O Tesouro Direto está passando por uma sessão de alívio, na esteira do otimismo que tomou o mercado nesta quinta-feira (30). O movimento – que levou o Ibovespa ao maior patamar desde dezembro – fez as taxas dos títulos prefixados caírem abaixo de 15% ao ano pela primeira vez em mais de um mês. A última vez que o Tesouro Prefixado negociou na casa de 14% a.a foi no dia 13 de dezembro; desde então, a curva de juros brasileira disparou e levou os ativos a níveis recordes de rentabilidade.
Por volta das 15h30, o Tesouro Prefixado 2027 oferecia 14,95% ao ano, enquanto o título com vencimento em 2031 tinha taxa anual de 14,96%. Em dezembro, no auge do estresse com juros e dólar no País, os títulos chegaram a operar na casa de 16% ao ano por breves momentos.
A queda dos DIs acontece na esteira das reuniões de política monetária no Brasil e no exterior na quarta-feira (29). O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 1 ponto percentual, enquanto o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, manteve os juros americanos no patamar entre 4,25% e 4,5% ao ano.
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Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, destaca que os números abaixo da expectativa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) também dão apoio, com todos os setores do mercado de trabalho formal brasileiro apresentando fechamento líquido de postos de trabalho em dezembro. “O mercado tem a sensação de que a inflação também pode ser impactada por isso. Estamos vivendo um momento em que notícias ruins acabam se tornando boas para a economia de uma maneira geral”, diz.
Os títulos indexados à inflação também têm alívio das taxas na sessão. O retorno anual do Tesouro IPCA+, Renda+ e Educa+ varia entre 7,39% e 7,74%. Ainda são juros elevados, mas bem abaixo dos 8% de juro real vistos em meados de dezembro.