- Agora que a inflação começou a arrefecer, o mercado passou a precificar os primeiros cortes na taxa de juros já para o segundo semestre do ano
- Um cenário que joga luz à renda fixa prefixada
- Uma simulação feita a pedido do E-Investidor mostra a rentabilidade dos 3 títulos prefixados do Tesouro, com vencimento para 2026, 2029 e 2033
Os títulos de renda fixa figuram como a preferência de boa parte dos investidores há algum tempo, desde que a taxa de juros do Brasil voltou à casa dos dois dígitos no início de 2022. Afinal, com a Selic estacionada em 13,75% ao ano ficou mais fácil alcançar o sonhado retorno de 1% ao mês sem tomar grandes riscos.
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Agora que a inflação começou a arrefecer, o mercado passou a precificar os primeiros cortes na taxa de juros já para o segundo semestre do ano. A projeção mais recente do Boletim Focus estima que a Selic encerrará 2023 em 12,50% ao ano – um cenário que começa a jogar luz nos ativos prefixados.
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Por oferecer uma taxa fixa de retorno já na contratação, o Tesouro Prefixado permite que investidores “travem” a rentabilidade neste momento de Selic alta por toda a duração do título.
“O investidor que consegue entrar agora com taxas de 12% ou 13% será remunerado com um porcentual bem acima daquele o investidor que deixar para entrar lá na frente quando os juros caírem”, explica Milena Araújo, especialista em renda fixa na Nexgen Capital. “É o que chamamos de custo de oportunidade.”
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Atualmente, o Tesouro Direto oferece três opções de títulos prefixados:
- Tesouro Prefixado 2026: com rentabilidade anual de 11,92% e investimento mínimo de R$ 36,89;
- Tesouro Prefixado 2029: com rentabilidade anual de 12,49% e investimento mínimo de R$ 30,76;
- Tesouro Prefixado 2033 com juros semestrais: com rentabilidade anual de 12,60% e investimento mínimo de R$ 35,73;
Uma simulação feita pelo Yubb, a pedido do E-Investidor, mostra o rendimento de aplicações de R$ 1 mil, R$ 10 mil, R$ 50 mil e R$ 100 mil nas três opções. A simulação mostra os rendimentos antes dos descontos de imposto de renda e taxas de investimento. Confira:
R$ 1.000 | R$ 10.000 | R$ 50.000 | R$ 100.000 | |
Prefixado 2026 | R$ 1.355,28 | R$ 13.552,89 | R$ 67.764,45 | R$ 135.528,90 |
Prefixado 2029 | R$ 1.937,08 | R$ 19.370,83 | R$ 96.854,17 | R$ 193.708,35 |
Prefixado 2033 | R$ 3.181,21 | R$ 31.813,98 | R$ 155.409,01 | R$ 310.818,27 |
Qual título escolher?
Antes de investir em um título de renda fixa prefixado, o investidor precisa ter algumas considerações em mente. A primeira delas é que, assim como a rentabilidade – maior em ativos de prazos maiores – , a volatilidade também deve ser levada em consideração.
O cenário macroeconômico, que envolve fatores fundamentais para os rendimentos do Tesouro como inflação e juros, pode se alterar diversas vezes até 2033, por exemplo. Por isso, investidores de títulos de vencimento mais alongados precisam se preparar para possíveis oscilações com o rendimento do seu ativo.
“Esses títulos tendem a oferecer taxas mais altas, mas podem oscilar tanto para cima, quanto para baixo, ou seja, maior risco para a carteira”, destaca Renan Suehasu, planejador financeiro e sócio da A7 Capital.
Apesar de possíveis oscilações, a rentabilidade contratada permanecerá a mesma desde que o investidor leve o título até o prazo de vencimento. Portanto, os investidores que não têm “estômago” para oscilações de preço no mercado secundário ou podem precisar do dinheiro investido antes do tempo limite devem optar por títulos de médio prazo, como 2026 ou 2029.
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“Não adianta nada investir todo seu patrimônio em títulos com vencimentos longos e precisar utilizar o dinheiro no curto ou no médio prazo”, reforça Lucas Seixas, CEO da InvestAI. “No caso de investidores comuns, aqueles que investem em Renda Fixa para proteger o patrimônio, esses dois pontos precisam ser levados bastante em conta”, completa.