- Bruno Coutinho, CEO e gestor de portfólio da MAR Asset, e André Raduan, sócio e gestor de portfólio da Genoa Capital, participaram de evento do Credit Suisse
- Raduan destaca que a China deve ter recuperação mais lenta em relação à velocidade com que o mundo se acostumou
Ser responsável por um fundo multimercados em meio a uma taxa de juros de 13,75% ao ano traz desafios para a alocação em ativos de risco, mas também apresenta oportunidades em um ambiente de incerteza. A avaliação é de Bruno Coutinho, CEO e gestor de portfólio da MAR Asset.
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Ele considera que o CDI alto tem que ser visto como uma potencial classe de ativo para investir. “Vejo que o CDI não é uma ameaça, mas uma ponte para um cenário com menos incerteza para um período em que a gente possa alocar risco”.
Em linha com esta visão, André Raduan, sócio e gestor de portfólio da Genoa Capital, pondera que há impacto para a alocação em outros tipo de ativos. Os gestores participaram de painel organizado pelo Credit Suisse na terça-feira (31).
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O que de certa maneira facilita a conjuntura é que o brasileiro transitou a vida toda com um CDI alto, disseram Coutinho e Raduan. “Os multimercados, como classe, costumam performar bem com juros acima dos dois dígitos”, apontou Enio Shinohara, líder de alocação de fundos para América Latina do Credit Suisse.
Visão do estrangeiro sobre o Brasil
A dinâmica do investidor estrangeiro no Brasil é diferente do comportamento dos locais, sobretudo porque eles não se sensibilizam pelos ruídos, avalia Coutinho. “O gringo tem uma vantagem, que é ver que há muito ruído, mas os sinais são de que o Brasil está organizado. O risco dessa análise é menosprezar os sinais que estão dentro dos ruídos”, diz.
Raduan concorda, pontuando que o estrangeiro entra em menos detalhes de cada país. Sua visão particular não é otimista como a do exterior em relação a Brasil. “Mas também não acredito que vamos para um estado de ruptura como o governo Dilma.”
Exterior
A visão de Raduan para a economia dos Estados Unidos é otimista, com mais clareza de que o país já dá sinais de reverter a desaceleração. Ainda assim, ele aponta que nos próximos meses o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) deve fazer um ajuste fino para definir o ponto terminal da alta de juros.
Olhando ainda para o exterior, Raduan destaca que a China deve ter recuperação mais lenta em relação à velocidade com que o mundo se acostumou, nos parâmetros do gigante asiático.
“Achamos que o mundo todo, com exceção da China, vai desacelerar”, diz o gestor da Genoa. Já Coutinho ressalta que a reabertura da China é, no curto prazo, um gatilho positivo para o Brasil.