

A XP Investimentos acredita que o investidor deve aportar na renda fixa com foco em ativos indexados à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A corretora também recomenda a alocação em ativos atrelados ao CDI, mas manteve um posicionamento neutro em relação aos ativos prefixados, aqueles nos quais a taxa é fixa e não acompanha variações da Selic e inflação.
As analistas comentam que preferem ativos atrelados ao IPCA pelo fato de considerarem a persistência dos desafios fiscais do País e o alto nível da inflação. Por causa desses fatores, a equipe da corretora enxerga a classe como uma opção de risco-retorno atrativa, principalmente para os vencimentos intermediários com títulos do Tesouro Direto indexados ao IPCA com vencimento próximo de 2030.
“No crédito privado, observamos a reversão da redução dos prêmios de risco vista em 2024, sendo possível encontrar opções interessantes em ativos isentos de imposto de renda, com prazo médio de até 5 anos”, dizem Camilla Dolle e Mayara Rodrigues, que assinam o relatório da XP.
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Já em relação aos ativos atrelados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI). O motivo para a preferência acontece diante do ciclo atual de alta da Selic, a taxa básica de juros da economia. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano e o mercado estima que a taxa deve terminar o 2025 em 15% ao ano, segundo o mais recente boletim Focus. “Nossa visão é positiva para títulos públicos para perfis conservadores, e emissores bancários e privados, de setores menos cíclicos, com boa liquidez e alta qualidade para perfis de maior aceitação ao risco”, argumentam Dolle e Rodrigues.
No caso dos prefixados, a recomendação é neutra, isso porque há deterioração na percepção de risco fiscal no Brasil e elevação das taxas de juros e da inflação, o que deixa esse título desinteressante, pois ele congela o rendimento em uma única taxa de juros até o vencimento. Por isso, esse não é o produto de renda fixa favorito das analistas.