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- Agosto foi marcado pela queda de 2,48% no Ibovespa, além do agito político e fiscal no País
- Seis especialistas apontam onde estão as melhores possibilidades de ganhos no mês de setembro considerando o equilíbrio entre segurança, rentabilidade e diversificação de acordo com o perfil do investidor
Agosto foi marcado pela queda de 2,48% no Ibovespa, além do agito político e fiscal no País. A movimentação faz com que investidores reflitam sobre as escolhas para o mês de setembro, que já iniciou com tendência de baixa. Entretanto, existem oportunidades em determinadas classes de ativos que podem contribuir para um possível rebalanceamento do portfólio.
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Seis especialistas apontam onde estão as melhores possibilidades de ganhos no mês de setembro considerando o equilíbrio entre segurança, rentabilidade e diversificação de acordo com o perfil do investidor. A quebra de expectativas com o PIB, a crise hídrica e as tensões política e fiscal no País estão no radar dos analistas.
José Francisco Cataldo, head de research da Ágora Investimentos
Para setembro, o especialista reforça a concentração no risco fiscal e na inflação, fatores que podem gerar maior aversão. Apesar disso, o momento pode ser uma boa oportunidade para fazer decisões mais seletivas.
Cataldo reforça que a aplicações de recursos em companhias com caráter defensivo devem ser as melhores oportunidades. “Empresas com bons fundamentos, cujas ações ainda não se recuperaram após o início da pandemia e que se beneficiarão da evolução do processo de vacinação e recuperação de lucros”, define.
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Apesar disso, ele aponta que a volatilidade deve continuar elevada à medida em que as discussões políticas para 2022 sejam intensificadas.
Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora
Segundo a especialista, os investidores estreantes na Bolsa em 2020 presenciaram um aumento substancial do Ibovespa. Entretanto, com o cenário mais turbulento por conta de ruídos políticos, inflação alta e indefinição fiscal afetam o desenvolvimento das empresas.
Para Guerra, os ativos que devem estar no radar estão relacionados ao potencial de crescimento e capacidade de digitalização. Além disso, empresas de característica defensiva podem ser as opções mais recomendadas, ou seja, setores que não dependem do movimento cíclico do Brasil.
“Com o PIB divulgado frustrando a expectativa do investidor, é possível que haja uma revisão para números menos acelerados do que era esperado. Varejo alimentar, com holofote nos atacarejos tendem a ser boas estratégias, assim como empresas de energia que não são diretamente impactadas com a crise hídrica”, explica.
Ronaldo Guimarães, sócio-diretor do Modalmais
“Antes de avaliar oportunidades, é necessário identificar o perfil do investidor”, destaca o representante do Modalmais. Segundo Guimarães, a diversificação dos investimentos é importante para dar proteção ao portfólio.
Apesar do cenário doméstico apresentar instabilidade, o aumento do juro corrente pode dar boas oportunidades para ativos na renda fixa, como ativos atrelados CDI e indexados ao IPCA. “Mesmo quem é mais conservador pode ter 10% para renda variável e aplicar parte disso na Bolsa nacional e outra parte atrelado a investimentos no exterior, especialmente com o maior número de possibilidades de fundos de índice (ETF)”, afirma.
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Apesar da indicação de alocação internacional, Guimarães destaca que a construção da carteira não deve ser feita “do dia para a noite”. “É indicado que cada um tenha aplicações em moedas fortes pensando no longo prazo”, explica.
Lucas Collazo, especialista em investimentos da Rico
“O tom é de cautela com o cenário local. Aqui no Brasil, incertezas ficam em volta da situação fiscal, enquanto lá fora ainda existe uma preocupação com uma possível “quarta onda da pandemia” e o rumo da política monetária nos EUA”, explica Collazo.
Ele dá três dicas aos investidores: aumentar a proteção contra inflação, não perder as esperanças com a Bolsa e dolarizar a carteira avaliando a perspectiva de risco e retorno de ativos internacionais de forma positiva, não apenas para fugir do riscos domésticos.
Stefany Oliveira, analista de investimentos da Toro
“Apesar da correção positiva na última semana de agosto, é observada uma tendência de queda para o Ibovespa. Uma vez que o índice conseguir romper o patamar dos 121 mil pontos, é possível que observemos uma retomada compradora. Entretanto, acredito que se isso acontecer, será com menos ímpeto do que o último ciclo de alta que observamos no mercado a partir de março”, aponta a analista.
Para a especialista da Toro, algumas empresas que têm bons fundamentos sofreram correção negativa em agosto. Por conta disso, o mercado pode avaliar como uma boa oportunidade de compra. Ela sugere algumas integrantes do setor de construção civil, especialmente a MRV (MRVE3).
De acordo com Oliveira, ativos ligados a serviços financeiros, como BR Advisory Partners (BRB11), Inter (BIDI4), BTG Pactual (BPAC11) podem ter destaque por ser um segmento que tem crescimento acelerado no País. “Avaliamos também que o varejo com exposição ao cenário digital, que já cresceu na pandemia, ainda tem espaço para performar positivamente, mesmo que a retomada econômica reabra as lojas físicas”, destaca.
Leonardo Milane, sócio e economista da VLG Investimentos
Em relação ao cenário econômico do País, Milane acredita que o momento é mais propício para ativos atrelados ao IPCA+. Segundo ele, não só o juro deve continuar subindo, como a inflação deve continuar incomodando até o ano que vem, seja pelo reajuste de preços de energia, combustível e alimentos ou pelo risco político.
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Para Milane, considerando o curtíssimo prazo, não há grandes atrativos para o mercado de ações. “A falta de catalisador para a Bolsa faz com que o investidor não tenha grandes motivos para reforçar as alocações”, complementa.