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As dicas de investimento que Luiz Barsi dá em seu livro de memórias

Segundo ele conta em 'O Rei dos Dividendos', estratégias e critérios ajudaram a construir sua fortuna

As dicas de investimento que Luiz Barsi dá em seu livro de memórias
Em livro de 2022, Barsi explica algumas das suas estratégias para chegar ao posto de maior investidor individual da Bolsa. (Foto: AGF)
O que este conteúdo fez por você?
  • Setores como o varejo, transporte e companhias aéreas nunca foram sua praia
  • Ele sempre preferiu projetos que considera sustentáveis a longo prazo
  • Conheça algumas das dicas que aparecem nas memórias do investidor de 84 anos

“Tudo o que eu queria, na verdade, era nunca mais voltar à pobreza de onde vim.” Luiz Barsi Filho descreve assim o ímpeto que o transformou em maior investidor individual da bolsa brasileira.

Em “O Rei dos Dividendos” (Editora Sextante), obra autobiográfica publicada em 2022, Barsi narra sua história como a de “self-made man” (mesmo que não utilize o termo), expressão em inglês que designa aquelas pessoas que alcançaram o sucesso por mérito próprio, apesar das adversidades.

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O caminho de Barsi até chegar à riqueza percorre crises econômicas, financeiras, políticas, mudanças de moeda, a pandemia e o que mais tenha acontecido de relevante para os mercados entre meados dos anos 1960 e hoje.

Segundo descreve no livro, estratégias e critérios ajudaram a construir sua fortuna. Conheça algumas das que aparecem nas memórias do investidor de 84 anos.

Estratégia que resulte em alta e lucro

Barsi teve um mentor durante os seus primeiros anos atuando no pregão. Herbert Cohn, descreve Barsi, era um “operador solitário, independente, sem conexões com a bolsa ou com outras instituições  financeiras, bem-humorado e comunicativo”.

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A lição Barsi recebeu de Cohn é simples — e como ele mesmo diz, pode parecer óbvia: “Ao operar determinado papel, é preciso conceber e aplicar uma estratégia que resulte em alta e lucro. Pode dar errado, pode ser insuficiente, mas ter uma estratégia é sempre melhor do que a aventura de arriscar sem qualquer fundamento”.

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A filosofia o guia até hoje. Barsi relembra as lições de Cohn ao explicar, por exemplo, sua compra de ações da Cielo a partir de 2018.

Os setores que sempre evitou

Não é novidade alguma a opinião de Luiz Barsi sobre alguns setores. Em especial, o varejo e as companhias aéreas. E o escrutínio dos setores foi estabelecida por ele como uma regra para a formação de sua carteira.

E o economista não deixa de fazer a avaliação em seu livro. Entusiasta de projetos sustentáveis a longo prazo na composição da sua “carteira de previdência”, se dedicou a estudar quais setores aproveitaria e quais deveria evitar.

“Alguns de que logo aprendi a manter distância foram o varejo, pela imediata sensibilidade a qualquer momento de crise, e as companhias aéreas, uma indústria com custos elevados e muito sensível às oscilações da economia, além de altamente regulada”, escreve.

Juntam-se a esses segmentos turismo, saúde, transportes e shoppings centers, por exemplo. Compras no IPO (abertura de ações de uma empresa) também nunca foram sua praia.

Foi um critério a que diz ter se mantido fiel, não importa se algumas boas oportunidades tivessem sido perdidas no caminho.

De quantas empresas é composta a carteira

A composição da carteira de Barsi segue um critério simples, e também se trata de uma das suas teses para atingir a aposentadoria por meio dos dividendos.

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Empresas pagam dividendos duas vezes ao ano? Então, para garantir a aposentadoria, precisaria de uma careira com seis dessas, para fechar 12. Mas e se pagassem uma vez ao ano? Precisaria de 12 delas. Martelo batido: “Acabei concluindo que 12 era um bom número, e nas décadas seguintes procuraria me ater a essa média, oscilando um pouco, para menos ou mais”.

“O importante é a quantidade de papéis que se possui”

Quantidade e preço das ações são dois importantes elementos que compõem os critérios que guiam as escolhas de Barsi. Ele sintetiza a ideia ao afirmar que “o importante no mercado de ações é a quantidade de papéis que se possui, e não o patrimônio representado por eles”.

Barsi se acostumou a comprar ações a baixos custos, com potencial de pagamento de dividendos interessante. Ele entendeu que, com preços de ações em queda, ele poderia somar uma maior quantidade de papéis. Por consequência, receberia mais dividendos.

Hoje maior acionista individual do Banco do Brasil, Barsi chegou a comprar ações da empresa a 60 centavos (importante dizer que no livro Barsi utiliza o real a título de comparação em diversas das suas exemplificações, mesmo que a moeda vigente à época tenha sido outra).

“Usando” a renda fixa

Como se pode imaginar, Barsi nunca foi um entusiasta da renda fixa, a que ele prefere chamar de “perda fixa”. Mas não a descarta. O investidor diz usá-la; prefere esse verbo a “aplicar”.

Ele utiliza a renda fixa como uma espécie de “modalidade de resgate automático”. Quando não vê melhores fins em novas aplicações para algum rendimento fruto de dividendos, afirma manter o valor em aplicações de renda fixa, aguardando uma nova oportunidade de mercado.

Prioridade, disciplina e paciência

Três palavras que são como um mantra no decorrer de toda sua autobiografia: prioridade, disciplina e paciência. Suas metas de compras de ação, sempre guiadas pelos critérios, seguiam essas máximas, ou “atitudes mentais”, como diz.

Sua prioridade era comprar ações, desde quando definiu seus métodos. Para isso, investia tudo o que sobrava, de forma disciplinar.

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Com visão a longo prazo, buscando a aposentadoria por dividendos, Barsi afirma que sempre soube que deveria ser paciente para que sua estratégia desse frutos.

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