Investimentos

Como escolher os melhores CDBs com a Selic em 13,75% ao ano

Levantamento mostra que rentabilidades de ativos disponíveis no mercado variam entre 70% e 132% do CDI

Como escolher os melhores CDBs com a Selic em 13,75% ao ano
Há opções de CDBs com aplicação inicial a partir de R$ 1, mostra levantamento. (Foto: Envato)
  • Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são investimentos "queridinhos" dos investidores, especialmente com a taxa de juros em 13,75% ao ano
  • Um levantamento feito pelo Yubb mostra que é possível encontrar no mercado CBDs que pagam entre 70% e 132% do CDI
  • Mas, segundo especialistas, para além das taxas, é preciso levar em conta o perfil de risco do investidor, os prazos de vencimento, e tipos de indexadores antes de escolher por um ou outro ativo

A renda fixa tem tudo para brilhar novamente em 2023. Nesta quarta-feira (22), o Comitê de Política Monetária (Copom) seguiu o consenso do mercado ao manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano. A manutenção da taxa no patamar onde já está estacionada desde agosto do ano passado tem levado os investidores de volta aos ativos mais conservadores.

Entre os queridinhos, estão os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), investimentos de renda fixa emitidos por vários bancos e instituições financeiras do País. Nesta reportagem de 2022, mostramos que os CDBs eram o investimento favorito de investidores da classe A e B no Brasil.

Esses títulos são uma das principais maneiras dos bancos se capitalizarem. Na prática, ao aplicar em um CDB, os investidores “emprestam” dinheiro a essas instituições para receberem em troca uma remuneração em juros, que varia de acordo com o tipo de indexador escolhido e o prazo de vencimento da aplicação.

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Atualmente, as taxas de remuneração estão bastante atrativas, mas variam de acordo com o tamanho da instituição emissora do título. Um levantamento feito pelo buscador de investimentos Yubb calculou a rentabilidade média de CDBs disponibilizados no mercado brasileiro por bancos partir de plataformas digitais voltadas ao varejo de pessoas físicas.

Os dados mostram que, entre os ‘bancões’, é possível encontrar ofertas de CDBs com rentabilidade entre 70% do CDI e 90% do CDI, com prazos de vencimentos variando entre 30 dias a 5 anos, e aplicações mínimas a partir de R$ 100.

Já entre os que são considerados bancos médios e pequenos pelo Yubb, a rentabilidade varia entre 96% a 132% do CDI, em aplicações com vencimento entre 30 dias e 8 anos, que podem ser feitas a partir de R$ 1,00.

A pedido do E-Investidor, o Yubb levantou quais são os 5 CDBs que atualmente oferecem a melhor rentabilidade entre os grandes e pequenos bancos. Confira:

  • CDB de bancos grandes
Emissor Valor mínimo Rentabilidade Prazo
Itaú Unibanco R$ 100 89% do CDI 3 anos
Itaú Unibanco R$ 500 87% do CDI 2 anos
Bradesco R$ 100 87% do CDI 4 anos
Santander R$ 1.000 85% do CDI 4 anos
Itaú Unibanco R$ 500 81% do CDI 1 ano

 

  • CDB de bancos médios e pequenos
Emissor Valor mínimo Rentabilidade Prazo
C6 R$ 5.000 14,65% prefixado 3 anos
Master R$ 1.000 14,65% prefixado 3 anos
Paulista R$ 1.000 118% do CDI 4 anos
BMG R$ 1.000 IPCA + 6,91% 4 anos
Agibank R$ 1.000 14,32% prefixado 2 anos

Como escolher o melhor?

Com tantas opções no mercado, alguns fatores precisam ser levados em conta na hora de tomar a decisão em qual investir. Simone Albertoni, analista de produtos financeiros de renda fixa da Ágora Investimentos, explica que não vai existir um CDB que seja bom para todo mundo. “É preciso saber se o investidor está disposto a assumir risco ou não e qual o objetivo dele com aquele recurso para tomar a decisão mais correta.”

A análise precisa passar por três pontos principais: perfil de risco, indexador ou a forma de remuneração daquele ativo, e prazo de vencimento.

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O próprio rendimento, que costuma ser o primeiro indicador a saltar os olhos, varia bastante, como mostra o levantamento da Yubb. Isso acontece por causa do chamado “risco de crédito”: a chance de a empresa emissora não honrar com os pagamentos prometidos, que é maior em instituições menores do que nos grandes bancos. Por isso, a rentabilidade dos CDBs de empresas médias ou pequenas é maior.

“Quanto maior for a taxa, maior é o risco daquele ativo”, diz Jaqueline Benevides, analista de renda fixa da casa de análises do TC. Embora praticamente todos os CDBs contem com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para aplicações até R$ 250 mil, a analista recomenda que o investidor cheque no site do FGC se a instituição emissora daquele ativo está contribuindo para ter a garantia da proteção. Um cuidado extra, mas que pode dar maior segurança na hora da aplicação.

Para investidores mais conservadores, CDBs de instituições mais consolidadas podem ser opções melhores, ainda que com rentabilidades mais baixas. “Eu não gosto de investir em bancos que oferecem simplesmente a maior taxa”, destaca Vinicius Romano, analista de renda fixa na Suno Research. “É sempre importante fazer uma análise de crédito, olhar os principais indicadores da instituição como rentabilidade, índice de basiléia e diversos pontos sobre a carteira de crédito”, destaca.

O perfil de risco do investidor também vai ajudar na escolha do indexador do CDB, que assim como em outros investimentos de renda fixa pode ser pós-fixado, prefixado ou híbrido (atrelado ao IPCA, com uma parte prefixada).

Para quem busca maior segurança, os CDBs pós-fixados, que são diretamente ligados ao CDI, podem ser opções melhores. “A rentabilidade do investimento vai acompanhar um percentual do CDI. Dá para encontrar um CDB com liquidez diária que pague 100% do CDI, e, para prazos mais longos, a partir de 2 anos, é possível encontrar ativos pagando 110% a 115% do CDI nessas modalidades”, destaca Renan Suehasu, planejador financeiro CFP e sócio da A7 Capital.

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O especialista destaca que, para investidores mais agressivos, os prefixados podem ser boas opções, dado que a expectativa de mercado é que o próximo movimento da Selic será de queda. Uma opção que faz mais sentido para investidores com prazo de investimento mais longos. “Com os juros nesse patamar, é mais vantajoso ficar em um CDB pós-fixado, mas se o investidor consegue comprometer esse dinheiro por um período mais longo, aí sim é legal olhar com mais carinho para os IPCA+ ou o próprio prefixado”, explica Benevides, do TC.

De olho em IOF e IR

Assim como nos títulos do Tesouro Direto, o rendimento dos CDBs também é cobrado no Imposto de Renda. As alíquotas são regressivas:

  • 22,50% para prazos de investimentos ou resgates antes de 6 meses;
  • 20%, entre 6 meses e 1 ano;
  • 17,5% entre 1 ano a 2 anos;
  • 15% para períodos superiores a 2 anos.

As aplicações também podem ser taxadas por IOF para resgates antes de 30 dias. Neste caso, a alíquota também vai reduzindo conforme o passar do tempo: 96% para aplicações de apenas 1 dia até 3% para prazos de 29 dias. A partir do 30º dia, a aplicação fica isenta de IOF.

Na hora de contratar um CDB, esses dois fatores precisam ficar no radar. A depender do prazo desejado para aquela aplicação, a incidência de IR e de IOF pode fazer com que outros ativos isentos dessas cobranças sejam mais atrativos para determinados investidores.

“Tem que ficar atento, talvez possa ser mais interessante olhar para um investimento isento de imposto de renda mesmo que pague menos”, explica Benevides, do TC. “Se o investidor vai precisar sair da aplicação antes dos 30 dias, o IOF é muito pesado; pode ser um tiro no pé. Nesse caso, talvez seja mais atrativo olhar para os CDBs com liquidez diária”.

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