As constantes discussões em torno de mudar ou não a meta de inflação para 2023 continuam sendo os principais balizadores para a formação da curva de juros no mercado brasileiro – e na precificação dos demais ativos de risco, consequentemente. A semana começa com os mercados mais leves, embora sem muito entusiasmo dos investidores, com as principais Bolsas europeias em alta, enquanto os índices futuros de Nova York sugerem um movimento na mesma direção para os mercados à vista por lá nesta segunda-feira (13).
Sem grandes gatilhos, por enquanto, os investidores parecem se antecipar à uma possível nova desaceleração da inflação na maior economia do mundo, o que em tese poderia justificar uma postura mais suave do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em relação ao processo de elevação de juros em vigor – e, neste sentido, o discurso hoje da diretora do Federal Reserve, Michelle Bowman, pode ajudar na calibragem das apostas.
Em outros mercados, os contratos futuros do petróleo caem mais de 1%, aparentemente em um movimento de ajustes após a alta de mais de 8% na semana passada, enquanto os preços futuros do minério de ferro tiveram perdas de 2,21% na madrugada em Dalian, cotados ao equivalente à US$ 123,28 por tonelada. Sem um grande referencial externo e um desempenho mais fraco das commodities, a tendência é de uma manhã mais cautelosa para os ativos domésticos.
Agenda econômica
Brasil: A semana começa com as atenções voltadas para o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que será entrevistado hoje à noite no programa Roda Viva da TV Cultura (22h00). Também hoje, como é tradicional, foi divulgado o Boletim Focus (8h25). Também haverá a divulgação dos balanços corporativos do quarto trimestre de 2022 do Banco do Brasil e do Carrefour Brasil após o fechamento dos mercados.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assina o decreto de recriação do Programa Pró-Catador e de revisão do Programa Recicla+ (11h). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, faz pronunciamento na reunião do diretório nacional do PT (10h).
Amanhã Roberto Campos Neto participa de evento fechado, na quarta-feira tem o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de fevereiro e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também participa de evento fechado. Na quinta-feira, saem o Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil (IBC-Br) de dezembro, além da divulgação do balanço da Vale e a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).
EUA: A agenda traz hoje discurso da diretora do Fed, Michelle Bowman (10h). Amanhã conheceremos o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de janeiro, a taxa oficial de inflação ao consumidor por lá, seguida de novos discursos de dirigentes do Fed. Na quarta-feira serão conhecidos os dados de vendas no varejo e produção industrial de janeira, enquanto na quinta-feira será o dia da publicação do índice de inflação ao produtor (PPI) assim como os dados sobre construções de moradias iniciadas, além de discursos de vários dirigentes do Fed.
Europa: A agenda conta hoje apenas com a reunião do Eurogrupo. Amanhã será publicado o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre da zona do euro e a taxa desemprego da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na quarta-feira serão conhecidos o CPI do Reino Unido e a balança comercial e produção industrial da zona do euro. Finalmente, na sexta-feira, são esperadas as vendas no varejo do Reino Unido.
