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Rede de hotel deixa FII sem respostas e cotistas pagam o preço da inadimplência

Dificuldade financeira de famosa marca global que se arrasta há quatro meses virou dor de cabeça para os cotistas

Rede de hotel deixa FII sem respostas e cotistas pagam o preço da inadimplência
Com sede em Londres, no Reino Unido, a rede hoteleira possui operações em nove países (Foto: Selina)

Há três meses, os cotistas do Mognos Hotéis (MGHT11) não recebem dividendos devido à inadimplência de todo o portfólio – o que já se arrasta por quatro meses consecutivos. Em seu último relatório gerencial, publicado na última terça-feira (15), o fundo imobiliário afirmou que tem cobrado respostas do Grupo Selina, devedora dos ativos, sobre quando irá regularizar os pagamentos.

Procurada pelo E-Investidor, o Grupo Selina não respondeu a nossa solicitação de posicionamento sobre o assunto. Reforçamos que o espaço continua aberto.

Como mostramos nesta reportagem, a rede hoteleira é devedora tanto dos aluguéis dos imóveis, localizados nas cidades de São Paulo (SP) e de Búzios (RJ), quanto dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), detidos pelo fundo. Os ativos respondem por 100% do patrimônio líquido do MGHT11.

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A esperança de que a situação fosse normalizada surgiu em agosto quando Collective Hospitality PTE LTD comprou os ativos da Selina Hospitality PLC, controladora das sociedades do grupo Selina. Mas, desde o anúncio da compra, os gestores do Mognos Hoteis não receberam nenhuma proposta ou plano de recuperação das operações do grupo no Brasil.

“Tão pouco tivemos oportunidade de discutir um plano específico de recuperação da operação brasileira, o que aumenta nossa preocupação em relação à capacidade creditícia da Selina Brasil, assim como a retomada do pagamento dos aluguéis e de suas obrigações com os CRIs”, informou o fundo em seu último relatório gerencial.

Sem respostas, o Mognos Hotéis (MGHT11) notificou a Selina Brasil e a Collective para que ambas as empresas prestem esclarecimentos sobre a continuidade das suas atividades no Brasil. Enquanto uma solução para o problema não surge, o fundo decidiu suspender a distribuição de dividendos a partir de agosto até que a situação seja normalizada.

A última distribuição aconteceu em julho, quando os cotistas receberam R$ 0,13 por cota em dividendos. Desde quando a inadimplência do Grupo Selina foi comunicada aos cotistas, as cotas do Mognos Hotéis (MGHT11) acumulam uma desvalorização de 47,5%, sendo negociadas R$ 18,28.