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- Guerra não interessa ao Irã e nem aos Estados Unidos, principal aliado de Israel
- Juros brasileiros já precificam hoje cenários ruins
- Volatilidade no petróleo prejudica trajetória de inflação nos Estados Unidos
A escalada do conflito no Oriente Médio, com a agressão do Irã contra Israel no último final de semana, tem pouco impacto sobre os juros brasileiros. Na madrugada desta sexta (19), Israel reagiu com um ataque limitado à cidade iraniana de Isfahan, sede de várias bases militares. Apesar da resposta, o mercado reagiu com cautela, com a Bolsa e dólar oscilando próximos da estabilidade.
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“O grande risco é esse conflito escalar de forma que desancore o preço do petróleo para cima, gerando uma alta pronunciada. Mas aí é um cenário ruim não só para o Brasil, como para qualquer país do mundo”, avalia Mauricio Valadares, sócio da Nau Capital.
Este risco, por enquanto, está baixo. Tulio Cavalcanti, da Apen Capital, ouve dos analistas geopolíticos que essa guerra não interessa ao Irã nem aos Estados Unidos, principal aliado de Israel. “O cenário base não é de guerra”, confirma.
Nesta quinta-feira (18), por exemplo, os contratos futuros de petróleo fecharam em queda pelo quarto dia consecutivo, sendo que na véspera a baixa ultrapassou os 3%. Passados alguns dias desde o ataque do Irã, Israel ainda não efetuou uma retaliação pela ofensiva, o que amplia a expectativa de que o conflito siga contido.
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A incerteza, no entanto, gera pressão no preço da commodity, que ganhou fôlego nas últimas semanas. Isso desancora as expectativas de inflação.
Juros brasileiros são restritivos
A questão é que os juros reais no Brasil já estão em patamares restritivos. “No geral, os juros brasileiros já precificam hoje cenários ruins. Temos IPCA + 8% em um CDB (Certificado de Depósito Bancário) para três anos. Com esse título dá para esperar a chuva passar e um caixa com juro real de 6% – confira mais nesta reportagem. Temos boas opções na mesa”, diz Cavalvanti.
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Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos, diz que a inflação do petróleo, por outro lado, pode prejudicar a trajetória de arrefecimento da inflação nos Estados Unidos. “Com juros mais altos por lá por conta da inflação persistentemente alta, o efeito que temos é de juros mais elevado por aqui também, devido a alta correlação entre ambas curva futura de juros”, comenta.
O CEO da Investo, Cauê Mançanares, lembra que o petróleo é uma commodity cujo o preço influencia toda a cadeia de suprimentos do mundo, o que pressional a inflação global. “Com o petróleo mais caro, todos os setores da economia são afetados pelo aumento do custo de transporte, aumentando assim a pressão inflacionária sobre os preços dos produtos.”