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- Nesta mês de agosto, as ações das construtoras apresentaram ganhos devido à sinalização do fim da alta de juros
- Na avaliação de analistas, as construtoras ligadas ao público de baixa renda devem ser os principais destaques
Os ganhos neste mês de agosto ainda não foram o suficiente para recompensar as perdas ao longo dos últimos meses das ações da construção civil. Segundo dados do Broadcast, de todos os papéis do segmento que compõem o Índice Imobiliário, apenas seis apresentaram retornos positivos no acumulado do ano: Cury (CURY3), JHS (JHSF3), Lavvi (LAVV3), Direcional (DIRR3), Cyrela (CYRE3) e EZTEC Empreendimentos (EZTC3).
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Desse grupo, a de maior destaque foi a Cyrela, ao registrar uma alta de 23,20%, cotada atualmente a R$ 15,56. Logo em seguida, aparecem EZTEC com 18,8% (R$ 20) e JHS (JHSF3), com ganhos de 18,25% (R$ 6,74).
As ações da Cury, Direcional e Lavvi tiveram valorizações de 13,55% (R$ 9,22), 13% (R$ 13,39) e de 12,35% (R$ 5,46), respectivamente. Entenda por que as ações das construtoras voltaram a subir neste mês de agosto.
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Com o bom momento das construtoras na bolsa, analistas indicam que há uma boa oportunidade de investimento para quem deseja se posicionar no setor. De acordo com Felipe Moura, analista de investimentos da Finacap, devido ao movimento de alta de juros e da inflação nos últimos dois anos, as ações das empresas seguem bastante depreciadas.
Atualmente, a relação preço sobre valor patrimonial (indicador que mede o preço da ação em relação ao valor do patrimônio líquido da empresa) das companhias do setor segue em torno de 0,5x P/VP, enquanto há 10 anos esse percentual era de 1,3x P/VP. “Essas empresas praticamente estão sendo negociadas com um desconto de 50% da sua média histórica”, ressalta Moura.
Com a perspectiva de melhora, Moura sugere ao investidor olhar com atenção para as ações da MRV devido a sua diversidade atuação no segmento da construção civil. “É uma empresa com uma fonte de receita muito diversificada. A companhia tem operações nos Estados Unidoss que segue entregando resultados fortes. No Brasil, além de atuar no programa Casa Verde e Amarela, tem atuação em classes de média renda”, explica.
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Já Ygor Altero, head de real state da XP, acredita que as empresas focadas no público de baixa renda devem ser os principais destaques do setor de construção civil nos próximos meses. Segundo ele, as companhias irão se beneficiar com as mudanças de ampliação das famílias e de acesso ao crédito no programa Casa Verde e Amarela.
No entanto, os investidores devem olhar para as construtoras mais expostas ao público de maiores rendas do programa. “Nas faixas mais altas, as empresas têm maior facilidade para aumentar preço e driblar o aumento de custos”, justifica Altero. Com essa visão, as ações da Cury (CURY3) e da Direcional (DIRR3) seguem as principais recomendações de compra da XP para o setor, com preço-alvo de R$ 13 e de R$ 17, respectivamente.
Wellington Lourenço, analista da Ágora Investimentos, recomenda ao investidor olhar para os papéis da Cyrela (CYRE3), Direcional e MRV (MRVE3). “A gente está falando das maiores construtoras em volume de Bolsa. Então, qualquer movimento de recuperação mais consistente e duradoura deve passar por essas duas empresas”, argumenta.
Por outro lado, Lourenço ressalta que o investidor deve ter objetivos no longo prazo. “Esse movimento no curto prazo ainda é feito da (estabilização da) taxa de juros. Acho que esse segmento deve sofrer bastante volatilidade”, avalia.
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