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Investimentos

É possível viver de renda com fundos de debêntures?

Assim como os FIIs, eles são isentos de imposto de renda

É possível viver de renda com fundos de debêntures?
Os fundos de debêntures em infraestrutura são produtos novos na bolsa de valores (Foto: Envato Elements)
  • Os fundos são formados por debêntures que captam recursos para companhias ligadas ao setor de infraestrutura
  • Segundo Ulisses Nehmi, CEO da Sparta, os riscos desses investimentos tornam-se baixos em relação a outras classes de ativos por estarem ligados a setores defensivos
  • Os dividends yield dos últimos 12 meses pagos por esses produtos foram acima de dois dígitos

Os investimentos que oferecem pagamento mensal de dividendos costumam estar no radar de investidores. Além dos tradicionais fundos imobiliários, os fundos incentivados de investimentos em infraestrutura (FIIs-Infra) também proporcionam ao cotista a vantagem de remuneração mensal e isenção de imposto de renda.

A estrutura deste produto financeiro é semelhante aos fundos de investimento imobiliário (FIIs). No lugar de ser formado por ativos atrelados a imóveis físicos ou contratos de locação, esses fundos investem em debêntures incentivadas ou projetos de infraestrutura que captam recursos para os setores de energia, saneamento básico, transporte e logística.

Segundo Ulisses Nehmi, CEO da Sparta, os riscos desses investimentos tornam-se baixos em relação a outras classes de ativos por estarem ligados a setores defensivos. “Os investimentos em infraestrutura possuem riscos muito baixos porque são setores regulados. Há órgãos reguladores para cada segmento e isso faz com que as empresas andem na linha”, afirma Nehmi.

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Já em relação à rentabilidade, os dividends yield dos últimos 12 meses pagos por esses produtos foram acima de dois dígitos e alguns conseguiram entregar uma remuneração superior a 13,75% ao ano, atual patamar da taxa Selic.

O bom desempenho se deve ao perfil das debêntures que conseguem repassar os ajustes da inflação para o investidor, assim como ocorre entre alguns segmentos de fundos imobiliários. “Os retornos maiores também têm a ver com os gestores dos fundos que possuem bastante experiência no setor de infraestrutura”, diz Nehmi.

Ao olhar para os retornos mensais, os ganhos também são atrativos porque a maioria conseguiu entregar um dividendo mensal acima de 1% entre janeiro a setembro deste ano, resultado que pode ajudar o investidor a utilizar a classe de ativo como complemento da renda.

“É uma alternativa muito interessante para os investidores em busca de renda e de se proteger contra a inflação. São fundos excelentes na nossa visão”, afirma Diego Bleinroth, analista de renda fixa da Empiricus Research.

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O problema é que, desde julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação do país, vem apresentando quedas, o que pode prejudicar a rentabilidade desses fundos de infraestrutura.

No entanto, Bleinroth acredita que os produtos devem continuar com retornos em patamares elevados. De acordo com ele, mesmo com a redução da inflação, a tendência é que os valores das cotas dos FIIs-infra aumentem nos próximos meses em virtude das taxas atreladas às debêntures.

“O investidor pode pensar que os rendimentos não são bons assim, mas as taxas dessas debêntures também caíram. Com a queda das taxas, o preço das debêntures sobe e esse ganho de capital é repassado aos cotistas”, afirma Bleinroth.

Os riscos para o investidor

Os patamares elevados dos dividendos não devem ser o único fator para o investidor investir nesta classe de ativos. Assim como acontece para os fundos imobiliários, os investidores precisam analisar as características das debêntures que compõem o produto.

Além de ser um segmento novo no mercado e com baixa liquidez, esses investimentos têm forte relação com o Produto Interno Bruto (PIB) do país, o que pode trazer alguns riscos macroeconômicos.

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“O segmento de infraestrutura voltada para rodovias é um pouco mais agressivo (mais relacionado aos ciclos econômicos) porque vai estar mais ligado ao consumo e viagens. Já no segmento elétrico, o investidor vai ter uma demanda mais ou menos estável”, afirma André Poppe, analista de investimentos da Warren.

Por esse motivo, a recomendação é que o investidor pense em retornos do longo prazo em virtude da volatilidade da bolsa de valores. Outro ponto que não pode fugir do radar é a característica dos projetos de infraestrutura que as debêntures representam, para que se tenha uma projeção de crescimento e de sustentabilidade do pagamento de dividendos para os meses subsequentes.

“A dívida (debêntures são títulos de dívidas emitidas por empresas privadas) vai ser paga com o fluxo de caixa que o projeto de infraestrutura gera. Então, esses projetos precisam estar saudáveis (financeiramente)”, acrescenta Poppe.

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