- Para uma avaliação bem-sucedida, é importante levar em consideração, por exemplo, o desempenho dos produtos
- Não acompanhar as movimentações do mercado e monitorar a rentabilidade dos ativos é um erro comum
- Segundo especialistas, a periodicidade da revisão permite ajustes necessários que consideram eventuais mudanças na situação financeira do ativo
Revisar os ativos da sua carteira de investimentos é fundamental para garantir que a rentabilidade do portfólio continue alinhada aos objetivos financeiros. Para uma avaliação bem-sucedida, é importante levar em consideração fatores como o desempenho dos produtos, a diversificação e o seu perfil de risco como investidor.
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Na avaliação dos especialistas, a revisão de investimentos deve acontecer pelo menos uma vez por trimestre. “Essa periodicidade permite ajustes necessários que levam em consideração eventuais mudanças na situação financeira, objetivos de curto e longo prazos, e também garante que a alocação de ativos continue alinhada com a tolerância ao risco do investidor”, afirma Nayra Sombra, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Associação Brasileira do Planejamento Financeiro, Planejar.
No caso dos investidores com perfil agressivo, por exemplo, por terem uma maior aceitação a perdas e buscarem retornos mais altos, a revisão dos ativos pode acontecer com mais frequência para aproveitar oportunidades de curto prazo ao ajustar estratégias de investimento de acordo com mudanças no mercado. Já os investidores conservadores, que buscam mais estabilidade e preservação de capital, podem realizar a análise em períodos mais espaçados, concentrando-se em preservar o patrimônio.
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Segundo Sombra, a diferença na frequência de revisão entre os dois perfis está na abordagem mais ativa dos investidores agressivos em contraste com a abordagem mais estável e cautelosa dos conservadores. No entanto, ela reforça que se o foco é no longo prazo, a periodicidade de revisão pode contar com intervalos maiores, desde que a estratégia inicial continue fazendo sentido para o investidor, já que essas metas não costumam exigir reações impulsivas a movimentos de curto prazo no mercado.
Confira as dicas da planejadora financeira sobre quando revisar a carteira de investimentos:
O que levar em consideração ao reavaliar os investimentos?
- Retorno sobre investimento (ROI): é importante analisar o desempenho geral dos ativos considerando o retorno financeiro. O ROI da sua carteira pode ser comparado com benchmarks relevantes para ter uma noção de como ela está performando, como o Ibovespa (no caso das ações), o Ifix (no caso dos fundos imobiliários), por exemplo.
- Diversificação: verifique se a carteira está devidamente diversificada em diferentes classes de ativos (ações, títulos públicos, imóveis, fundos de investimento, entre outros) e setores da economia. “A diversificação ajuda a reduzir o risco e a proteger seu capital”, diz a planejadora financeira.
- Tolerância ao risco: reavalie a sua tolerância ao risco e verifique se ela ainda está alinhada com a estratégia de investimento e metas financeiras. “Se houver mudanças no orçamento mensal ou em seus objetivos, pode ser necessário ajustar a alocação de ativos para refletir essas mudanças”, diz Sombra.
- Economia e mercado: monitore e seja vigilante das condições econômicas globais e domésticas, assim como a possíveis mudanças no cenário financeiro. Faça ajustes conforme o necessário para se posicionar de acordo com as tendências e oportunidades. Um bom exemplo é o movimento da taxa básica de juros, a Selic. Quando o Banco Central decide subir ou descer os juros, a rentabilidade de diferentes produtos também é influenciada. Portanto, acompanhar a economia do País é fundamental para uma boa estratégia de alocação.
- Eventos específicos: leve em consideração eventos específicos que podem impactar seus investimentos, como o balanço de empresas investidas, mudanças regulatórias ou geopolíticas, mudanças no quadro de funcionários, entre outros.
Principais erros na revisão de investimentos
Ao revisar os investimentos, investidores podem cometer erros críticos, como tomar decisões baseadas em emoções, falhar em manter uma diversificação equilibrada e negligenciar custos associados, como taxas de administração e impostos.
Não acompanhar as movimentações do mercado e monitorar a rentabilidade dos ativos também é um erro comum e pode fazer o investidor perder a oportunidade de fazer ajustes estratégicos que poderiam otimizar o desempenho da carteira e elevar os lucros.
Outro comportamento equivocado é de acompanhar tendências e comprar ativos após uma grande valorização sem uma análise fundamentada, o que pode levar a aquisições em momentos de preço desfavorável. Além disso, seguir recomendações de amigos e familiares sem considerar diferenças nos objetivos e perfis de risco, ou consultar um profissional, pode resultar em escolhas inadequadas.
Em linhas gerais, a revisão da carteira de investimentos deve refletir a manutenção das suas metas financeiras. Além de se ajustar às oportunidades do mercado, essa análise mais criteriosa pode elevar os lucros do capital investido e evitar prejuízos, principalmente com as frequentes mudanças no cenário político e econômico, que podem penalizar a rentabilidade dos ativos financeiros. Da mesma forma que consultamos um médico para um check up periódico, a lógica é a mesma para os seus investimentos: mantenha a sua saúde financeira em dia!
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