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Queda dos juros: saiba o que avaliar ao investir em Prefixados

Ativos atrelados à inflação também podem fazer parte da carteira

Queda dos juros: saiba o que avaliar ao investir em Prefixados
Ativos de renda fixa prefixados são boas alternativas, mas é importante ficar de olho na inflação. (Foto: Shutterstock/ Brenda Rocha - Blossom/Reprodução)
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  • Ativos de renda fixa Prefixados são boas alternativas com expectativa de queda dos juros
  • Investidores também devem considerar inflação ao avaliar ciclo de juros. Especialistas recomendam diversificação de carteira

Com uma projeção de início de um ciclo de queda da taxa básica de juros para o próximo ano — importante indicador para investimentos em renda fixa —, investidores podem começar a se questionar se o momento seria adequado para prefixar parte da sua carteira de ativos.

A previsão do Boletim Focus, relatório elaborado pelo Banco Central agregando expectativas do mercado, indica uma redução da taxa Selic para 12,50% ao ano no fim de 2023, chegando a 10,00% no final de 2024.

Nos títulos prefixados, a rentabilidade é definida no momento de compra do ativo — desde a contratação, o investidor já sabe qual será o seu retorno no vencimento. Sob uma perspectiva de queda nas taxas de juros, os prefixados são uma forma de aproveitar as rentabilidades atuais mais altas, mesmo que os juros caiam nos próximos anos.

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“Esse é o momento mais indicado para se investir em prefixados, que é quando a taxa de juros chega ao topo e dá indicações de começar a cair”, explica Alexandre Yamamoto. analista de renda fixa da Levante Ideias de Investimentos.

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Mas outro dado importante deve entrar na conta: a inflação.

“O principal risco deste investimento se traduz na possibilidade de a taxa de inflação realizada no período ser maior do que o rendimento contratado, levando a uma perda do poder de compra”, explica Marcelo Bacelar, gestor da Azimut Brasil Wealth Management.

O tempo de vencimento para um título prefixado pode variar. No Tesouro Direto, por exemplo, as opções disponíveis hoje têm vencimentos em 2026, 2029 e 2033. Por mais que sua rentabilidade esteja garantida, os ganhos reais, cálculo que avalia os rendimentos subtraídos da inflação do período, podem ser menores.

Bruno Monsanto, sócio da RJ+ Investimentos, dá um exemplo: “se adquirimos um prefixado de 11,63% com uma expectativa de IPCA a 6%, esperamos ter um ganho real de 5,63%. Mas, se a inflação for a 10% (como já acontece volta e meia), nosso ganho real passaria a ser de apenas 1,63%.”

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), calcula a inflação no Brasil. O próprio Boletim Focus faz projeções do índice, utilizando como base as respostas de agentes do mercado. O relatório estima que o IPCA de 2023 seja de 6,04% e, em 2024, chegue a 4,18%.

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Existem, no entanto, alternativas de investimentos atrelados à inflação. No Tesouro Direto, elas estão no Tesouro IPCA+. Nesse tipo de investimento, o rendimento é composto pelo valor do IPCA somado à uma taxa. Mas existem também opções de títulos privados, com rendimento atrelado ao índice inflacionário — como pode ser visto nessa matéria.

“Os investimentos indexados pela inflação são melhores em ambientes de inflação acelerando pois garantem o poder de compra do valor investido”, diz Bacelar.

O Boletim Focus estima que o IPCA de 2023 seja de 6,04% e, em 2024, chegue a 4,18%. Já o IPCA-15, tratado como prévia da inflação, marcou uma desaceleração desse indicador nos últimos 12 meses, chegando a 4,16%.

De acordo com Monsanto, projeções como a do Boletim devem ser olhadas com cautela, especialmente para mais longo prazo, já que muitas variáveis, como a cotação do dólar, a taxa de juros e até mesmo custos de insumos como energia elétrica e gasolina, têm impacto no índice. O especialista indica que a carteira seja diversificada com ativos prefixados e atrelados à inflação, para garantir bons rendimentos com potencial queda da taxa de juros e se proteger de eventuais escaladas da inflação.

A recomendação de Yamamoto segue a mesma linha. O analista pondera que “os prefixados são mais arriscados, porque o investidor ‘trava’ o ganho nominal, e espera que a taxa de juros caia para que ele possa obter ganho”, enquanto no caso dos indexados à inflação, há garantia de algum retorno real. “Indicaria que o investidor tivesse os dois tipos na carteira, ajustando a quantidade em relação ao seu perfil.”

Para Bacelar, as taxas dos títulos atrelados à inflação estão em patamares elevados, resultando em um investimento com um retorno atraente acima da inflação, se levados ao vencimento.

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