A Cemig (CMIG4) apresentou números recorrentes “modestos” no segundo trimestre deste ano, na opinião do Santander. O banco avalia que desempenho em Normas Internacionais de Relatório Financeiro (IFRS) foi inflado por itens não recorrentes e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou aquém do esperado.
No entanto, a equipe de análise acredita que os custos gerenciáveis controlados e a liquidez robusta compensam, em parte, o desempenho fraco e afirma que a expectativa por distribuição de dividendos no curto prazo pode animar os investidores.
Entre os impactos não recorrentes citados pelo Santander está o ganho de R$ 375 milhões com descontos ligados à geração renovável e distribuída, o ajuste positivo de R$ 99 milhões na conversão do balanço entre os padrões IFRS e regulatório e o impacto negativo de R$ 199 milhões pela revisão dos recebíveis de Rede Básica do Sistema Existente (RBSE).
“O resultado final, como consequência, foi 42,6% acima da nossa estimativa devido a esses efeitos e a impostos menores”, explicaram os analistas Andre Sampaio, Guilherme Lima e João Pedro Herrero.
Eles também destacaram que a queda no volume de energia consumido afetou o desempenho da Cemig Distribuição. A concessionária também apresentou deterioração do indicador de perdas – que subiu quase 1 ponto porcentual, para 11,43% – e dos índices de qualidade do fornecimento, com o DEC (que mede a duração das interrupções) superando os níveis regulatórios.
Por outro lado, a arrecadação aumentou para 98,99%, de 98,94% no primeiro trimestre de 2025. Além disso, os profissionais consideraram os custos gerenciáveis recorrentes como uma surpresa positiva. Pelos cálculos da equipe, os custos gerenciáveis ajustados da distribuidora, excluindo programa de demissão voluntária e outros não recorrentes, subiram 7,2% e ficaram 4,2% abaixo do projetado.