- A renda fixa segue como líder entre investidores brasileiros, com 57% dos investidores no segmento em dezembro de 2021, segundo dados da Anbima
- Dentre os ativos de renda fixa, o destaque ficou para os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), produto financeiro do segmento que mais cresceu no ano passado
- Volume financeiro em títulos e valores imobiliários ganhou destaque com um crescimento de 16% no ano passado
A renda fixa segue como líder entre investidores brasileiros, com 59% dos investidores no segmento em dezembro de 2021, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). A distribuição dos ativos pouco mudou de 2020 para 2021, apesar da alta significativa da Selic, de 2% em dezembro de 2020 para 9,25% em dezembro de 2021. O patrimônio líquido total – somando aplicações, rentabilidades, resgates e taxas – aplicado em renda fixa foi de R$ 2,6 trilhões.
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Dentre os ativos de renda fixa, o destaque ficou para os Certificados de Depósito Bancário (CDBs), produto financeiro do segmento que mais cresceu no ano passado, com um aumento de R$377,7 bilhões – R$ 569,9 bilhões em 2021, ante R$192,2 bilhões no ano anterior. Já as LCAs retomaram o crescimento, com um aumento de R$ 35 bilhões, sendo R$ 30 bilhões apenas no varejo.
“A retomada da LCA tem correlação com o forte crescimento e expansão do setor de agronegócio que beneficiou esses papéis. E a mesma coisa acontece com as LCIs, por conta do setor imobiliário”, explica o presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, José Ramos Rocha Neto.
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Na renda variável, foram R$ 887 bilhões aplicados, representando 19,7% dos investimentos dos brasileiros em dezembro de 2021. Apesar do segmento não ter tido variação significativa em relação a 2020, com uma queda de 0,3% nas carteiras dos investidores, o volume financeiro em títulos e valores imobiliários ganhou destaque com um crescimento de 16% no ano passado.
Menos contas em 2021
O número de contas em instituições financeiras teve uma que da 3,8%, o que representa 5,2 milhões de contas a menos. Rocha atribui a queda ao setor de varejo, onde se encontra a poupança. “Em 2020, teve auxílio emergencial, o que fez com que milhões de novas contas de poupança fossem abertas para receber o benefício. Em 2021, quando ele deixou de ser pago, esses recursos foram drenados para a economia, e muitas contas ficaram com menos de 100 reais, saindo das estatísticas”, afirma.
Projeções para 2022
“O ano de 2022 tem dado sinais de ser um ano desafiador para a economia como um todo, com inflação alta, sinais de arrefcimento com a movimentação que o Banco Central vem fazendo, as taxas de juros ainda devem aumentar”, comenta Rocha. “Mas, ao mesmo tempo, em ano de eleição historicamente existe uma movimentação de recursos adicionais, para contrabalancear”, complementa.
Ele estima ainda que o PIB de 2022 será substancialmente menor do que o de 2021, ano em que a economia deu um salto com a recuperação da pandemia.
Em relação ao mercado financeiro, Rocha prevê que a renda fixa deve continuar predominando, especialmente os papéis indexados à inflação. “Certamente, do lado da renda variável será um ano com muitas variações e inconstâncias. Para quem tem apetite à risco, com certeza haverá boas oportunidades para pegar o upside do ano de 2023, que acreditamos que será bem melhor que este”, afirma.