O Santander iniciou a cobertura das ações da Raízen (RAIZ4) nesta sexta-feira (5) com recomendação de compra, ou outperform, e um preço-alvo de R$ 4,00. Considerando o fechamento desta quinta-feira (4), o novo preço-alvo reflete um potencial de valorização de 33%. Vale lembrar que, em 2022, o preço-alvo estabelecido pelo banco era de R$ 7.
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Em relatório, os analistas destacam que a tese de investimentos da casa é construída em quatro pilares. O primeiro é lucratividade do etanol de segunda geração (E2G), que se beneficia do término de alguns contratos de cogeração de energia. O consumo de combustível é visto como um fator positivo, continuando a crescer apesar da eletrificação da frota da empresa.
Como terceiro pilar, os estrategistas destacam a normalização dos estoques de etanol enquanto ganham participação do mercado de gasolina. Por fim a casa destaca que a desvalorização do real ajudou a impulsionar os resultados da Raízen, compensando parcialmente a fraqueza nos preços do açúcar.
É hora de comprar as ações da Raízen?
Além da recomendação de compra, os analistas acreditam que a Raízen está estrategicamente posicionada para aproveitar as oportunidades de crescimento estrutural que estão sendo criadas pela transição energética que está remodelando a matriz energética brasileira e mundial.
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“A sua posição diferenciada, como o maior produtor de biomassa do mundo, permite à empresa perseguir projetos de alto retorno que vão desde E2G a biogás e muito mais. Esta competição é complementada por sua liderança nas operações de distribuição de combustível no Brasil e melhorando o açúcar e negócio de etanol”, afirma o banco em relatório.
Para o ano fiscal de 2025, o Santander projeta um Ebitda de R$ 14,7 bilhões, próximo ao limite inferior do guidance e 7% abaixo do consenso. Os analistas justificam essa expectativa por serem mais conservadores em relação ao mercado de açúcar e etanol, devido à tendência descendente dos preços do açúcar. “Por outro lado, somos construtivos em relação ao negócio de mobilidade, dada a estratégia da Raízen de focar nas margens, em vez de nos volumes”, afirmam.
A casa relembra, no entanto, que os preços das matérias-primas e dos combustíveis, as alterações nos mandatos de energias renováveis, excesso de capex, mudanças à monetização de créditos tributários, eletrificação da frota brasileira e disciplina de capital são os principais riscos do investimento na Raízen.