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- Ação da IRB Brasil (IRBR3) registra a maior queda do Ibovespa no ano, mas voltou a subir após divulgação de resultados de julho
- Apesar de acreditarem que o pior já ficou para trás, corretoras têm recomendação neutra para o papel
- Cenário ainda conturbado para o futuro impede casas de alterar a indicação
Vivendo um verdadeiro inferno astral neste ano, as ações de IRB Brasil (IRBR3) não têm dado sossego para o investidor e registram o pior desempenho do Ibovespa até às 14h desta quinta-feira (24), com queda agregada de 79,55%. Porém, depois de reportar dados mais positivos do que o esperado pelo mercado na quarta-feira (23), os papéis da resseguradora IRBR3 iniciaram um movimento de alta e registram agora valorização de 14,92%, cotados a R$ 7,24 até o momento.
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Segundo dados ainda não auditados, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 62,4 milhões em julho, impactada mais uma vez pela revisão do portfólio de contratos da empresa. Sem esta penalização, no entanto, o lucro líquido seria de R$ 36 mi.
Além do resultado representar uma queda de R$ 292,6 milhões do que o reportado no mês anterior, a própria IRB Brasil informou que atingirá o breakeven – ponto de equilíbrio entre os custos e ganhos – a partir de setembro, com algumas melhorias graduais mês a mês ao longo do terceiro trimestre.
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Oito corretoras consultadas pelo E-Investidor reconhecem que, ao que tudo indica, o pior já ficou para trás. A recomendação para IRBR3 é quase unânime: sete casas classificam a ação como neutra.
Isso significa que as perspectivas de longo prazo da companhia ainda são incertas, o que faz o investimento no papel ser classificado como de alto risco. “Pela atual situação da empresa, os movimentos costumam ser rápidos e voláteis, portanto, todo cuidado é necessário”, afirma José Falcão C. Castro, analista da Easynvest.
Vale lembrar que desde o começo do ano a resseguradora se envolveu em uma série de escândalos. Dentre eles a abertura de inquéritos da CVM sobre irregularidades contábeis apontadas pela gestora de fundos Squadra, o falso investimento de Warren Buffett na empresa e outras crises.
Confira as recomendações para a ação da IRB Brasil (IRBR3).
Eduardo Rosman e Thomas Peredo, analistas do BTG Pactual
- Recomendação: Neutra
- Preço-alvo: R$ 6
Justificativa: “A combinação da ‘faxina geral’ da empresa, por conta das investigações, uma balança patrimonial mais forte e a completa troca do comando da IRB Brasil, liderada por Antonio Cassio, nos faz acreditar que o pior da crise já ficou para trás. A jornada, no entanto, ainda é longa e dada a baixa previsibilidade do futuro, o valuation da companhia não nos permite olhar a ação de forma mais positiva”.
José Falcão C. Castro, analista da Easynvest
- Recomendação: Neutra
- Preço-alvo: –
Justificativa: “Apesar dos fortes movimentos dos últimos três dias que pode virar para uma tendência de alta, o padrão gráfico atual ainda não mudou. Ainda é muito cedo para definições. Pela atual situação, os movimentos costumam ser rápidos e voláteis, portanto, todo cuidado é necessário. Para o cenário atual ganhar um viés positivo e possibilitar compras mais seguras, IRBR3 precisa sair desta congestão e se consolidar acima da média móvel curta de 21 períodos.”
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“O Investidor mais agressivo, poderia começar a comprar agora. Porém, prezo pelo lado mais conservador, esperando mais confirmações antes de recomendar compra, mesmo sabendo que teria que pagar mais caro depois, porém com mais segurança na operação”.
Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos
- Recomendação: Neutra
- Preço-alvo: –
Justificativa: “Os destaques positivos vieram da melhora no índice de sinistralidade e o menor prejuízo líquido da IRB Brasil, referentes a julho. Porém, acreditamos que o movimento ainda é insuficiente para apontar uma virada na empresa e alterar nossa recomendação. Seguimos com a recomendação neutra, aguardando um cenário com melhores perspectivas e volta da lucratividade do ressegurador”.
Daniel Herrera, analista da Toro Investimentos
- Recomendação: Neutra
- Preço-alvo: –
Justificativa: “É cedo para saber se todos os problemas pelos quais passou a empresa nos últimos meses foram de fato sanados e seus impactos reconhecidos integralmente nos resultados. Por isso, não acreditamos que o risco compense o investimento em IRB Brasil neste momento”.
Henrique Esteter, analista da Guide
- Recomendação: Neutra
- Preço-alvo: R$7,50
Justificativa: “Todo o cenário conturbado da empresa em 2020 nos levou a ficar neutros com o case, esperando por mudanças governamentais e um maior entendimento quanto às práticas contábeis da IRB Brasil. Dessa maneira, preferimos por aguardar as mudanças estruturais para uma futura reavaliação de recomendação”.
Igor Cavaca, analista de investimentos da Warren
- Recomendação: Neutra
- Preço-alvo: –
Justificativa: “É um papel bem volátil e que sofreu bastante no ano. Vemos que o cenário de volatilidade tende a continuar para os próximos meses, ponto que o investidor deve avaliar com atenção. Vemos que ainda existem outros passos necessário para uma melhor solidez financeira da empresa e eliminação dos riscos de desenquadramento perante a instituição supervisora”.
Eduardo Nishio e Gustavo Sá, analistas da Genial
- Recomendação: Neutra
- Preço-alvo: R$ 7,50
Justificativa: “A ação teve um salto anormal após um longo reajuste por resultados fracos no 2T20 e a mensagem de que a resseguradora alcançará seu breakeven setembro, com melhorias graduais mês a mês ao longo do 3T20. Apesar dos números ainda fracos, a empresa parece estar melhorando”.
Credit Suisse
- Recomendação: Underperform (venda)
- Preço-alvo: R$ 7,50
Justificativa: –