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- Conforme levantamento feito por Einar Rivero, da Economatica, com base no fechamento desta segunda-feira (31), a Dasa (DASA3) tem o pior retorno acumulado (-82,9%) no período de um ano
- Na sequência, aparecem o papéis de Enjoei (ENJU3) e as ações preferenciais (SLED4) e ordinárias (SLED3) da Saraiva, com quedas de 80,2%, 79,4% e 75,9%, respectivamente
- A Magazine Luiza, por exemplo, tem a sexta maior queda (-72,3%) no período, e a Via ocupa a sétima posição no ranking, com recuo de 67,9%
Investidores costumam olhar para papéis desvalorizados em busca de oportunidades de ganhos futuros. É evidente que esse fator isolado não seja uma garantia de lucro, mas existem algumas ações, entre as que registraram as maiores quedas acumuladas nos últimos 12 meses, com chances de reverter o quadro negativo atual. Segundo analistas ouvidos pelo E-Investidor, estes papéis são os de Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3).
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Conforme levantamento realizado pela Economatica, as ações da Dasa (DASA3) têm o pior retorno acumulado (-82,9%) no período de um ano. Na sequência, aparecem o papéis de Enjoei (ENJU3) e as preferenciais (SLED4) e ordinárias (SLED3) da Saraiva, com quedas de 80,2%, 79,4% e 75,9%, respectivamente.
Os destaques na lista das dez ações mais descontadas da Bolsa ficaram com as grandes varejistas do mercado brasileiro. A Magazine Luiza, por exemplo, tem a sexta maior queda (-72,3%) no período e a Via ocupa a sétima posição no ranking, com recuo de 67,9%.
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O que dizem os especialistas sobre as ações
Bruna Sene, analista CNPI da Nova Futura Investimentos, diz que VIIA3 e MGLU3 tiveram queda forte devido ao cenário doméstico de alta de inflação e juros. “Com a retomada do apetite ao risco e melhora nas expectativas, elas são companhias que podem ser oportunidades de investimento em uma possível retomada da tendência de alta no curto e médio prazo”, diz Sene.
A especialista não recomenda investimento nas demais ações da lista “devido à baixa liquidez e risco mais elevado”, tanto no curto, como no médio prazo.
Vale lembrar que essas empresas se destacaram em 2020, com o boom vivido pelo e-commerce na pandemia. No ano seguinte, todavia, o jogo foi invertido. O momento de inflexão veio no segundo semestre do ano passado, com o aumento da percepção do risco fiscal e inflação, ocasionando o aumento da taxa Selic, observa Breno de Paula, analista do banco Inter para o setor de consumo.
“A conjuntura ficou desfavorável para o varejo, que depende de variáveis macroeconômicas para impulsionar o consumo. Como todo o arcabouço de projeções econômicas mudou, mudaram também as projeções e, com isso, as empresas passaram a valer menos”, afirma de Paula.
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As duas gigantes varejistas estão na ponta negativa do Ibovespa. Para ele, tanto Via quanto Magazine Luiza têm potencial de valorização no longo prazo, porque o mercado penalizou muito as duas companhias. “Para Via, nossa perspectiva é cautelosamente otimista. De certo, entre as duas, Magazine Luiza é uma empresa hoje mais madura e com histórico de execução exemplar e, por isso, deve ser considerada como oportunidade de investimento”, diz o analista do Inter.
O banco digital tem recomendação de compra para MGLU3, com preço-alvo de R$ 18 - um upside de 157% sobre a cotação de R$ 7 nesta segunda (31). A recomendação para o papel VIIA3, cotado ontem em R$ 4,72, está em revisão pelo Inter.
A Nova Futura não tem os papéis MGLU3 e VIIA3 na carteira recomendada de fevereiro.
E os demais papéis?
Além de Magalu e Via, Felipe Vella, analista de renda variável da Ativa Investimentos, destaca oportunidades em Dasa (DASA3) e Neogrid (NGRD3). Ele diz que os papéis sofreram bastante no ano de 2021, sobretudo por conta do custo do dinheiro.
“As duas empresas precisam de uma alavancagem grande e, consequentemente, têm o seu potencial de alta cortado quando há um ciclo de aumento de juros forte, repentino e em um curto espaço de tempo”, diz Vella, em referência à Selic, que saiu de 2% ao ano, em março de 2021, para os atuais 9,25% a.a. em dezembro.
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Essas empresas devem ser beneficiadas, na visão do analista da Guide, porque o Brasil poderá ser alvo do capital estrangeiro, uma vez que o país se aproxima do fim do ciclo de aumento de juros dos juros, se tornando mais atrativo, enquanto os mercados estrangeiros, como o norte-americano e os europeus, seguem tendência contrária, de início de alta dos juros.
No caso de Neogrid, Vella destaca que a empresa está se reposicionando no mercado de softwares para suprimentos e cadeia de produção, além de ter feito uma série de aquisições desde o seu IPO, no final de 2020.
"A empresa realizou, em 2021, cinco aquisições, sendo três completas e duas parciais. Vemos a Neogrid se capilarizando mais, e mais bem posicionada para prestar serviços e aumentar sua fontes de faturamento em 2022”, diz Vella.
Quando à Dasa, o analista observa que ela está bastante descontada frente aos pares do setor de saúde e que a compra também tem chance de render um upside pelo preço atual das ações. “A expectativa é boa para o futuro do papel e para o setor de saúde como um todo. A empresa acabou sofrendo por conta de alguns resultados ruins nos últimos meses, mas estes não são recorrentes e ela tem um possibilidade de recuperação bastante relevante dentro do setor”, acredita Vella.
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Pelas projeções da Ativa para os quatro papéis destacados, MGLU3 e VIIA3 poderiam chegar a R$ 10 e R$ 7,60, respectivamente. DASA3 e NGRD3, por sua vez, poderiam atingir R$ 39,80 e R$ 4,94.
Nem todo papel desvalorizado tem certeza de lucro futuro
Embora uma ação muito desvalorizada tenha, em tese, espaço para se valorizar, é preciso entender que isso não é uma regra. Para Sene, analista da Nova Futura, é preciso avaliar se a ação apresenta, de fato, bons fundamentos e potencial para gerar bons resultados e, assim, ser uma companhia que pode voltar a se valorizar e trazer ganhos.
“Nas ações citadas na matéria, por exemplo, há empresas como a Saraiva que está correndo o risco de ter falência decretada. Portanto, não é porque uma ação caiu demais que ela vai voltar a subir”, salienta Bruna.
Além dos fundamentos, a especialista diz que o investidor deve analisar os resultados da companhia, setor em que ela atua, indicadores de valuation, endividamento. Caso o investidor queira fazer operações de curto prazo, o ideal, segundo ela, é realizar uma análise gráfica da empresa para saber o melhor momento de comprar ou vender, para verificar se ainda há oportunidades de entrada.
“Para longo prazo, é preciso conhecer os fundamentos da empresa, se ela de fato está sendo negociada abaixo de seu preço justo e se ainda há espaço para entrada. Ou fazer uma análise dos múltiplos da empresa e verificar se ela é uma opção atrativa de acordo com seus fundamentos”, diz Sene.
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