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O que fazer com o 13º para ele render mais do que um salário?

Com o dinheiro caindo na conta, a recomendação é buscar aplicações com retorno superior ao da poupança

O que fazer com o 13º para ele render mais do que um salário?
(Foto: Envato Elements)
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  • O pagamento do 13º deverá injetar na economia brasileira cerca de R$ 291 bilhões
  • Parte desse recurso deve chegar às mãos dos trabalhadores até o final do mês de novembro.
  • O investimento desse dinheiro está atrelado a estratégias e prazos

O pagamento do 13º salário deverá injetar na economia brasileira cerca de R$ 291 bilhões, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Parte desse recurso deve chegar às mãos dos trabalhadores até o final do mês de novembro, conforme determina a Lei, ou seja, nas próximas duas semanas.

Para aqueles que estão com as contas no azul, ou seja, sem dívidas que demandem o pagamento imediato e, consequentemente a utilização desse dinheiro, a pergunta que fica no ar é “o que fazer com o 13º salário?” Isso porque muita gente já deixou a poupança de lado e busca retornos mais robustos, mas ainda assim com segurança.

Ainda de acordo com o Dieese, o valor representa aproximadamente 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) e será pago a cerca de 87,7 milhões de pessoas: trabalhadores do mercado formal, beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios. Em média, cada trabalhador deverá receber R$ 3.057.

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Para Bruna Allemann, economista e head de investimentos internacionais da Nomos, tão importante quanto investir é montar uma reserva de emergência. Melhor que isso, diz, é fazer de sua reserva de emergência um investimento. Por isso, elenca alguns produtos que considera serem oportunos diante do cenário macroeconômico atual. São eles:

  • Tesouro Direto: com meros R$ 30 já é possível adquirir títulos públicos e tudo isso por meio da plataforma do governo na internet. Ou seja, rápido e fácil. “Para a reserva de emergência, a escolha deve ser o Tesouro Selic”, destaca.
  • CDB: trata-se do Certificado de Depósito Bancário, ou seja, um título emitido pelos próprios bancos como uma maneira de arrecadar recursos para financiar suas atividades. “É como se fosse um empréstimo do investidor para o banco, sendo remunerado por isso, é claro”, ressalta.

Entretanto, para pessoas que não têm predileção por montar uma reserva de emergência, antes de sair aplicando o 13º é preciso definir os objetivos financeiros, segundo a especialista. “Estes objetivos é que vão direcionar os seus investimentos”, afirma. Veja como de planejar:

  • Objetivos de curto prazo, até 1 ano: aplicações sem risco e com liquidez, como as que servem para a reserva de emergência;
  • Objetivos de 1 a 5 anos: aplicações de renda fixa com prazo maior, como CDBs, LCIs e títulos do Tesouro com mais de um ano;
  • Objetivos acima de 5 anos: ações, fundos de ações, fundos multimercados, fundos imobiliários e investimentos no exterior.

Agora, pensando no cenário atual da economia nacional e global, a economista escolheria os títulos de renda fixa pré-fixados (Brasil). “Estamos em uma expectativa de queda da Selic. E essa escolha garante uma boa rentabilidade”, destaca. Segundo a especialista, se a taxa de juros está subindo, é uma boa olhar para investimentos como o Tesouro Selic ou CDBs de liquidez diária, que rendem mais conforme a taxa de juros sobe. “Mas se a taxa está caindo e você percebe que chegou no topo, aí é hora de olhar para títulos prefixados que garantem bons rendimentos por mais tempo.”

Já para aqueles que se interessam pelo agronegócio, Allemann cita o Fiagro, pois estes são boas oportunidades para um dos maiores setores que movimentam a economia do País, principalmente nos momentos de valorização do dólar.

Por fim, a economista destaca os títulos de renda fixa internacional porque garantem uma boa taxa de juros pré-fixada nos Bonds e Treasuries, por exemplo, através dos seus pagamentos de cupom, podendo chegar até 9% em dólar. “Aqui, o investidor pega o gancho da inflação e mais a taxa de juros histórica dos Estados Unidos”, afirma.

13º Salário em renda variável

O operador de renda variável da Manchester Investimentos, Thiago Lourenço, destaca que para aqueles que possuem um perfil mais moderado ou agressivo, já é possível pensar em montar uma carteira de ações. “Neste caso, deve-se avaliar se há conhecimento suficiente do mercado ou se há apoio de terceiros para se movimentar com assertividade”, diz.

Isso porque, em ciclos de corte de juros como o atual, a alocação em ações acaba sendo uma oportunidade. Ele se refere aos cortes de juros que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) está implementando na economia brasileira. Em novembro a autoridade monetária proporcionou uma redução de 0,5 p.p. na Selic, que é a taxa básica de juros, e deve implementar outra na reunião de dezembro.

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A Selic está, atualmente, em 12,25% ao ano e deve cair para 11,75% ao ano até o final de 2023, conforme projeção do mercado financeiro. Para aqueles que possuem um perfil mais conservador, Lourenço afirma que se deve buscar oportunidades em renda fixa, e cita o IPCA+, que é um título que tem sua rentabilidade atrelada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), isso significa que o investidor recebe uma rentabilidade fixa mais a variação da inflação medida pelo índice.

Já para os endividados, o especialista indica que o melhor investimento é zerar qualquer débito, principalmente porque se for com o cartão de crédito, nenhum retorno de investimento poderá ser capaz de se apresentar superior às taxas do cartão.

Aportes em fundos

O gestor da Hike Capital, Angelo Belitardo, montou três estratégias para alocação do 13º, pois, para ele, caso o investidor não tenha planejado utilizar o dinheiro para complementar as despesas de férias ou de rotina, poderá fazer da seguinte maneira:

  • Estratégia de liquidez: alocando em fundos de renda fixa com liquidez diária acima de 110% do CDI.

Neste caso, segundo ele, é importante escolher um emissor com solidez no mercado, ótimo track record, elevada pulverização na carteira de ativos, e consistência de retornos acima de seu benchmark de referência, mesmo em cenários de estresse na economia.

  • Estratégias de longo prazo: investindo em FIC FIDCs pulverizados mesclando cota sênior e subordinada.

Nesta modalidade, com a queda dos juros, acredita-se que fundos de investimento voltados ao mercado de crédito privado pulverizado, misturando cotas seniores e subordinadas de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) estão entre as melhores opções da casa.

“Destacamos a necessidade de escolher instituições sólidas e reconhecidas no mercado. A única desvantagem desses fundos são a baixa liquidez, sendo estratégias de longo prazo, com rentabilidade anual acumulada superior à 130% do CDI”, frisa, acrescentando que desde o início, superando 160% de seu benchmarks, com volatilidade próxima à 0%. “A queda do CDI poderá impulsionar o mercado de crédito, reduzindo o custo de captação desses fundos e elevando o carrego”, pontua.

  • Estratégia de longo prazo: investindo em renda variável.

Neste caso, Belitardo indica fundos que investem em ações de empresas classificadas com elevado potencial de crescimento, como as Blue Chips, cujo modelo de negócios das companhias são consistentes e não vulneráveis às crises econômicas causadas por juros, inflação, câmbio e decisões políticas.

Acontece que as empresas alvo de investimento do fundo possuem uma elevada margem de lucro, exposição a diversos mercados e países, assim como uma estrutura de endividamento saudável, sendo capazes de financiar a atividade com o próprio recurso e, por fim, uma elevada assimetria de valor entre o valuation da companhia e o valor de suas ações negociadas em Bolsa.

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