ao patamar na casa de dois dígitos da taxa de juros no Brasil, os fundos de investimento do agronegócio (Fiagros) têm se mostrado competitivos na Bolsa de Valores neste atual cenário.

Segundo levantamento elaborado pela Órama, com base nos dados da Quantum Axis, os Fiagros conseguiram entregar em fevereiro ao investidor um dividendo mensal médio de 1,35%. Mas como esses fundos possuem isenção de imposto de renda (IR), assim como os fundos imobiliários (FIIs), a remuneração média alcança 1,59%.

O retorno consegue ficar acima de produtos de renda fixa, como os Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que entregaram no mesmo período de 1,02% ao investidor, ainda de acordo com os dados da Órama.

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A justificativa para o bom desempenho está na natureza dos ativos que compõem essa classe de fundo. Segundo Anna Clara Tenan, CFA e analista da Órama, a maioria dos Fiagros investe em certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) que possuem lastro no CDI, que, por sua vez, acompanha o movimento da taxa de juros. Atualmente, a Selic, a taxa básica de juros, segue a 13,75% ao ano e sem perspectiva de cortes no curto prazo.

“No fechamento de janeiro de 2023, 93% das carteiras de CRAs dos Fiagros estavam atreladas ao CDI com um spread médio de 5,03%”, afirmou Tenan. “Obviamente, devemos considerar também as despesas dos fundos que reduzem o resultado para o cotista. Entretanto, podemos concluir que esses fundos conseguem entregar de forma recorrente um retorno líquido ainda acima do CDI”, acrescentou.

Segundo a analista, o retorno de 1,59% ao mês (levando em consideração a isenção do IR) trata-se de uma média. Isso quer dizer que há fundos que conseguem entregar rendimentos ainda maiores – e outros, abaixo desse patamar. Os fundos OIAG11 e HGAG11, por exemplo, entregaram ao investidor um dividendo mensal de 1,64%. Confira o ranking completo:

E daqui para frente?

Como a maioria dos Fiagros segue indexados ao CDI, a tendência é que as rentabilidades atrativas registradas em fevereiro continuem nos próximos meses. Pelo menos, até o momento em que a taxa Selic continuar em patamares elevados. E como ainda não há previsão para o início dos cortes da taxa básica de juros no Brasil, essa classe de ativos deve continuar sendo a exceção dos investimentos em renda variável.

“Os Fiagros que investem em CRAs entregam rendimentos em CDI mais uma taxa fixa. Isso resulta em um rendimento de 18,25% a.a líquido de imposto, considerando uma taxa fixa em torno de 4,5% ao ano”, diz Utcho Levorin, sócio e diretor de Gestão da Multiplica – Crédito & Investimento.

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As expectativas de crescimento para o produto interno bruto do agronegócio em torno de 7% a 8% ao ano, segundo estimativas da MB Agro, também devem impulsionar o crescimento dos fundos. “Os Fiagros vão se aproveitar desse crescimento. É um dos melhores investimentos nesse cenário desafiador que teremos no decorrer desse ano”, acrescenta Levorin.

Por outro lado, os investidores precisam ter no radar os desdobramentos para os problemas no campo fiscal no Brasil ao investir em Fiagro. Segundo Octaciano Neto, diretor de agro da Suno, enquanto o novo governo não definir a nova âncora fiscal, as projeções sobre a taxa de juros no mercado doméstico ainda se tornam incertas. “O Banco Central parece que só vai reduzir a taxa Selic quando houver uma definição da nova âncora fiscal e precisamos ver o que será definido e como o mercado vai reagir”, ressalta Neto.

Os cuidados ao investir

O primeiro raciocínio que pode vir à mente do investidor ao montar a sua carteira é destinar os recursos para os fundos que apresentaram o maior rendimento. No entanto, vale lembrar que performance passada não é garantia de performance futura. “Não adianta ter 2% de rendimento ao mês e o meu “carro capotar” já na “terceira curva” (crise) ou o fundo apresentar inadimplência”, diz Neto.

Por isso, a recomendação dos especialistas é buscar os fundos com uma carteira mais diversificada. Como o agronegócio é um setor bastante cíclico, a estratégia ajuda a reduzir as perdas e os riscos. “Deve-se dar preferência para a diversificação da carteira do fundo em termos regionais e setoriais, a fim de mitigar os efeitos inerentes ao setor, como clima e preço de commodities”, diz Mucio Mattos, sócio e head de crédito da Vectis Gestão.

Conhecer o histórico dos gestores e saber se possuem experiência no agronegócio também está entre as recomendações do head de crédito da Vectis Gestão antes de investir nessa classe de ativos.

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