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Quanto rende R$ 1 mil a R$ 50 mil na poupança com Selic a 12,75%

A taxa básica de juros subiu para 12,75% ao ano, o maior percentual desde fevereiro de 2017

Quanto rende R$ 1 mil a R$ 50 mil na poupança com Selic a 12,75%
Com a Selic a 12,75% a.a, a poupança rende apenas 0,5% ao mês (Foto: Envato Elements)
  • A elevação da taxa básica de juros em um ponto percentual já era esperada pelo mercado devido à disparada da inflação em março
  • Apesar da alta para 12,75%, o rendimento da poupança continua em  6,17% a.a, mais a taxa referencial (TR)
  • O E-Investidor consultou especialistas de mercado que apontaram alguns investimentos mais atrativos com a alta da Selic. Veja a seguir

Nesta quarta-feira (4), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar mais uma vez a Selic em um ponto percentual. Com a decisão, a taxa básica de juros passa de 11,75% para 12,75% ao ano, o maior percentual desde fevereiro de 2017.

A mudança não altera o rendimento da poupança, mas coloca em destaque outros tipos de investimentos em que a remuneração pode acompanhar o movimento de alta da curva de juros.

Com a disparada da inflação, já acumulada em 6,98% em 2022, os especialistas avaliam que o fim dos juros altos não está tão próximo quanto se imaginava. Por esse motivo, a situação exigiu da autoridade monetária um novo reajuste positivo.

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“Com a guerra no Leste Europeu, o petróleo disparou e temos agora o surto de covid-19 da China. Tudo isso retardou o fim da curva de juros. As projeções do fim ano passado não servem mais”, afirma Mário Goulart, analista da 02 Research.

De acordo com Matheus Pizzani, economista da CM Capital, o reajuste de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros nos Estados Unidos, anunciado nesta quarta-feira (4), faz com que os títulos norte-americanos se tornem mais atrativos em comparação aos dos países emergentes, como o Brasil.

“Isso pode causar problemas para o câmbio e, consequentemente, agravar o quadro de inflação já descrito, de maneira que o Banco Central fica impelido a realizar este aumento e evitar um fenômeno desta natureza”, diz Pizzani.

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 1,62% em março – o maior percentual para o mês de março desde 1994.

No entanto, a Selic e a inflação nas alturas não geram mudanças na rentabilidade da poupança. Quando a Selic está acima de 8,5% a.a, o rendimento da caderneta é de 0,5% ao mês, mais Taxa Referencial (TR). Na prática, os recursos alocados nesse tipo de investimento rendem apenas 6,17% ao ano. O percentual é quase a metade da taxa básica de juros.

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Segundo Bruno Brostoline, analista de renda fixa da Ativa Investimentos, o retorno só muda quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, como determina o Banco Central. Nesses casos, o rendimento da caderneta passa a ser 70% da taxa básica de juros mais a TR.

“Qualquer novo aumento na taxa de juros não afetará mais a poupança porque a Selic está acima de 8,5% há tempos”, ressalta Brostoline. “Quanto mais a taxa Selic sobe, menos fica atrativa a poupança.”

Onde investir

Como os rendimentos da poupança não acompanham a taxa Selic, os analistas recomendam outros produtos aos investidores, principalmente de renda fixa, que podem entregar ganhos mais atrativos.

Para Arley Junior, estrategista de Investimentos do Santander, os investimentos pós-fixados, como CDB DI, Tesouro Selic e Fundos de DI, são boas opções porque costumam acompanhar a alta da Selic.

Como o mercado ainda projeta novos aumentos da taxa de juros, esses investimentos podem se tornar mais atrativos em termos de rentabilidade. “São produtos bastante procurados pelos investidores, porque permitem resgates de forma rápida e têm rentabilidade diária”, afirma Júnior.

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Já Alexandre Brito, sócio e gestor da Finacap Investimentos, aponta os produtos bancários como outra opção aos investidores. Segundo ele, há no mercado vários títulos bancários com pagamentos em torno de 120% de CDI e ainda possuem o Fundo de Garantidor de Crédito (FGC), como CDBs, LCAs e LCIs.

A outra recomendação é investimentos atrelados à inflação. “Há CDBs com um prazo de vencimento de quatro anos que vão pagar inflação mais 7,25% ao ano. É um retorno fantástico”, diz Brito.

O sócio e gestor da Finacap alerta, porém, que a liquidez é garantida somente na data do vencimento do papel. “O investidor pode até tentar vender antes, mas fica muito suscetível ao comportamento do mercado. É algo que a gente não recomenda muito”, diz.

Na renda variável, maior parte dos ativos é penalizada com a alta da Selic, mas há ações em bolsa que se destacam no atual cenário “Os bancos, por exemplo, se beneficiam com a alta da taxa de juros porque conseguem emprestar linhas de crédito a valores mais atraentes e, com isso, mais lucros”, diz Goulart.

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