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- Além do Tesouro Direto, há um amplo leque de oportunidades em títulos de crédito corporativo isentos de Imposto de renda
- A perspectiva para a Selic piorou, o que reforça a ideia de bons retornos para quem quer investe em juros
- Títulos com duration mais curta permitem ter uma melhor compreensão do cenário de taxas de juros no Brasil
A tendência no horizonte de curto prazo é de juros em patamares elevados no Brasil, fazendo com que a renda fixa siga procurada em maio pelos investidores. Além dos títulos públicos do Tesouro Direto, de boa rentabilidade, há um amplo leque de oportunidades em títulos de crédito corporativo isentos de Imposto de Renda, como os certificados de recebíveis Imobiliários e agropecuários (CRIs e CRAs), além de debêntures incentivadas.
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“Todos esses são papéis privados com perfil de risco conservador e negociam a patamares acima de IPCA+6%, mas contam com isenção de Imposto de Renda. Isso os torna produtos mais atrativos em termos de rentabilidade”, explica Gustavo Saula, analista de Investimentos no Solutions MFO.
Para o diretor de Educação e Certificação da Apimec Brasil, Marco Saravalle, colunista do E-Investidor, os indexadores são mais importantes do que verificar se o título é público ou privado. “Tanto os títulos atrelados à inflação (IPCA) como os prefixados estão abertos (com juros em alta), parece que até tem um exagero”, analisa.
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Ele ressalta que é importante manter uma carteira bem diversificada e com indexadores diferentes. “Também tem que ter uma parcela de CDI, que ainda está muito alto no Brasil. Embora esteja caindo, mas é num patamar muito alto”, complementa. O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é uma taxa de juros diária negociada entre os bancos para empréstimos entre si e seu rendimento tende a acompanhar de perto a Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Banco Central.
A taxa do CDI, por sua vez, é utilizada como referência para os títulos privados de renda fixa, como os Certificados de Depósito Interbancário (CDBs), CRIs, CRAs e debêntures.
Reserva de emergência e prefixados
Jonas Chen, gestor de portfólio da B. Side Wealth Management lembra que a perspectiva para a Selic mudou recentemente. No começo de 2024, a taxa era precificada para terminar o ano entre 9% e 9,5%. Hoje já se fala em 10%, o que reforça a ideia de bons retornos para quem quer investir em reserva de emergência.
Títulos privados que pagam CDI e os públicos do Tesouro Selic (LFTs) têm liquidez diária. Ou seja, podem ser transformados em dinheiro no bolso todos os dias. Por isso, são considerados como investimentos para imprevistos e despesas urgentes, a chamada reserva de emergência.
A volatilidade dos juros no curto prazo também abriu uma ótima janela de entrada para os prefixados, que até bem pouco tempo vinham sendo desaconselhados pelos especialistas. “O prefixado melhorou um pouquinho este mês”, avalia Antonio Sanches, analista da Rico. “A gente vê oportunidade em IPCA e prefixado, com um percentual reduzido de prefixado na carteira em relação ao IPCA”, diz.
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Sanches explica que o Tesouro IPCA + com vencimentos de médio prazo parece ser mais atrativo atualmente. No dia 30 de abril, era possível conferir no site do Tesouro Direto que o Tesouro IPCA com vencimento em 2029 pagava 6,20% de juros prefixados, 0,09 pontos percentuais a mais que o mesmo título que vence em 2045.
“Para os títulos prefixados (antigas Letras do Tesouro Nacional, LTNs), a gente tem preferência por vencimento mais curto, o de 2026 parece mais atrativo nesse momento, quando a gente olha títulos acima de 11%”, diz Sanches. Ele espera que o Banco Central chegue a uma taxa terminal de 10% ao final do ano, o que traria “um pouquinho de prêmio para o investidor nesse vencimento”, diz.
Na Rico, a preferência é por títulos com duration de cerca de 5 a 6 anos, pois prazos mais curtos, permitem ter uma melhor compreensão do cenário de taxas de juros no Brasil, o que os torna preferíveis em termos de investimento. Em outras palavras, são títulos menos voláteis. No caso as recomendações são tanto para os títulos do Tesouro Prefixado, quanto para Tesouro IPCA + que pagam juros semestrais.
Para entender o conceito, é preciso entender o significado de duration, que é o vencimento médio ponderado dos pagamentos do título. Quanto mais largo for seu prazo, maior é a sensibilidade do preço do título às mudanças nas taxas de juros. Por isso, títulos com vencimentos mais longos têm maior volatilidade de preços no mercado secundário.
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Além disso, títulos que têm pagamentos semestrais também têm uma duration reduzida em relação àqueles que pagam somente no vencimento, mesmo tendo vencimentos iguais. Isso acontece porque os pagamentos de juros semestrais diminuem o tempo médio de recebimento de dinheiro na conta. E, como vimos, duration tem a ver com o tempo necessário para que o investimento se transforme em grana.