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![Investidor pode encontrar taxas de LCI/LCA em torno de 13,5% líquido para prazos de três anos. Foto: AdobeStock](https://einvestidor.estadao.com.br/wp-content/uploads/2025/02/adobestock-5124619012_070220250139.jpg-710x473.webp)
Com o mercado precificando a Selic em 15% ao final de 2025, as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs) ganharam atratividade depois de um ano de mudanças regulatórios para esses papeis. Com emissões em forte crescimento no último trimestre de 2024, esses títulos são uma alternativa para quem busca rentabilidade sem Imposto de Renda. Mas será que eles são adequados para qualquer investidor?
- LCI e LCA ou outras opções? Descubra o que realmente vale a pena na renda fixa
Em geral, as LCIs e LCAs são indicadas para aqueles que buscam isenção de IR, têm um horizonte de investimento de médio/longo prazo e não necessitam de liquidez imediata. “Para investidores que precisam de maior flexibilidade, ou pretendem resgatar o investimento antes do vencimento, CDBs de liquidez diária ou Tesouro Selic são opções mais adequadas”, diz Simone Albertoni, analista sênior de Produtos Financeiros de Renda Fixa da Ágora.
Ela conta que as letras de crédito são vantajosas para investidores conservadores, pois contam com a garantia do FGC, que protege a aplicação em caso de falência de instituições financeiras, cobrindo até R$ 250 mil por CPF e banco. Como não possuem a característica de liquidez diária, exigem que o investidor respeite o prazo de vencimento. Por outro lado, podem proporcionar rentabilidades mais atrativas do que alternativas mais líquidas, como o Tesouro Selic ou um CDB de liquidez diária.
Eduardo Amorim, especialista de investimentos da Manchester, argumenta que esses títulos se encaixam melhor em carteiras de investidores conservadores ou moderados que podem manter o dinheiro aplicado por pelo menos um ou dois anos, visando aproveitar a isenção fiscal para potencializar o ganho líquido.
Outros fatores além do rendimento
A rentabilidade, no entanto, é apenas mais um critério a ser avaliado quando o assunto é investimento. Maria Luisa Paolantoni, analista de renda fixa da Nord, pondera que, quem precisa do recurso de imediato, como no caso de uma reserva de emergência, a liquidez diária passa ser a prioridade, “até mesmo acima de buscar outras rentabilidades maiores”.
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“Para quem busca crescimento de patrimônio e tem um horizonte um pouquinho maior, as LCI e LCA são ótimas para compor o portfólio”, completa a analista. Ela lembra que sempre é importante observar o emissor do título e se o risco paga a remuneração oferecida, “sempre buscando taxas maiores do que o próprio Tesouro Selic”.
É esperado que LCIs e LCAs emitidas por bancos grandes paguem menos em relação a instituições menores. O risco, no segundo caso, é maior. “No caso de bancos mais arriscados, recomendamos a alocação por investidores mais arrojados. Mas há ampla diversidade de bancos de boa qualidade que podem ser opções boas para os conservadores“, comenta Camilla Dolle, Head de renda fixa da XP.
Relação de prazo e indexadores
É importante notar que os títulos de crédito podem ter diferentes formas de rentabilidade, nem sempre acompanham diretamente a Selic. Os mais comuns são os pós-fixados, atrelados ao CDI, variando conforme a taxa básica de juros do mercado. Também há os títulos prefixados, que oferecem uma taxa fixa definida no momento da compra, garantindo previsibilidade no retorno, independentemente das oscilações dos juros. Outra modalidade são as híbridas, que combinam o IPCA com uma taxa fixa, protegendo o investidor contra a alta dos preços.
Com as projeções indicando a Selic em 15% ao final de 2025, um cenário de juros muito altos, o investidor pode encontrar taxas de LCI/LCA em torno de 13,5% líquido para prazos de três anos. “Isso equivale a mais de 15% bruto”, comenta Albertoni, fazendo referência a produtos como CBDs que têm incidência de IR.
“Para as taxas prefixadas, entendemos que prazos até três anos oferecem oportunidades interessantes”, diz a especialista. Ela pondera que investimentos mais longos em prefixados aumentam o risco da marcação a mercado do título. “Por isso preferimos, no caso de prazos mais longos, as remunerações atreladas ao IPCA, que além de proteger da inflação, têm patamares de juros reais atrativos atualmente.”
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