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Ações do Banco Inter (BIDI11) seguem em queda. O que fazer?

Os papéis do Banco Inter terminaram a segunda-feira (4) em queda de 13,60%, cotados a R$ 44,15

Ações do Banco Inter (BIDI11) seguem em queda. O que fazer?
(Foto: Inter/Divulgação)
  • O Banco Inter divulgou na segunda-feira (4) a prévia operacional referente ao terceiro trimestre deste ano. De acordo com o relatório, a instituição alcançou 14 milhões de clientes
  • Mesmo com os números positivos, o valor das ações seguiu em baixa durante a manhã da segunda-feira
  • Os rumores de um suposto provisionamento extraordinário e as incertezas de sua rentabilidade podem ser as principais causas para a desvalorização

As ações do Banco Inter (BIDI11) seguiram em queda na segunda-feira (4). Na avaliação de especialistas do mercado, o baixo desempenho da instituição financeira pode estar relacionado aos rumos sobre a criação de um suposto provisionamento extraordinário e também sobre as incertezas de sua rentabilidade. Apesar da divulgação da prévia operacional do 3º trimestre deste ano trazer dados positivos ao investidor, a recomendação de compra ainda divide opiniões entre os analistas.

Os papéis terminaram a segunda(4) em queda de 13,6%, cotados a R$ 44,15. Nem mesmo os dados da prévia operacional, avaliados como positivos, foram suficientes para mudar o desempenho.

Em relatório divulgado aos clientes, o Banco Inter informa que alcançou a marca de 14 milhões de clientes no terceiro tri. Além disso, registrou R$11,6 bilhões em transações financeiras por meio de cartões de crédito durante o mesmo período. O resultado equivale a um crescimento anual de 125%.

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Segundo a Inside Research, as ações do Inter acumularam a sua maior queda mensal da história do mês de setembro. O cenário estaria relacionado aos rumores de que a empresa teria provisionando perdas maiores para o balanço do próximo trimestre. A realidade poderia reverter a situação de baixa inadimplência do período anterior. A possível fusão do Banco Inter com a Stone, anunciada no fim do mês passado, também foi um dos fatores que contribuíram para esse cenário.

“A Stone, que já possui uma parte minoritária do Banco, havia reportado instabilidades no sistema numa operação de crédito recém-lançada e que havia gerado um prejuízo estimado de R$ 400 milhões”, disse a Inside, em nota enviada ao E-Investidor. Ainda assim, a Inside mantém uma visão positiva para o ativo. “Acreditamos na continuidade do bom ritmo de crescimento dos resultados operacionais e da carteira de crédito. Reforçamos nossa expectativa positiva em relação a parceria com a Stone”, afirma.

Na visão da analista Maria Clara Negrão, da Ágora Investimentos, os resultados apresentados pelo banco sobre a previsão operacional são positivos, o que não justificaria a desvalorização das ações. “Os dados reforçam o maior engajamento dos clientes e uma geração de receita. A gente espera um ímpeto operacional permanecendo sólido nos próximos trimestres, com bom crescimento das receitas e até monetização do futuro”, afirma.

Mesmo com essa perspectiva, a analista acredita que o mercado esteja “digerindo” ainda esses números. “A gente considera essa queda exagerada. Talvez, tivemos uma interpretação diferente do mercado”, acrescenta. Com essa visão, a Ágora Investimentos recomenda a compra das ações do Banco Inter, com preço-alvo de R$ 81 para BIDI11.

O chefe de análise de ações Phil Soares, da Órama Investimento, também enxerga como ponto positivo o anúncio de 14 milhões de clientes. Mas acredita que a compra dos papéis da instituição financeira está mais para uma aposta do que para um investimento. “Não recomendo a compra das ações do banco Inter. Esse valuation de 62 bilhões de reais ainda tem muito sucesso embutido no preço, para uma companhia que ainda tem um caminho de monetização bastante incerto”, ressalta.

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A Inversa Publicações é neutra sobre as recomendações de compra e de venda das ações do Inter. A casa de análise avalia a empresa como boa e enxerga potencial de crescimento, mas faz uma ressalva sobre a instituição financeira. “A esses preços pode acontecer qualquer coisa. Não é um negócio que você consegue montar um fluxo de caixa descontado e ter uma previsibilidade do que pode acontecer”, diz João Gabriel Abdouni, especialista em investimentos de ações brasileiras da Inversa, sobre a posição da casa.

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