- Os investidores devem priorizar a diversificação do portfólio no lugar de estar exposto em apenas um investimento
- Caso decida se expor a riscos elevados, o ideal é destinar até 2% do patrimônio para não correr o risco de perder todo o capital
O derretimento do fundo Pátria Special Opportunities II trouxe um receio entre os investidores sobre a possibilidade de perder todo capital de um investimento e ainda adquirir uma dívida, o que aumenta o prejuízo. A possibilidade existe, como o caso do Pátria bem mostra, mas há meios de proteger o patrimônio e evitar situações complicadas como esta.
Segundo especialistas ouvidos pelo E-Investidor, a primeira atitude a ser adotada busca não expor todo o capital a apenas a um tipo de investimento, principalmente quando se trata de renda variável. O ideal é que o portfólio esteja diversificado e adequado ao perfil de risco do investidor. “Quanto mais velho for o investidor, por exemplo, mais distante deve ficar de investimentos de alto risco, porque ele têm menos tempo para recuperar o prejuízo”, diz Pedro Ávila, analista CNPI da casa de análise Varos.
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Se decisão ocorrer na direção de assumir risco elevado, essa exposição deve se limitar em torno de 1% a 2% do total do patrimônio para que, em situações de prejuízo como ocorreu com o fundo do Pátria, o investidor não perca todos seus recursos financeiros.
Outro hábito que deve ser adotado é o de buscar entender as particularidades de cada investimento na qual pretende se expor. Segundo Ricardo Teixeira, coordenador do MBA de Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os investidores tendem a tomar as decisões com base nas indicações de pessoas mais experientes do mercado. No entanto, precisam conhecer por outros meios os reais riscos que o seu dinheiro ficará exposto.
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“O investidor deve estar consciente de todo o risco que está se expondo. Leia tudo que encontrar sobre o investimento e, nos casos dos fundos, procure saber a sua responsabilidade como cotista no fundo”, diz Teixeira. O regulamento do Patria Special Opportunities II, por exemplo, determina que, em caso de prejuízo, cabe aos cotista a realização de novos aportes. No entanto, fontes próximas ao Pátria informaram ao E-Investidor que ainda não há uma decisão concreta se a gestora vai seguir o documento.
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Enquanto isso, o prejuízo nas cotas somado à possibilidade de serem cobrados para novos aportes está fazendo alguns investidores procurarem o Instituto Empresa, uma associação civil que defende os direitos dos minoritários. A organização confirmou que está examinando a questão e a possibilidade de abertura de um processo na arbitragem contra o Pátria a partir dos regulamentos envolvidos.