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EUA anuncia a primeira fiscal de riscos climáticos para bancos

Um novo sistema avaliará os riscos climáticos para os bancos dos EUA. Entenda o funcionamento

EUA anuncia a primeira fiscal de riscos climáticos para bancos
Enormes somas agora estão apontadas na direção de alcançar emissões líquidas zero até 2050. (Foto: Envato Elements)
  • Mudanças climáticas tornam mais difícil para bancos decidirem sobre empréstimos para compra de imóveis e acordos comerciais
  • Nova diretora vai desenvover um sistema para avaliar os riscos climáticos para os bancos
  • Ação é estimulada por democratas, que há anos alertam sobre os perigos das mudanças climáticas

A agência federal que supervisiona os maiores bancos dos Estados Unidos contratou seu primeiro fiscal do clima. O Escritório da Controladoria da Moeda dos EUA (OCC, na sigla em inglês) anunciou no início desta semana que Yue Chen será a diretora de Riscos Climáticos da agência. Yue focará no desenvolvimento de um novo sistema para avaliar os riscos climáticos para os bancos e descobrir como monitorá-los e controlá-los, disse o OCC em um comunicado.

As mudanças climáticas, entre elas o aquecimento global e os eventos cada vez mais extremos e imprevisíveis, tornam mais difícil para os bancos decidir quanto dinheiro emprestar para compra de imóveis e acordos comerciais e como precificar esses empréstimos. Os defensores da supervisão financeira orientada pelo clima dizem que um evento climático catastrófico que causasse perdas maiores do que o esperado para os bancos poderia ameaçar a estabilidade do sistema financeiro.

A ação para incluir as preocupações com as mudanças climáticas na regulação financeira tem sido em grande parte estimulada por legisladores democratas, que há anos alertam sobre os perigos que as mudanças climáticas representam para os mercados. No início de seu mandato, o presidente Joe Biden reuniu uma vasta equipe de especialistas em clima na Casa Branca.

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No ano passado, o OCC indicou um de seus supervisores bancários para servir como diretor de riscos climáticos e encorajar os bancos a considerarem a questão em suas operações diárias. O cargo de Yue é um aprofundamento disso. Ela supervisionará o Departamento de Riscos Climáticos da agência e terá uma relação direta com o líder do OCC. A agência é administrada atualmente por Michael Hsu, chefe interino.

Yue, conhecida como Nina, é doutora em engenharia química pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ela trabalhou no Goldman Sachs no setor de gestão de ativos do gigante de Wall Street e no Royal Bank of Canada antes de se tornar a diretora de investimentos em conservação de Nova York para a Nature Conservancy, organização ambiental sem fins lucrativos, em um trabalho que envolveu atrair fundos privados para ajudar a expandir o trabalho do grupo.

O cargo no OCC também não é o primeiro de Yue como reguladora. Há pouco tempo, ela era a responsável por uma divisão climática recém-criada no órgão regulador financeiro do Estado de Nova York. “Temos a sorte de ter alguém com a formação e a experiência dela tanto em finanças como em riscos financeiros relacionados ao clima”, disse a Hsu no comunicado.

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