Quem se arrisca no mercado de renda fixa logo encontra diversas possibilidades de investimentos, considerando que cada ativo dessa classe pode apresentar duas ou mais variações de si mesmo. A questão é saber qual se adequa melhor ao perfil do investidor e ao contexto econômico do momento.
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A taxa Selic, principal referência dos juros brasileiros, estagnou no patamar de 10,5% ao ano — sem perspectiva de quando o Comitê de Política Monetária (Copom) deve retomar seu ciclo de cortes. Nos Estados Unidos, espera-se que o Federal Reserve (Fed, o bc estadunidense) comece a cortar juros ainda neste ano, ainda que não haja uma data definida para isso.
Dado o cenário, os produtos de renda fixa brasileiros voltam a ganhar destaque no mercado. Em especial, entre os investidores que não abrem mão da sensação de segurança e de saber ao certo quanto devem receber de suas aplicações. Mas, como mencionado, as opções são muitas, e saber o que esperar de cada uma é a melhor maneira de montar uma carteira condizente com o perfil e as necessidades do titular dela.
Títulos públicos do Tesouro
A plataforma do Tesouro Nacional, conhecida como Tesouro Direto, oferece títulos públicos em parceria com a B3. Assim como outras aplicações, funciona como um empréstimo: o governo federal capta recursos para financiar investimentos públicos. Em troca, devolve ao investidor uma remuneração acrescida de juros, sobre o tempo e o valor deixado sob sua tutela.
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Por estarem associados à União, esses títulos públicos trazem mais segurança a quem investe. Assim como para outros produtos de renda fixa, há a possibilidade de adquirir ativos prefixados (Tesouro Prefixado), atrelados à inflação (Tesouro IPCA) ou à taxa básica de juros do País (Tesouro Selic).
Nos casos em que o ativo é vinculado a um determinado índice ou taxa de juros, a possibilidade de variação dos retornos ao longo do tempo é maior do que nos produtos prefixados. Essa característica é observada em qualquer título, seja ele público ou privado.
Recentemente, o produto Tesouro IPCA+ chamou a atenção no mercado por estar remunerando acima de 6% ao ano. A oportunidade é vista por especialistas como rara e gerou interesse entre aqueles que podiam surfar a onda. Essa não foi apenas uma estratégia para se proteger contra a desvalorização da moeda (já que o produto acompanha a inflação), mas também ofereceu ganhos reais elevados.
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
O CDB é um dos títulos mais populares e pode ser encontrado com facilidade em bancos e corretoras. Ele é negociado sob condições muito distintas, estabelecidas pela instituição financeira contratada. Também pode ser negociado sob três formatos: prefixado, pós-fixado e híbrido.
Alguns deles apresentam liquidez diária, enquanto outros têm liquidez no vencimento. Via de regra, o CDB prefixado é um ativo com vencimento, de modo que a remuneração contratada é garantida pelo banco ou corretora, desde que o investidor cumpra o prazo acordado.
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Mas na modalidade de CDB pós-fixado, eles podem oferecer liquidez diária ao contratante, surgindo como uma opção de reserva de emergência. Isto é, são mais fáceis de serem vendidos antes do vencimento, no caso de imprevistos. Mas costumam remunerar abaixo dos prefixados.
Como se vê, é uma questão de entender as prioridades. Nesta matéria, o E-Investidor tratou dos CDBs que oferecem retornos de 130% do CDI e em quais condições eles valem mais a pena.
Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA)
As LCIs e LCAs são aplicações que financiam os setores imobiliário e do agronegócio e funcionam da mesma maneira que as outras rendas fixas apresentadas. No entanto, esses títulos chamam a atenção por serem isentos de Imposto de Renda (IR) e outras taxas administrativas. Ainda que o rendimento nominal de um CDB seja superior ao de uma LCI ou LCA, os tributos podem abocanhar uma parcela expressiva do primeiro.
Um CDB com rendimento de 100% do CDI pode ser encontrado sem grandes dificuldades no mercado brasileiro. O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) se encontra no patamar de 10,65% ao ano, orbitando a principal referência dos juros no País (a taxa Selic).
Fazendo uma aplicação de R$ 1 milhão por 12 meses, com um CDB nas condições acima, o investidor receberia cerca de R$ 106,5 mil ao término do contrato. No entanto, o período da aplicação levaria ao desconto de 17,5% de IR. Descontada a alíquota do tributo, o retorno final seria R$ 87,9 mil.
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O mesmo valor de R$ 1 milhão em uma LCI, com rendimento de 90% do CDI (produto comum no mercado), retornaria ao investidor R$ 95,8 mil. Mas nesse caso não haveria descontos de IR. A diferença entre retornos seria de quase R$ 8 mil em favor da LCI, mesmo que o rendimento do CDI oferecido pelo CBD fosse maior, no início do processo.
As LCIs e LCAs também estão disponíveis como prefixadas e pós-fixadas, podendo utilizar um índice de inflação ou a taxa Selic como seu indexador de referência. No entanto, as LCIs e LCAs estão sujeitas a períodos mínimos de carência, em que não podem ser negociados — normalmente, 12 meses.
O mais recomendado é que antes de adquirir qualquer título de renda fixa, o investidor busque o aconselhamento de profissionais capacitados de finanças. Além de apontarem o perfil de cada pessoa (e os ativos mais adequados), um assessor de investimentos pode ajudar a entender as necessidades e urgências que o cliente tem.