

O IFIX, índice que reúne os principais fundos imobiliários (FIIs) da B3, encerrou fevereiro com uma alta de 3,34% e alcançou o patamar dos 3.121,48 pontos. Apesar dos ganhos, os analistas da Genial Investimentos ainda enxergam um cenário negativo no curto prazo para o cenário doméstico, que pode afetar a performance da classe de ativos, devido ao aumento dos gastos públicos e de uma tendência de desaceleração econômica para os próximos meses.
A análise se baseia nos seguintes dados. Em fevereiro, o IBC-Br (indicador mensal contemporâneo da atividade econômica do País) teve uma contração de 0,73% em dezembro, acima das projeções de mercado. O resultado marcou o segundo mês consecutivo de queda do indicador. O problema é que o mercado de trabalho ainda não refletiu essa desacleração.
A Genial Investimentos cita o aumento de 6,5%, considerado modesto pela corretora, da taxa de desemprego ao passo em que houve uma criação líquida de 137,3 mil postos de trabalho formais, acima das expectativa do mercado. Isso significa que o ritmo de economia está reduzindo de forma mais lenta do que o esperado pelo mercado.
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“Esperamos que os impactos mais expressivos da desaceleração sejam sentidos no segundo semestre, especialmente se os juros continuarem elevados e a confiança dos agentes econômicos seguir baixa”, escreveram Bernardo Nobel e Luis Assis, analistas de fundos imobiliários da Genial Investimentos, em relatório publicado nesta quarta-feira (5).
Já no campo político, a maior propensão de aumento dos gastos públicos ao longo do ano continua no radar do mercado, ainda mais com a queda da aprovação do governo que saiu de 35% para 24%, segundo a pesquisa Datafolha. Caso o Poder Executivo continue elevando seus gastos, poderá pressionar a inflação ao passado de exigir do Banco Central a manutenção dos juros em patamares mais elevados.
Dado esse contexto, a Genial Investimentos recomenda a compra de oito fundos imobiliários que são negociados a um preço justo e ainda possuem uma distribuição de dividendos estável. A carteira recomendada é destinada, especialmente, para os investidores que buscam uma renda recorrente por meio dos FIIs. Desse grupo, o fundo RBR Recebíveis (RBRR11) possui o maior peso na carteira com 20% de exposição. A preferência se deve pela qualidade do portfólio por possui papéis com boa qualidade de crédito, como Brookfield e Rede D’Or, além de ter boas garantias.
“O fundo vem sendo negociado com um carrego próximo de IPCA+12% líquido“, ressaltam os analistas da Genial. A corretora também recomenda ter uma exposição em torno de 15% no fundo Kinea Securities (KNSC11). Assim como o RBR Recebíveis, o portfólio do Kinea possui uma boa relação de risco retorno em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) indexados tanto à IPCA (indicador da inflação) quanto ao CDI.
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Confira a carteira de fundos imobiliários focados em renda da Genial para março.
FII | Peso | DY anualizado |
RBRR11 | 20% | 13,47% |
KNSC11 | 15% | 12,57% |
PLCR11 | 12,50% | 13,90% |
SPXS11 | 12,50% | 14,65% |
HGRE11 | 10% | 10% |
KNCR11 | 10% | 12,54% |
KNUQ11 | 10% | 14,28% |
VINO11 | 10% | 12,55% |