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Tesouro Direto: analistas indicam os melhores títulos para outubro

Itaú BBA diz que investidor deve diversificar carteira, mas analistas dizem ter uma certa preferência

Tesouro Direto: analistas indicam os melhores títulos para outubro
Veja quais títulos do Tesouro Direto o investidor deve comprar agora (Imagem: Adobe Stock)

O Itaú BBA diz ter preferência por títulos pós-fixados para investimentos de curto e longo prazo no Tesouro Direto, mostra relatório divulgado nesta segunda-feira (7). Segundo os analistas, os catalisadores da renda fixa brasileira são as incertezas fiscais e o impacto das medidas chinesas.

Na visão da equipe do Itaú BBA, a China implementou uma série de ações vigorosas para estimular o crescimento econômico, como a redução do compulsório bancário e injeção de liquidez no sistema financeiro. “Essas medidas vieram como resposta à desaceleração econômica do país, que há meses vinha apresentando dados abaixo das expectativas”, argumentam Lucas Queiroz, Paula Toute e sua equipe, que assina o relatório do Itaú BBA.

Do lado doméstico, a inflação implícita nos títulos projeta a alta de preços medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,9% ao ano para 2024, enquanto o Itaú BBA revisou sua expectativa de inflação de 4,2% para 4,4%, devido ao aumento das tarifas de energia elétrica e dos preços das proteínas.

Inflação deve impactar os títulos do Tesouro Direto?

Os analistas dizem ainda que, a partir de 2025, os investidores embutem nos preços dos títulos de renda fixa uma acomodação do IPCA no patamar de 5,0%. O que justifica a precificação de que a taxa Selic alcançará o nível de 13% ainda no primeiro semestre do próximo ano, se mantendo estável em 12,5% ao ano nos anos subsequentes.

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“Projetamos ciclo de juros indo até o nível de 12% ao ano, porém a perspectiva de manutenção dos juros em um nível contracionista ao longo do primeiro semestre de 2025 sugere uma desaceleração da economia, o que pode abrir espaço para cortes na taxa Selic na segunda metade do ano, levando a taxa para 11,00% em dezembro”, comentam Queiroz, Toute e equipe.

Justamente por isso, os especialistas dizem que preferem os títulos pós-fixados. Entretanto, eles afirmam que, com a perspectiva de queda nos juros a partir do segundo semestre de 2025, eles observam oportunidades para alocações na renda fixa em títulos do Tesouro Direto de prazos intermediários e longo.

“A valorização do Real, como reflexo de uma possível recuperação econômica da China, também pode ser um fator relevante para o mercado local. Embora a inflação deva permanecer acima da meta, os níveis atuais das taxas futuras parecem excessivamente elevados, abrindo uma janela de oportunidade para posicionamentos estratégicos ao longo da curva de juros” salientam os analistas.

Sendo assim, os analistas recomendam compra para o Tesouro Selic 2027, Tesouro Prefixado 2027 e Tesouro IPCA + 2029 e Tesouro IPCA + 2045. O Tesouro IPCA é um título que paga a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais uma rentabilidade real. Atualmente, o Tesouro IPCA + 2029 paga 6,61% ao ano mais a inflação. E o Tesouro IPCA 2045 paga inflação mais 6,36% ao ano.

“Nos trechos mais longos, continuamos otimistas com o carrego de títulos atrelados ao IPCA. Embora seja esperada continuidade do cenário de taxa Selic elevada nos próximos trimestres, em horizontes mais longos, o retorno de títulos pós-fixados deve convergir para o nível de equilíbrio ao redor de 5,0% ao ano”, conclui a equipe de Queiroz e Toute sobre os títulos do Tesouro Direto.

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