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- Nesta semana, os papéis do Inter sofreram uma grande derrocada, de quase 15%
- O derretimento das ações veio na esteira de notícias sobre um suposto ‘provisionamento extraordinário’ que a instituição financeira faria no balanço patrimonial da empresa. A instituição, entretanto, negou a necessidade de provisões extras
- Um segundo fator que preocupou investidores foi a alavancagem do fundo Ponta Sul, do famoso monstro do Leblon, que tem participação expressiva no Inter
Nesta semana, as ações do banco Inter sofreram uma grande derrocada, de 15%. O derretimento dos papéis veio na esteira de notícias sobre um suposto ‘provisionamento extraordinário’ que a instituição financeira faria no balanço patrimonial da empresa. Essas provisões são recursos guardados para cobrir futuras inadimplências, geralmente vindas de ‘devedores duvidosos’.
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O Inter negou, em comunicado divulgado no início da semana, a necessidade desse tipo de recurso. Nesta sexta-feira (01), inclusive, a companhia anunciou a antecipação da data de divulgação da prévia operacional do 3º trimestre para 4 de outubro, em uma sinalização aos investidores de que não há problemas financeiros no banco.
Após o anúncio, os papéis chegaram a subir 8,4%, aos R$ 50,59, na primeira hora de pregão. No final do dia, a BIDI11 terminou cotada a R$ 51,16, em um salto de 9,67% em relação à abertura. O Itaú BBA também divulgou um relatório abordando a situação de crédito do Inter e afirmou não ver nenhuma ‘demanda reprimida’ por provisões.
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“Vemos a queda recente do Inter como injustificada por seus fundamentos e sugerimos que seja usada como um ponto de entrada. Esperamos que os resultados do 3T21 aliviem as preocupações”, explicaram os analistas do Itaú, em relatório.
Essa também é a visão de Renoir Vieira, economista sócio da Aurora Capital. “Qualquer banco está sujeito a ter algum tipo de provisionamento, mas me parece que isso é mais um boato, parte de uma narrativa que tenta desconstruir um pouco o case”, afirma o especialista. “Eles são muito sérios e têm a cabeça certa, que é não correr muito risco de crédito e utilizar a vantagem que eles têm de aquisição barata de cliente. Acho que, nesses preços, é até uma boa oportunidade de ter o ativo.”
Viera destaca que, por ser uma ação de crescimento, o Inter também foi afetado pela aversão ao risco que inundou os mercados nas últimas semanas. “O fato de a ponta longa da curva de juros estar subindo, trouxe um valuation menor para todas as teses de crescimento, como o próprio Inter e outros cases, como o da TC (antigo TradersClub)”, afirma.
Monstro do Leblon?
Um segundo fator preocupou alguns investidores da empresa de João Vitor Menin: uma eventual chamada de margem do misterioso fundo exclusivo Ponta Sul. Gerido por Flavio Goldim, conhecido como ‘Monstro do Leblon’, o fundo tem histórico de operar bastante alavancado e possui cerca de 9% das ações ordinárias da companhia (BIDI3).
Caso uma chamada de margem (quando a Bolsa exige uma garantia financeira em operações de risco) ocorresse, em função das quedas recentes dos papéis, o resultado poderia ser uma liquidação de posições.
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Segundo Mario Goulart, analista da O2 Research, a correlação entre o Inter e o Ponta Sul pode ser observada no último trimestre. “Existe alguma preocupação em relação à alavancagem do Ponta Sul. E você vê que as cotas do fundo e as ações do Inter vem caindo juntas desde julho, em uma baixa de mais ou menos 50%”, afirma.
Já Vieira não vê muitos motivos para maiores temores. “Eu acho que ele tem uma estratégia agressiva e dá para ver que ele confia muito no Inter. E diria que esses boatos são até fruto de uma tentativa de pressioná-lo nas posições que ele tem e provocar um stop (venda de ações) nas posições. Já aconteceu no passado, no auge da covid”, explica Vieira. “É um risco a se considerar, mas sinceramente não sei se haveria motivo para preocupações com a margem.”
Em março do ano passado, o fundo do monstro do Leblon chegou a perder mais de 90% do patrimônio, mas recuperou o capital poucos meses depois. Neste ano, o Ponta Sul também está levando algumas pancadas com a aversão ao risco na Bolsa. Segundo o site Mais Retorno, em 16 de julho o fundo tinha R$ 9,5 bilhões de patrimônio líquido. Em 23 de setembro, esse montante já havia caído para R$ 6 bilhões.
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