- O valor mínimo do investimento para os trabalhadores que forem utilizar os recursos do FGTS é de R$ 200. Quem optar pela aquisição deve manter as ações por no mínimo 12 meses
- A compra das ações da companhia deve ser feita por meio dos Fundos Mútuos de Privatização, que são ligados ao FGTS
(Daniel Rocha e Luíza Lanza) – O período de reserva das ações da Eletrobras começa nesta sexta-feira (3) e segue até o próximo dia 9. Com o processo de privatização da companhia, os trabalhadores com recursos no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) poderão utilizar até 50% do fundo para se tornarem acionistas da estatal.
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Quem optar pela compra das ações terá que permanecer com as posições por um prazo mínimo de 12 meses. Depois, se o acionista quiser vender os papéis, o valor da negociação volta para o saldo do FGTS. A orientação, porém, é fazer o investimento visando o longo prazo.
“Existe um entendimento no mercado que uma tese de investimentos precisa de tempo para se maturar. Ao investir em ações, o investidor precisa focar no longo prazo, esses 12 meses podem ser pouco tempo para ver algum resultado”, explica Felipe Moura, analista de Investimentos da Finacap.
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O valor mínimo do investimento para quem for usar os recursos do FGTS é de R$ 200, podendo desembolsar até R$ 50 mil, que é o valor máximo da aplicação. A compra das ações da companhia deve ser feita por meio dos Fundos Mútuos de Privatização, que são ligados ao FGTS.
Para analistas, investir na Eletrobras com os recursos do fundo pode ser interessante para o trabalhador, pois a rentabilidade da ação deve ser maior do que a do próprio FGTS. Mas há ressalvas, explica Leonardo Piovesan, analista fundamentalista da Quantzed.
“O trabalhador precisa avaliar qual valor está confortável em investir, dado que se trata de um investimento em renda variável que pode sofrer fortes oscilações de mercado. Quanto menor for a necessidade deste montante no curto-prazo ou do uso do FGTS para outros fins, maior poderá ser a alocação em ações”, afirma.
Tendo esse ponto como orientação, Piovesan acredita que trata-se de uma boa oportunidade. “Atualmente o FGTS rende somente 3% ao ano e, uma vez privatizada, espera-se que a Eletrobras melhore significativamente seu resultado nos próximos anos e as ações da companhia se valorizem numa mesma magnitude”, afirma.
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A segunda fase da privatização da Eletrobras foi aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no último dia 18 e desde então tem animado o mercado, que vê na desestatização uma forma de melhorar a eficiência operacional da companhia. E é justamente aí onde está o potencial de ganho para quem utilizar o FGTS na compra de ações da empresa.
“A Eletrobras tem todas as características para ser considerada como uma boa oportunidade de investimento. Eu e boa parte do mercado acreditamos que o valor intrínseco das ações é muito maior do que a empresa negocia hoje no mercado. A privatização deve ser o vetor necessário para destravar isso”, diz Moura, da Finacap.