

Os títulos do tesouro americano entraram no radar do investidor brasileiro devido à performance que reportam. Para se ter ideia, os rendimentos de títulos de 10 anos, chamados Treasuries, atingiram máximas em 16 anos.
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Os títulos do tesouro americano entraram no radar do investidor brasileiro devido à performance que reportam. Para se ter ideia, os rendimentos de títulos de 10 anos, chamados Treasuries, atingiram máximas em 16 anos.
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Dos fatores que incidem sobre o produto de investimento, destaque para o dólar, cuja escalada reflete diretamente sobre os papéis. A afirmação é do CEO da Corano Capital, Bruno Corano.
O brasileiro, radicado em Nova York, explica que a moeda norte-americana tem sido um porto seguro em tempos de instabilidade. “A maioria das reservas corre para o dólar como refúgio”, diz.
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Com este panorama, o investimento em títulos americanos, principalmente aqueles atrelados a juros de longo prazo, se consolida na preferência de quem deseja internacionalizar o patrimônio. Na prática, é o investidor global buscando proteção.
“Não há nada mais seguro a longo prazo do que os Treasuries”, frisa, citando os títulos do Tesouro dos EUA, e complementando que estes papéis estão pagando um valor interessante, especialmente considerando as instabilidades recentes.
Em relação ao câmbio, vale lembrar que o Boletim Focus, que é um compilado da opinião de economistas consultados pelo Banco Central (BC), e foi divulgado dia 2 de outubro, projeta o seguinte:
Corano lembra que nos últimos 10 anos o real enfrentou uma desvalorização significativa em relação ao dólar, perdendo mais de 54% de seu valor. Esse quadro dificulta a atração de investimentos e pode aumentar a fuga de capital do País.
O investidor brasileiro que começa a olhar para o mercado norte-americano com algum interesse fica perplexo com o horizonte de “oportunidades”. Para se ter ideia, o Brasil representa menos de 1% da economia financeira global, segundo Corano.
Outro ponto de atenção é o risco atrelado ao País, sendo que no Brasil há muito mais interferência, com o governo tendo que analisar recorrentemente o “risco jurídico” atrelado a seus próprios interesses.
O executivo afirma que o investidor brasileiro está em processo de reconhecimento desse mercado, pois ainda há muita gente posicionada na poupança. Entretanto, isso está mudando: em janeiro de 2023 a caderneta perdeu R$ 103 bilhões com alto volume de saques. Abril ficou marcado como o quarto mês seguido em que o brasileiro fugiu da poupança, retirando mais de R$ 6 bilhões.
Os interessados em investir em títulos americanos devem, primeiramente, abrir conta em uma corretora. É possível fazer todo o processo de forma online, o que desburocratiza tanto o cadastro, quanto a operação em si. Neste caso, trata-se do investimento direto. Veja outras formas:
Estes são fundos com cotas negociadas em bolsa que replicam o desempenho de índices de mercado. Aqui, o investidor deve buscar ETFs que sigam índices de Treasuries.
Este é um ativo de renda variável brasileiro, que acompanha os ETFs emitidos no mercado internacional.
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A tendência, daqui para o fim do ano, é de que ocorra no mercado um “rally” em treasuries, justamente por conta de uma antecipação acerca dos leilões de títulos do Tesouro americano previstos para o último trimestre.
O movimento se dá pela necessidade que o governo norte-americano tem em se refinanciar com maior frequência. Vale mencionar que a dívida americana equivale a 122% do PIB, e este montante é significativamente alto para um momento de pleno emprego.
Coordenador de alocação e inteligência da Avenue, José Maria Silva destaca que o investir deve se ater ao fato de que as taxas de juro mais altas em bem mais de uma década, oferecendo um retorno de mais de 5% nos papéis mais curtos (até dois anos) e de níveis de cerca de 5% para as demais durações, torna o setor bastante atrativo.
Em relação ao futuro, ele esclarece que o mercado estima que o primeiro corte de taxa de juro chegará em julho de 2024. Com isso, até lá a expectativa é de taxas altas. “O que poderia alterar isso seria uma recessão econômica (antecipando o corte de juros) ou uma inflação mais resiliente que o esperado (adiando ainda mais o corte de juros)”, aponta.
O executivo reforça que o investidor brasileiro está acostumado com a renda fixa e gosta desse tipo de instrumento. Quando entende que esse retorno traduzido para real é não só a taxa contratada, mas também a performance do real contra o dólar, o investidor percebe que tem um produto que pode até bater o tradicional CDI. “A possibilidade de obter retorno em dólar pagando cerca de 5% de retorno garantido é um enorme atrativo”, indica.
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