- Investimentos em fundos com títulos públicos devem apresentar algum ganho real no exercício
- Antes no início do ano, a expectativa era de pouco ou nenhum ganho real nessas carteiras
- Inflação baixa também favorece ganhos reais em Tesouro IPCA
Diante de um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de apenas 0,07% em março, o menor para o mês da série histórica pós-Plano Real, caminhando para ficar próximo do piso da meta de inflação (2,5%) em 2020, os investimentos em fundos com títulos públicos devem apresentar algum ganho real no exercício.
Leia também
“No curto prazo, fundos de renda fixa com títulos prefixados devem apresentar um retorno nominal um pouco melhor. A inflação baixa abre espaço para o Banco Central cortar a Selic, o que gera ganhos para essas carteiras. E mesmo quem está em um fundo Ima-B, mesmo com uma rentabilidade nominal menor, o ganho real é preservado”, diz Marcelo Nantes, superintendente da Bradesco Asset Management (Bram).
Dois exemplos simples ilustram melhor o cenário:
- Se a inflação desse ano ficar em torno de 2,75%, e um fundo de renda fixa com papéis prefixados mostrar rentabilidade de 3,75% no ano, o ganho real antes dos impostos será de 1 ponto percentual;
- Se a rentabilidade de fundo Simples ou DI ficar em 3,25% neste ano, o retorno antes dos impostos será de 0,50 ponto percentual;
- Antes no início do ano, com a inflação ancorada no centro da meta (4% ao ano), a expectativa era de pouco ou nenhum ganho real nessas carteiras.
Em outra estratégia, para aproveitar prêmios com as mudanças nos juros, Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, diz que a inflação baixa favorece ganhos reais em Tesouro IPCA e fundos de investimentos em renda fixa da família Ima-B para o médio prazo.
Publicidade
“Para quem vai ficar até o vencimento, por causa das oscilações de mercado, o ganho talvez não seja tão interessante. Mas para o horizonte de médio prazo, quando a economia se normalizar [pós-pandemia] há prêmios que podem ser capturados”, afirma Cruz.