- Em junho do ano passado, elas somavam US$ 10 bilhões. Hoje, alcançam US$ 109 bilhões em capitalização
- As stablecoins com maior capitalização são Tether (USDT), USD Coin (USDC), Binance USD (BUSD), Paxos Standard (PAX)
- Essa classe de moedas foi criada como tentativa de diminuir os impactos da volatilidade para os investidores
Conhecidas como “moedas estáveis”, as stablecoins são uma tentativa de diminuir a volatilidade das criptomoedas igualando-a a um ativo estável, como o dólar e o ouro.
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Assim como os bancos centrais controlam a criação de moeda para evitar alta da inflação, as stablecoins também podem sofrer com a discrepância na relação entre oferta e demanda. Nos EUA, o banco central demonstrou preocupação com o que esta classe de ativos pode causar.
USDT, USDC e BUSD: quais as diferenças?
Essa classe de moedas foi criada como tentativa de diminuir os impactos da volatilidade. Quando os ativos estiverem com perspectivas de alta, o investidor poderia mantê-los nas moedas estáveis. Desse modo, os recursos estariam prontos para serem alocados em outros ativos, sem a necessidade de esperar um tempo maior para o processamento.
Do mesmo modo, quando houver uma percepção de queda, o investidor poderia transferir os bitcoins, por exemplo, para uma stablecoin, evitando a desvalorização. Outra função é relacionar as criptomoedas convencionais com diferentes moedas fiduciárias, ou seja, utilizadas por governos (dólar, euro, real), o que facilitaria transações entre países diferentes.
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As stablecoins com maior capitalização são Tether (USDT), USD Coin (USDC), Binance e USD (BUSD). Confira esses dados a seguir:
Top 7 stablecoins por market cap | |||
Nome da moeda | Ticker | Capitalização | Preço |
Tether | (USDT) | US$ 68,2 bi | US$ 1 |
USD Coin | USDC) | US$ 46,4 bi | US$ 0,9950 |
Binance | (BUSD) | US$ 20,9 bi | US$ 0,9977 |
Dai | (DAI) | US$ 6,3 bi | US$ 0,9943 |
TerraUSD | (UST) | US$ 417,9 mi | US$ 2,51 |
TrueUSD | (TUSD) | US$ 884,4 mi | US$ 1 |
Paxos Standard | (PAX) | US$ 908,2 mi | US$ 0,9981 |
Fonte: CoinGecko. Acesso 5 de outubro de 2022. |
Regulamentação do mercado das stablecoins
Justamente por conta do crescimento acelerado, autoridades monetárias dos EUA buscam legislar sobre os ativos, exigindo que as empresas emissoras de stablecoins obtenham uma licença e sigam os regulamentos bancários em sua jurisdição.
Além disso, requisita que essas empresas mantenham reservas equivalentes ao valor em dólares de suas emissões de stablecoin no Federal Reserve (Fed, banco central americano), que precisa dar aprovação seis meses antes das “novas” moedas ficarem disponíveis.
Futuro das stablecoins
O presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren, apontou que as stablecoins podem ser um desafio para o futuro da estabilidade financeira americana. Em entrevista para o portal Yahoo Finance, o representante estadual do banco central americano acrescentou que este tipo de ativo pode perturbar os mercados de crédito de curto e longo prazo.
“Preocupo-me com o fato de que o mercado de stablecoins, que atualmente está praticamente desregulado à medida que cresce e se torna um setor mais importante de nossa economia. Precisamos levar a sério o que acontece quando as pessoas correm com esse tipo de instrumento muito rapidamente.”
Com o intuito de normatizar as moedas estáveis, representantes do congresso americano propuseram o Stable Act (Stablecoin Tethering and Bank Licensing Enforcement). “Nenhum desenvolvimento acontece da noite para o dia, e a organização das stablecoins terão um papel integral a desempenhar no futuro amadurecimento dos criptoativos”, escreveu o professor e especialista em criptomoedas, Sean Stein Smith, para a Forbes.
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O professor ainda ressalta que essa classe cresce rapidamente e em âmbito global, o que pode estimular projetos de lei como o americano em outros países. A tentativa de regulamentação não foi bem recebida pelo mercado cripto. As emissoras temem o aumento do custo e surgimento de obstáculos para os investidores.
Bruno Milanello, executivo de investimentos do Mercado Bitcoin, explica que estas moedas não são necessariamente investimentos, mas funcionam como um lastro para garantir a validade das criptomoedas. Segundo Milanello, esses ativos devem ser o caminho para os bancos centrais lançarem as próprias moedas digitais, como El Salvador.
“O blockchain é um livro-razão público, então tudo pode ser analisado. Em um futuro próximo, por exemplo, se o governo federal tiver uma moeda digital própria e direcionar um determinado valor para um setor, como educação, é possível garantir que estes recursos sejam usados apenas nesse segmento”, explica.