Há fundos de previdência no negativo em 2023. (Foto: Envato)
Está chegando ao fim a janela para investir em fundos de previdência privada e garantir um “desconto” tributário no Imposto de Renda 2024. Como explicamos nesta outra reportagem, aplicações de até 12% da renda bruta anual tributável na modalidade PGBL, plano gerador de benefício livre, permite a investidores inserir esse valor como despesa dedutível no IR. Na prática, isso significa uma base tributável menor e uma restituição maior.
Essa característica faz com que os fundos de previdência ganhem espaço no mercado na reta final do ano. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostram que, em dezembro de 2022, por exemplo, o patrimônio líquido dos fundos de previdência cresceu 5,1% em comparação com setembro do mesmo ano.
Alguns pontos precisam ser analisados antes de investir pensando no benefício no IR, como prazo do investimento e renda mensal tributável. Mas há ainda um outro fator que não pode sair da análise quando o assunto é fundo de investimento: a rentabilidade.
“É preciso um olhar atento para as características dos fundos e suas taxas. A maioria dos fundos de previdência não conseguem entregar nem o equivalente a 100% de CDI – e cobrando taxas de 2%, 3% até 5%. Isso derrete qualquer rendimento em longo prazo”, afirma Victor Oliveira, head de alocação da Grão Investimentos.
Um levantamento feito pela Economatica mostra que, entre os 379 fundos analisados, 169 superar o CDIem 2023 – o equivalente a cerca de 44% da amostra. Entre os piores rendimentos, há 5 fundos com retornos negativos.
Os fundos de previdência são aplicações de longuíssimo prazo, muito escolhidas por investidores por causa das vantagens tributárias que oferecem para aplicações acima de 10 anos. É um investimento de duas partes: o período de acumulação, quando o investidor vai aplicando periodicamente os recursos enquanto ainda tem uma renda do trabalho; e o período de usufruto, quando começa a receber o dinheiro aplicado, anos depois.
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Como em todo fundo de investimento, na hora de escolher por um ativo ou outro, é importante avaliar o time de gestão por trás daquele ativo e as taxas de administração cobradas. “Vários fundos cobram valores muito altos para o perfil de risco”, diz Bruno Stuani, head comercial da Plural Gestão. "Embora resultado passado não seja garantia de resultado futuro, é sempre importante saber quem é o gestor por trás daquela estratégia”.
Mas a previdência privada tem ainda um outro fator essencial para a decisão: a modalidade. Existem no mercado dois tipos de fundos, o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) e o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL). A principal diferença entre as duas modalidades está na incidência do imposto; no VGBL, o IR é cobrado em cima dos rendimentos, enquanto, no PGBL, o IR é em cima do valor total investido. Aqui, discutimos qual é a melhor opção para o investidor.
Para Ulisses Nehmi, CEO da Sparta, além de conhecer sobre esses termos, o investidor menos experiente deve procurar por ajuda especializada. Assim, consegue avaliar qual a melhor opção para o seu objetivo e patrimônio. “Na previdência, o investidor precisa levar em consideração aspectos como o tipo do plano (PGBL ou VGBL), se a tributação é regressiva ou progressiva, além de avaliar se o gestor tem experiência com a estratégia a qual se propõe”, destaca Nehmi.
Para o investidor ter um guia completo sobre a previdência privada e acertar em cheio na hora de investir na aposentadoria, o E-Investidor elaborou um e-book que explica desde o básico até detalhamentos sobre taxas, portabilidade e tributação. Confira aqui: saiba tudo sobre a Previdência Privada e como começar a investir