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- A indústria de fundos de investimento amargou fortes perdas em 2023, na esteira dos juros altos
- Para o ano que vem, a expectativa é uma conjuntura melhor, principalmente para os fundos de ações e multimercados
- Entretanto, a cautela impera entre os especialistas, já que os riscos fiscais no Brasil se acentuaram. E nos EUA, ainda há incertezas sobre a política monetária
Os fundos de investimentos viveram uma fase de amargura em 2023. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a indústria perdeu R$ 63,4 bilhões entre janeiro e novembro, dado mais recente.
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As maiores saídas foram registradas nos multimercados, classe em que a captação ficou negativa em R$ 99,1 bilhões. Os fundos de ações, por sua vez, secaram em R$ 25,3 bilhões no período – e a sangria chegou até para os fundos de renda fixa. Esta classe assistiu a R$ 16,7 bilhões voarem para fora das aplicações.
Por trás deste cenário está a taxa de juros alta no Brasil. A Selic começou 2023 aos 13,75% ao ano e, apesar dos cortes promovidos pelo Banco Central, chegou ao fim do ano ainda elevada, em 11,75% ao ano. Ou seja, os prêmios na renda fixa continuam interessantes e atraindo capital para os ativos mais conservadores e simples, como o Tesouro Selic e Certificados de Depósitos Bancários (CDBs).
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Além disso, a performance mais negativa dos fundos multimercados (FIM), por exemplo, contribuiu para acelerar a evasão. De acordo com levantamento feito pela Economatica em parceria com a gestora TC Pandhora, a pedido do E-Investidor, apenas 21% dos FIMs bateram o CDI entre janeiro e 8 de dezembro deste ano. Esse percentual é de 46% para os FIAs, cujo benchmark é o Ibovespa.
Para os FIMs, o estudo considerou fundos acima de 100 cotistas, pelo menos R$ 10 milhões de patrimônio, ativos e tradicionais. No levantamento dos FIAs, não foram consideradas as aplicações de crédito privado.
Alex Lima, estrategista-chefe da Guide Investimentos, ressalta que a fuga de capital e cotistas alimentou os resultados ruins, e vice-versa. Isto porque a diminuição dos ativos sob gestão resulta em menos receita para as gestoras via taxa de administração. “Geralmente, os FIMs vão muito bem quando há cortes de juros. Não foi o que aconteceu em 2023, por conta da alta volatilidade”, diz.
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