- Apesar da crise, especialistas acreditam no futuro dos ativos digitais e, em painel neste sábado (25), tentaram entender qual será a próxima tendência
- Desde que atingiu a sua máxima histórica, em novembro do ano passado, o bitcoin, principal criptomoeda, desvalorizou 70%
- Entre as tendências mencionadas pelos especialistas estão a supervalorização da privacidade e a revolução no mercado financeiro
A aversão ao risco atingiu em cheio o mercado de criptoativos. Desde que atingiu a sua máxima histórica em novembro do ano passado o bitcoin, principal criptomoeda do mundo, desvalorizou 70%. Ativos como a Terra (LUNA) e NFTs (tokens não fungíveis) de jogos simplesmente derreteram, gerando grandes prejuízos aos investidores. Mas, mesmo em meio à crise, especialistas acreditam no futuro destes ativos digitais e, em evento realizado neste sábado (25), tentaram entender qual será a próxima tendência.
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Luiz Pedro, analista de Criptoativos da Nord Research, provocou os convidados do painel “Criptoativos: oportunidades durante o inverno cripto e perspectivas para os próximos anos” com a seguinte questão: “O bitcoin morreu?”
Alexandre Vasarhelyi, sócio-fundador da BLP Crypto, respondeu que à pergunta com um “não”, pois para ele os investidores entenderam que o bitcoin – e a sua classe de ativos – fazem parte de uma estratégia de longo prazo. “Uma coisa é ganhar dinheiro com criptoativo. A segunda é entender como funciona. Para os mais novos, a segunda é mais importante. É uma mudança, uma revolução, e deixamos o convite para vocês se aprofundarem no assunto”, disse, durante o debate. “É um instrumento que permitirá a descentralização”, acrescentou.
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Vasarhelyi afirmou ainda que tentar adivinhar a próxima evolução tecnológica significa tentar descobrir o que as pessoas inteligentes vão criar nos próximos anos. “Os talentos das universidades americanas estão indo para o blockchain (tecnologia que registra as transações entre ativos e que fundamenta os criptoativos)”. “O próximo tema está aí e ainda não vimos. Acompanhar as inovações é complicado”, afirmou o sócio-fundador da BLP Crypto. Para ele, a mudança será muito mais social do que tecnológica.
A respeito da próxima tendência e tendo em vista uma valorização acentuada da privacidade da sociedade, o cofundador da Paradigma Education, Felipe Sant’Ana, contou acreditar na formação de empresas com times anônimos: tanto chefes quanto funcionários terão as suas identidades reais ocultas. Além disso, disse que os ativos digitais provocarão uma descentralização tão grande a ponto de alterar a relação entre indivíduo e o Estado. Segundo ele, no futuro as pessoas estarão mais vinculadas ao meio digital e menos aos países onde nasceram, por exemplo.
Já Fabricio Tota, do Mercado Bitcoin, citou a revolução no sistema financeiro que os criptoativos são capazes de promover. Ele enxerga que a principal inovação que o bitcoin e demais criptoativos mostraram ao mundo diz respeito à propriedade. “É um ativo digital que você tem a posse, diferentemente de uma foto que você tem em uma rede social. Um ativo digital que é só seu”, disse Tota. Ele explicou que os ativos digitais podem se transformar, por exemplo, em garantias de empréstimos e posse.
“Tudo que temos de forma física poderemos ter de forma digital. Se a posse do seu carro for digital, você pode transferi-la de forma muito simples. Isso traz uma grande mudança no sistema financeiro. Num país como o Brasil, onde crédito tem grande relevância, isso é muito impactante”, afirmou o diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin.
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O evento realizado neste sábado na Capital paulista foi promovido pela Nord Research e patrocinado pelo Mercado Bitcoin.