Investimentos

Títulos do Tesouro rendem até 14% em 2021. Vale manter em 2022?

Levantamento da Economatica mostra quais títulos públicos tiveram os melhores retornos no acumulado deste ano

Títulos do Tesouro rendem até 14% em 2021. Vale manter em 2022?
Especialistas ouvidos pelo E-Investidor avaliam que a renda fixa continuará atrativa em 2022 (Foto: Shutterstock/ Brenda Rocha - Blossom/Reprodução)
  • Considerando que as expectativas continuam para mais elevação dos juros em 2022, especialistas avaliam que renda fixa pode ser atrativa tanto no curto como no longo prazo
  • Um levantamento da Economática para o E-Investidor mostra que o título com melhor desempenho no ano foi o Tesouro IGPM+ 2031, com alta de 14,08%, considerando os valores da última segunda-feira (17)
  • Simone Albertoni, especialista em renda fixa da Ágora Investimentos, ressalta que os investidores não podem esquecer de planejar a diversificação dentro dessa classe, com os diferentes indexadores (Selic, IPCA, IGPM) usados pelo Tesouro Nacional para calcular o retorno dos títulos

As incertezas no campo da economia, embalada pelas sucessivas altas dos juros ao longo deste ano, levaram muitos investidores de volta para a renda fixa. Alguns títulos públicos do Tesouro Direto chegaram a se valorizar 14% no acumulado de 2021. Considerando que a expectativa é de elevação dos juros para dois dígitos em 2022, especialistas avaliam que a renda fixa pode ser atrativa tanto no curto como no longo prazo.

Um levantamento da Economatica para o E-Investidor mostra que o título com melhor desempenho no acumulado do ano foi o Tesouro IGPM+ 2031, com alta de 14,08%, considerando os valores da última sexta-feira (17).

A performance é mais que duas vezes a rentabilidade do segundo colocado, um Tesouro IGPM+ 2022, com valorização de 6,30% Esses dois títulos já não são mais emitidos pelo Tesouro Nacional e estão escassos no mercado.

Publicidade

Invista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora Investimentos

O grosso da lista é ocupado por títulos que seguem a taxa básica de juros, a Selic, com diferentes vencimentos. Na terceira posição, por exemplo, aparece um Tesouro Selic com prazo de 2027, que subiu 4,86% em 2021. Na sequência, vem outro Tesouro Selic, mas com vencimento em 2026, e rentabilidade de 4,68%.

Veja a lista completa:

Título Vencimento Retorno em 2021* 
Tesouro IGPM+ 01/01/2031 14,08%
Tesouro IGPM+ 15/08/2022 6,30%
Tesouro Selic 01/03/2027 4,86%
Tesouro Selic 01/09/2026 4,68%
Tesouro IPCA+ 15/03/2023 4,67%
Tesouro Selic 01/03/2026 4,63%
Tesouro Selic 01/09/2024 4,27%
Tesouro Selic 01/03/2024 4,25%
Tesouro Selic 01/03/2023 4,22%
Tesouro Selic 01/09/2022 4,20%
*Até 17 de dezembro
Fonte: Economatica / Precificação da Anbima / Levantamento considera o reinvestimento dos títulos que pagam cupons

Vale a pena investir em 2022?

Especialistas ouvidos pelo E-Investidor avaliam que a renda fixa continuará atrativa no próximo ano, mas a escolha pelo título certo dependerá do investidor reconhecer o objetivo para o dinheiro, bem como o seu perfil de risco.

“2022 vai ser um ano com bastante volatilidade. O título público que tem menos incertezas é o Tesouro Selic, que é utilizado como uma proteção porque é o mais conservador de todos e pode ser sacado a qualquer dia”, diz Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos.

Leandro Vasconcellos, CFP ® ️ e sócio da BRA, diz que, para quem investe pensando no longo prazo, a distorção entre expectativa e realidade do patamar de juros traz oportunidades interessantes nos títulos atrelados à inflação, o chamado Tesouro IPCA.

“Hoje é possível encontrar esses papéis pagando o índice IPCA mais 5,28% ao ano. Sem dúvidas, é uma excelente oportunidade para quem deseja rentabilizar o patrimônio acima da inflação”, avalia Vasconcellos.

Publicidade

Ele frisa que, se as taxas de juros recuarem a partir de 2023, será difícil achar novas oportunidades de comprar títulos com taxas “tão boas” no curto prazo e o risco será de voltar ao cenário de 2019, quando um título de renda fixa pagava a inflação mais uma taxa de quase 3% ao ano.

Além disso, nessa classe de ativos, é primordial se atentar aos prazos de vencimento, seja para quem vai investir em renda fixa pensando a curto ou longo prazo.

“Por mais longo que seja o vencimento de um título, o investidor deve estar confortável em carregar esse ativo na carteira até a data do vencimento, pois, embora oportunidades de realização de lucros antecipados sejam uma realidade na renda fixa, é importante ter em mente que, se já é muito difícil prever o movimento de juros em prazos curtos, é muito mais difícil ainda prever nos prazos longos”, diz Vasconcellos.

A importância de diversificar

Simone Albertoni, especialista em renda fixa da Ágora Investimentos, ressalta que os investidores não podem esquecer de planejar a diversificação dentro dessa classe, com os diferentes indexadores (Selic, IPCA, IGPM) usados pelo Tesouro Nacional para calcular o retorno dos títulos.

“O ideal é que o cliente sempre tenha um pouquinho de cada na carteira, porque temos um mercado muito volátil. Neste momento, tivemos um aumento da perspectiva inflacionária para o próximo ano, então isso impactou no aumento das taxas das NTN-B’s curtas (2022, 2023), que estavam valendo à pena até algumas semanas atrás do que uma NTN-B longa”, diz Albertoni.

A sigla NTN-B se refere às Notas do Tesouro Nacional de série B, que tem a rentabilidade atrelada ao IPCA (pós-fixado) mais uma taxa de juros prefixada.

Publicidade

Informe seu e-mail

Faça com que esse conteúdo ajude mais investidores. Compartilhe com os seus contatos